Capítulo 11- O retorno

341 36 2
                                    


Ainda tem alguém aí??
Como vocês estão amores?
Desculpa a demora pra voltar.

A música do capítulo é "dia especial" Tiago Iorc

Boa leitura ♥️


“ Se alguém já lhe deu a mão.
E não pediu mais nada em troca.
Pense bem pois é um dia especial”



Todo o amor que compartilharam a instantes atrás, ainda emanava das duas enquanto estavam entretidas num filme qualquer que passava na TV.
Os dedos da morena fincados nos fios loiros, fazendo um carinho no couro cabeludo da outra que estava deitada com a cabeça em seu colo.

— Eu acho que tô com fome.— Regina disse chamando a atenção de Emma.
— Você acha?— Emma disse sorrindo.
— Há  ainda não é aquela fome de leão, mas eu queria comer alguma coisinha.
— Bom, acho que tá muito tarde pra comer fora, vamos fazer algo por aqui.
Regina assentiu, e não demorou muito para que as duas estivessem na cozinha, em meio a beijos, carícias, pipoca e brigadeiro.
(...)

Emma e Regina estavam vivendo aquela fase gostosa de início de relacionamento, elas já se davam muito bem como amigas, mas como um “casal” estava muito melhor, a felicidade estava estampada, para quem quisesse ver.
E muito disso era visto no dia-a-dia por toda a cidade, quando as duas caminhavam de mãos dadas, ou quando estavam no restaurante da vovó para comer sozinhas ou com seus pequenos, era bonito de se ver, uma família formada e o amor entre eles era nítido.
Emma estava a uns dias querendo dar um passo a mais na relação com Regina, até aquele momento as duas não tinham se preocupado com rótulos, estavam apenas compartilhando bons momentos, e também nunca existiu uma cobrança de nenhum dos lados, mas Emma, sentiu vontade e quis preparar algo especial para pedir Regina em namoro.
Já estava tudo programado, no domingo às duas iriam a um piquenique no parque e ela faria o pedido. Tentou guardar o máximo de segredo que pode, pois seria surpresa e não queria que Regina desconfiasse de nada até o dia.
Emma contava seu plano para Mary , enquanto as duas almoçavam juntas no restaurante da vovó, ela não falou muito alto, mais algumas pessoas que estavam mais próximas puderam ouvir.
E a parte ruim de Storebrooke ser muito pequena é porque todo mundo se conhecia e também sabiam muito das vidas uns dos outros, era quase impossível manter algo em sigilo, mas como não estava fazendo nada de errado, não se importaram em esconder.
Só que da mesma forma que o relacionamento das duas causou a alegria de uns, em outros foi exatamente ao contrário.
(...)

— Alô Fiona, você não vai acreditar no que eu acabei de ouvir.— disse rindo debochadamente.
Mérida Dunbroch era a melhor amiga de Fiona enquanto ela morava na cidade, e mesmo depois da mulher partir as duas não perderam o contato, ou seja, mesmo de longe a ex esposa de Emma sabia de praticamente tudo o que acontecia na vida da loira.
Fiona assim que partiu, ficou muito feliz, ela sentia-se livre, estava apaixonada por uma outra pessoa e tudo estava dando certo na sua vida, por vários meses ela viveu sem nem olhar para trás, sem se importar com o filho que tinha deixado e, muito menos com Emma.
O fato é que em determinado momento dessa nova vida, ela se viu completamente sozinha, a pessoa com a qual ela estava envolvendo-se terminou o relacionamento do dia para a noite. E a partir daí tudo começou a dar errado.
O arrependimento resolveu dar as caras e ela decidiu que simplesmente deveria voltar. O problema todo foi ela achar que encontraria sua “casa” do mesmo jeito que deixou, e simplesmente caiu na gargalhada quando Mérida disse sobre o envolvimento de Emma e Regina, ela achava que a loira jamais seria capaz de seguir em frente, de caminhar com as próprias pernas, pelo menos não sem ela.
E foi aí que decidiu voltar a cidade, ninguém além de sua amiga sabia do seu retorno, pois queria antes de tudo saber exatamente o que encontraria, e foi assim que ela passou a observar todos os passos de Regina.
Já havia se inteirado da rotina da mulher, sabia exatamente quando ela ficava sozinha, ou quando se encontraria com Emma, e tudo mais.
Em dado momento, com a ajuda de Mérida  chegou a por escutas na biblioteca para tentar descobrir a todo custo algum ponto fraco na relação das duas.
Fiona estava empenhada em ter sua vida de volta, não porque amasse Emma ou sentisse falta do filho, ela simplesmente achava que ainda tinha o mesmo poder sobre sua ex, e por puro capricho ia tentar destruir a felicidade dela.
Estava ficando no hotel na saída da cidade para não correr o risco de alguém vê-la e estragar seus planos. Mais ficava atenta a toda conversa que ouvia na biblioteca, era muito entediante para ela ouvir toda a simpatia de Regina com as pessoas que frequentavam o ambiente. Pois era nítido o quanto a mulher era querida.
Fiona já estava na cidade a quase uma semana, e ainda não tinha escutado nada de interessante. Porém naquela manhã de sexta-feira, uma determinada conversa ganhou sua atenção.
*
— Regina você não me contou como foi com a Emma?— Zelena perguntou para a irmã, enquanto elas tomavam um café na recepção da biblioteca.
— Foi incrível Zel, eu não tenho palavras para descrever o quão maravilhosa ela é, mas...
— Ih lá vem.— a ruiva a interrompeu.— o que deu de errado?
— Não é bem dar errado, digo, é que ainda estou insegura em relação ao sexo sabe?  tenho medo de fazer algo errado ou que ela não goste, e mesmo que a Emma nunca tenha me cobrado nada eu quero retribuir tudo que ela me dá.
— Regina, eu acho que você está se preocupando atoa, eu entendo a sua insegurança, porém você só precisa se soltar mais, e aos poucos vai perder o medo e, eu tenho certeza que a Emma vai te ajudar.
As duas irmãs mudaram o teor da conversa assim que o primeiro cliente da biblioteca chegou, e completamente alheias ao fato de que não muito longe dali, Fiona usava as informações para tentar separar Emma e Regina.
*
Depois de ouvir essa conversa Fiona, imaginou ter conseguido exatamente o que precisava para estremecer o casal e, ficou muito mais atenta ao que ouvia, mas não conseguiu nada de interessante. E resolveu reagir depois de sua amiga abrir seus olhos.
— Até quando você vai ficar esperando? no domingo a Emma, vai fazer o pedido e você está aqui perdendo tempo.— disse Mérida.
— Isso não muda nada, eu tenho certeza que quando a Emma me ver ela vai se jogar aos meu pés, sempre foi assim e sempre vai ser.
— Será mesmo? porque as duas me parecem muito apaixonadas, você não viu o vídeo que te mandei?
— Eu vi, mas eu conheço a Emma, ela não vai resistir quando me ver. Mas mesmo assim, amanhã vou fazer uma visita para a tal de Regina, ela não sabe onde se meteu.— disse com sorriso pretensioso.

