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- Eu não sei mais... - suspirei me aconchegando mais no meu cardigan. - Gabie, ele está arrasado.

- Mas Mia, vocês estão tentando. Vocês sabiam que não iria ser fácil. - minha irmã fez uma pausa antes de continuar. - Vocês não podem desistir. 

- Eu acho que não temos outra opção, para ser honesta. 

- Vocês vão mesmo voltar? 

- Eu acho que sim. Ele está sentindo muita falta de M.A. Acho que é o melhor. 

- Me diga quando estiver voltando.

- Pode deixar.

A ligação foi encerrada depois de alguns segundos. Me apoiei no parapeito e senti meu cabelo voar para todos os lados com o vento gelado. A praia de Brighton era a minha visão no fim da tarde. Era lindo. 

Estávamos em Brighton, onde descobrimos ser a cidade natal de Elizabeth e de minha mãe. Andamos durante semanas atrás de pistas, conversando com algumas pessoas que poderiam saber de algo. Mas tudo foi um beco sem saída. Eu tentei de tudo continuar dando esperança para Harry, mas nada ajudou. A cada dia que passava ele a perdia, e bom, eu também. 

- Eu não deveria ter feito você perder tanto tempo. - A voz grossa se anunciou presente na sacada vizinha. Harry estava com um tipo de abrigo e um moletom da sua gravadora Columbia, seu cabelo agora estava preso com um tipo de piranha para que não caísse nos olhos. - Sinto muito, Mia. 

- Não sinta. - balancei a cabeça indo mais perto da divisa da sacada dos nossos quartos de hotel. - Harry... - suspirei. - Eu sei que é difícil, mas eu acho que devemos...

- Voltar para casa. Eu sei. - ele se escorou no parapeito e cruzou as mãos. Sua visão focou no oceano a nossa frente. 

- M.A sente sua falta. 

- Eu não sei se consigo voltar sem ela.

Mordi o lábio seguindo o seu olhar para o oceano azul. O sol estava quase se pondo, o píer estava cheio. Era um bom dia para um passeio. 

- Pegue seu óculos. - me virei para ele que me encarou confuso. - Vamos descer. 

- Mia...

- Sem Mia. Vamos lá. 

Entrei no meu quarto não esperando uma resposta. Calcei um tênis e ajeitei a bagunça que o vento havia feito com o meu cabelo. Peguei o óculos e sai do quarto encontrando um Harry no corredor. Sua roupa era a mesma, mas agora ele calçava um vans e tinha um óculos escuro na mão. 

Fiz um sinal para ele me seguir até o elevador o que ele fez em silêncio. Ele estava virado em tristeza e desânimo. E quebrava meu coração vê-lo assim. Nos primeiros dias, ele estava mais animado, cheio de esperanças de que levaria a esposa de volta para casa. Conforme as pistas foram ficando sem saída, a tristeza tomava conta dele. E a raiva de mim. Eu tentei anima-lo de todas as maneiras possíveis, e mesmo que na hora ele sorrisse ou gargalhava, seu sorriso logo se desfazia lembrando da realidade em que estava. Não iríamos encontrar Elizabeth, e estávamos bem longe disso. 

Nessas últimas quatro semanas eu conheci mais ele. O Harry. Não o Harry Styles meu ídolo de infância, apenas o Harry. E devo dizer, eu me surpreendi demais. Estava longe de conhecer uma pessoa que fosse tão boa, tão pura e tão cheia de amor. Ele era uma pessoa tão incrível, um pai tão bom, ele estava aqui o que o fazia um marido mais incrível ainda.

- Se importa de sentar aqui? - perguntei apontando para areia depois de atravessarmos a avenida até a praia. 

Ele deu uma olhada em volta para ver se estávamos sendo seguidos por algum paparazzi ou alguma multidão de fãs, mas todo mundo estava ocupados demais no seus próprios mundos para perceberem que estávamos ali. 

THE SISTER - H.S PTOnde histórias criam vida. Descubra agora