CAPÍTULO 38 - Juntas

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Arizona

Já era de manhã, abri os olhos e não encontrei Callie dormindo em meus braços, então levantei depressa e a encontrei dando de comer a Sofia. Ela me olhou e sorriu.

Bom dia sunshine - eu gostei do apelido que ela me deu

Bom dia preciosa - decidi lhe dar um também e pelo visto ela gostou

Vocês são engraçadas - Sofia disse sem entender nada

Então eu olho para Callie procurando alguma expressão ruim com o que a filha disso, mas ao contrário, ela riu.

O que foi filha? Qual problema eu dar apelidos a Ari e ela a mim? Eu te chamo de princesa, de bebê, de meu amor e você não reclama 

Eu sei mamãe, mas é que nunca vi vocês duas assim - dá de ombros - mas é legal

O que é legal? - eu me aproximo

Você e a mamãe juntas - Callie arregala os olhos para mim

O que você quer dizer com isso filha?

Acho que nós duas ficamos em pânico pensando que ela viu ou ouviu algo, não que Sofia saber fosse ruim, mas eu sei que Callie ainda não está pronta para isso.

Ué vocês duas super amigas mamãe darr - faz cara de óbvio - igual eu sou super amiga da Zola. Somos inseparáveis igual você com a tia Ari

Isso mesmo Sof, você tem toda a razão - faço cosquinhas nela e ela ri

Eu pude ver o alívio estampado no rosto de Callie, afinal ninguém nunca sabe como dizer esse tipo de coisa para uma criança de cinco anos. Então olhei para ela e aproveitei que Sofia se distraiu comendo, eu toquei a mão de Callie e sorri, passando segurança a ela, que me devolveu o sorriso na mesma intensidade.

{...}

Calliope

Depois do susto que eu tomei achando que minha filha já havia descoberto meu lance com Arizona, e de nós duas comermos. Daryl disse que era hora de arrumarmos as coisas e ir embora, afinal não sabíamos se aquele lugar tinha dono e se voltaria ali.

Pegamos o máximo de coisas possíveis para colocar no furgão: mantimentos, garrafas de água, remédios e coisas de primeiros socorros, sacos de dormir e até barradas, produtos de higiene e até gasolina em galões. Depois de tudo guardado, era hora de partimos, que por sorte foi fácil, não havia mortos próximos. 

Dessa vez eu e Sofia fomos atrás no furgão com Addie e Zola, e Alex dirigindo e Jô no passageiro. No jipe Daryl foi dirigindo com Andrea no passageiro e Arizona e Mer atrás.

É claro que Addie que teve essa ideia, ela já estava querendo conversar comigo.

Faz tempo que não paramos para conversar - ela diz

Sobre o que quer falar? - pergunto

Eu vejo ela olhar para Sofia e Zola que tinhas brincando com uma boneca.

Você e Arizona - ela fala baixinho para as meninas não ouvirem - eu vi vocês duas - ela faz mímica com os dedos querendo dizer que nós viu beijando

Addie - eu digo séria 

Ela não ouviu - diz referindo-se a Sofia - ei, sou sua melhor amiga ou não sou? Não vai me contar - ri

Ué, contar o que se você viu - eu ri também

Eu quero saber se estão juntas? Você gosta dela né?

Mas do que eu gostaria de gostar - confesso suspirando - não sei o que acontece comigo quando estamos juntas, mas ela me faz tão bem - eu explico toda boba - então sim, estamos

Eu entendo. Eu sinto o mesmo com Mer - ela confessa

Tava na cara que essa implicância toda e as brigas que vocês tinha era amor incubado - eu zoou ela

Para vai, eu realmente não gostava dela no começo - faz careta - aí eu conheci melhor e vi a pessoa incrível que ela é e me apaixonei droga - suspira e volto a rir dela

Percebi - digo - fico feliz por vocês, afinal é único bom que nos aconteceu - suspiro - será que as coisas nunca voltaram a normal?

Sinceramente acho que não. Acho que nem existe alguém tentando achar uma cura para isso - Addie me diz e eu concordo

Paramos de conversar para dar atenção as meninas, que perguntavam algo.

As horas começaram a passar, e com elas os dias, e as semanas. Estávamos em uma viagem que não tinha destino certo, paravamos quando encontrávamos algum abrigo, mas nunca ficamos mais que um ou dois dias, porque nunca era seguro. Quando não encontrávamos, acampavamos em algum lugar e Daryl fazia uma espécie de armadilha com objetos que fazia barulho quando mortos se aproximavam.

Nem de longe isso era o que eu imaginava para minha vida e nem de Sofia e acredito que ninguém ali. O inverno havia chegado e com isso tínhamos um problema, afinal com a baixa temperatura ficaríamos a mercer de doenças respiratórias se continuasse nos a ficar acampados.

Mama estou com frio - Sofia diz ao entrar na barraca em que eu estava com Arizona

Vem meu amor, eu te esquento - digo abrindo espaço no meio para ela se encaixar enquanto Arizona fechava o zíper da entrada da barraca

Vem meu ursinho, vamos esquentar você - Arizona disse chamando-a pelo apelido carinho que lhe havia colocado

Isso é muito bom - ela disse rindo quando nós duas a abraçamos forte - eu já disse o quanto amo vocês duas?

Deixa eu ver - Arizona faz cara de pensativa - acho que hoje não hem - ri

Pois então eu digo: eu amo vocês duas daqui até a luaaaaaaa - ela disse animada e nos duas rimos

Eu te amo mais ursinho  - Arizona  lhe deu um beijo na bochecha que até estralou

Ah não, eu que amo mais - fiz biquinho fingindo ciúmes

Tá bom, amamos iguais - Sofia diz com seu jeitinho de criança

Era incrível como todo esse tempo nós três ficamos mais unidas do que nunca. Eu não cheguei a sentar e conversar com minha filha sobre minha relação com Arizona, ela simplesmente aceitou toda aquela aproximação e a primeira vez que ela nos viu beijando, não fez perguntas sobre, apenas correu e nos abraçou, dizendo que éramos uma família. E na verdade era realmente isso que havíamos nos tornado, não apenas nos três, mas todo o grupo, éramos uma imensa família de sobreviventes. Sofia parecia estar se acostumando com toda aquela situação, mas havia uma coisa que as vezes ela me perguntava: quando iria ver seu pai novamente. Eu nunca sabia o que dizer, então eu era sincera e lhe falava a verdade, que não sabia onde George poderia estar, mas nunca cheguei a lhe dizer que talvez nunca o veríamos porque não achei que fosse justo lhe tirar o sonho de rever o pai.

Boa noite meus amores - eu disse para as dois e fechei os olhos

Boa noite preciosa

Boa noite mama

Despertei assustada com os barulho que escutei vindo de fora da barraca, me levantei e vi Arizona e Sofia fazer o mesmo.

Esperem - eu digo me aproximando da entrada da barraca - vou ver o que está acontecendo

Arizona abraçou Sofia fortemente contra seu peito, e então eu abri o zíper e o que eu vi me fez realmente me assustar.

Lovely - 𝑪𝒂𝒍𝒛𝒐𝒏𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora