THE SISTER - H.S PT

1

"Sinto muito" ele lia pela quinta vez em dez minutos. Aparentemente cartas eram uma marca registrada de Elizabeth.

- Papa! - o som da risada de Marie Anne o despertou. Ele se recompôs rapidamente e virou para a garotinha que o olhava curiosa. Quase como se soubesse que havia algo errado.

- Oi, princesa. - ele a pegou e colocou na sua coxa direita e ela colocou a pequena mão no rosto dele o observando. - Você estava comendo chocolate? - ele olhou para o rosto lambuzado da garotinha loira e não conteve um sorriso.

- E sovete. - ela sorriu sapeca.

- Vou ter que ter uma conversinha com a tia Gemma. - disse fazendo cócegas arrancando risadas dela.

- Mama? - ela perguntou inocentemente e Harry sentiu seu estômago afundar. Como diabos iria explicar para a filha de quase dois anos?

Harry apenas a pegou fazendo movimentos com a garotinha enquanto sua risada ecoava por todo quarto. A risada da sua filha era o melhor remédio que ele poderia ter agora. Era como se tirasse todo peso do seu peito. Mas assim que cessava, tudo voltava a tona.

- Harry... - Gemma suspirou deitando do lado do irmão. A janta havia sido por conta dela, ela estava passando um tempo em Londres, Connor estava fazendo algumas entrevistas, então se hospedaram na cada dos Styles. - O houve? Você não está bem.

- M.A dormiu? - ele perguntou ignorando a irmã.

- Dormiu. - Gemma sorriu lembrando da sobrinha. - Ela esta cada dia mais esperta.

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- Gabie! - a garota resmungou. - O que está fazendo? É A MELHOR CENA! - Falou mais alto apontando para a tv vendo que ela foi desligada.

- Eu não aguento mais. - a irmã reclamou cruzando os braços.

- O que foi agora? - Amelia resmungou se jogando na cama ao lado da irmã.

- Você.

- Eu?

- É, você. - Gabie se virou. - Você agindo como se nada tivesse acontecido.

Mia olhou para o teto e suspirou. Esse assunto a perseguia quase todos os dias, seja pelos pais ou pela irmã. Ela estava bem, estava lidando. Ela tinha que lidar, ela não poderia deixar que doesse para sempre.

- Gabie...

- Eu sei, você não quer falar sobre isso. Mas é que... Você pode conversar comigo. Eu estou aqui para você.

- Eu sei. E obrigada, mas eu não tenho nada para falar. - deu ombros pegando o controle e ligando a tv novamente, ignorando os suspiros desapontados da irmã.

A questão é que ainda doía. Fazia apenas algumas semanas, mas parecia que tinha sido ontem. A rejeição não foi o que ela esperava, não depois de tudo. Não depois de imaginar uma vida inteira, uma vida diferente e tudo de bom que viria junto.

A decepção que ela sentiu, ela não desejava nem para o seu pior inimigo. Talvez ela tenha criado expectativa demais, ou talvez não fosse para ser. Ela cumpriu o seu papel e pronto. A única coisa que a fazia pelo menos tentar seguir, é que ela fez a parte dela. E agora, como prometido, a sua irmã tentava juntar os caquinhos.

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Harry despertou pela quarta vez naquela noite. O temporal fez alguma janela bater e com o sono leve que vem tido durante os últimos meses, logo ele já estava acordado. O relógio do celular marcava quatro da manhã. Ele suspirou não sentido o sono vir e olhou para o outro lado da cama. Arrumado e vazio.

Depois de tanto desespero, tanta dor, tanta coisa tirada dele durante as semanas em que Elizabeth havia ficado no hospital, quando finalmente ele teve esperanças que no fim, tudo iria ficar bem. Quando a viu acordada, ele soube que tudo havia voltado aos eixos. Que ele estava errado, as coisas boas duram sim. Hoje ele se achava tão estúpido por apenas ter se dado o pensamento tão tosco como esse.

Ele caminhou devagar em passos leves para não acordar ninguém da casa e entrou no quarto da filha. Agora ela dormia em uma cama, como ela dizia, ela já estava muito grande para dormir em berço. Ele sorriu lembrando do diálogo que teve com a filha antes de sair com ela para comprar a tal da cama. Harry sentou no chão se encostando na cama de Marie Anne escutando o leve ronco que saia da garotinha. Ela estava há mil anos luz da idade. Ela já formava frases inteiras, quase conseguia manter uma conversa com qualquer um. Era incrível. Ela era esperta, insistente e sabia o que queria, assim como a mãe.

- Não consigo dormir também. - Gemma sussurrou entrando no quarto e descobrindo onde o irmão estava.

- Como sabia que eu estava aqui? - ele sussurrou de volta a assistindo sentar ao seu lado.

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"Harry Styles e sua filha Marie Anne fazem compras no shopping...."

Mia fechou o computador e suspirou pesado. Simplesmente não suportava ver nada relacionado a ele, a nenhum deles.

- Filha... - ela se virou para a mãe que entrou no quarto e sentou na cama. - Como você está?

- Estou bem. - murmurou encarando o chão.

- Eu sei que... - Helena suspirou. - Eu sei como isso deve ser difícil para você. Sei que não quer conversar, mas estou aqui. Sempre.

- Eu sei mãe. - Amelia sorriu fraco.

- Está tudo bem não estar bem. - ela levantou abraçando a filha pelos ombros.

- Eu fui tão idiota. - ela murmurou finalmente se abrindo, pelo menos um pouquinho.

- Você não foi idiota, você apenas esperava receber algo que eles não queriam dar. Isso não é culpa sua. Nunca se sinta mal por esperar o melhor dos outros. - ela acariciou os cabelos da filha que segurava as lágrimas a essa altura. - Esse é mal da família Scott, não conseguimos ver o lado ruim das pessoas, não imaginamos o pior da situação. - Helena pegou o rosto da filha com as duas mãos delicadamente e a virou para si. - Você tem um coração bom, Amelia. Não deixe ninguém estragar isso.

A mais velha sentiu o coração apertar quando viu as lágrimas da filha caírem. Ela sabia que Amelia estava tentando ser forte. Ela sempre fora assim, não queria preocupar ninguém, não queria demonstrar que tinha seus momentos de fraqueza.

- Nós somos a sua família, Mia. Vamos estar sempre aqui por você. - ela depositou um beijo leve na testa da filha e sorriu. - Vai passar. Sempre passa.

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- Você não está bem. - Gemma murmurou.

- Gemma... - Harry suspirou cansado e apoiou a cabeça na cama da filha.

- O que está acontecendo, Harry? Eu sei tem sido difícil os últimos meses, mas...

Ele não escutava mais a irmã. Seus pensamentos estavam bem longe dali, assim como Elizabeth deveria estar nesse momento.