(...)
No sábado de manhã Regina e Emma chegaram juntas a biblioteca, como quase todas as vezes, a loira ajudou a abrir as portas e depois de se despedir da morena de forma carinhosa seguiu para a delegacia.
Fiona olhava a cena escondida do outro lado da rua, fazendo caras e bocas para todos os gestos das outras. E Assim que Regina ficou sozinha, ela achou que era hora de agir. Adentrou a biblioteca com seu nariz em pé e toda a sua arrogância. Regina muito educada a saudou e a primeiro momento não a reconheceu.
— Bom dia, tudo bem? Você precisa de ajuda?— Regina disse e, Fiona revirou os olhos sem disfarçar deixando a outra completamente sem graça e tentando entender o que tinha feito de errado.
— É Regina né? — disse o nome num tom enojado.
— Sim e você quem é? — Cruzou os braços abaixo dos seios e ficou olhando fixamente o rosto da mulher.
— Não que seja da sua conta, mais sou a Fiona, esposa da Emma, e eu só vim aqui te dizer pra se afastar da minha família.— disse de forma ameaçadora.
— Esposa? Família? Você só pode estar de brincadeira, depois de todo esse tempo você volta e acha que tem direito de chamar Emma de esposa?.— Regina foi irônica.
— Escuta aqui queridinha...
— Escuta aqui você. — Regina a interrompeu falando mais alto.— Eu não sei o que você pensa que vai conseguir vindo aqui me confrontar.
— eu já consegui, ou você acha que a Emma não foi correndo atrás de mim, assim que soube que eu estava cidade.— resolveu mentir para ver a reação de Regina que, já sentiu seu corpo tremer com a informação, pois nos últimos dias Emma realmente estava muito misteriosa, parecia que estava escondendo algo.
— A Emma jamais esconderia isso de mim, com certeza ela ia me contar se tivesse  encontrado com você.— Regina disse incerta tentando acreditar na própria fala. Claro que ela confiava na loira, mas devido as suas atitudes nos últimos dias ficou com uma pulga atrás da orelha.
— Ai como você é ingênua, que pena. Eu vou repetir só pra você entender, acho bom você se afastar da minha família.
— E se eu não me afastar, você vai fazer o quê? — Regina a confrontou.
— Eu não preciso fazer nada querida, ou você acha que a Emma vai mesmo ficar com uma mulher que não consegue nem tocar nela, na hora do sexo.— Essa frase soou pra Regina como um golpe fatal, primeiro Emma age como se tivesse escondendo algo e, agora Fiona aparecer e joga isso na sua cara. Era íntimo demais, então só Emma podia ter dito aquilo. Regina ficou sem fala, encarou um ponto qualquer na parede e sentiu os olhos marejar, enquanto Fiona sorria abertamente, ao ver a reação da outra, ela finalmente tinha conseguido a atingir e ao perceber isso  olhou para Regina e piscou um olho de forma cínica e ,saiu da biblioteca sem dizer mais nada.
Regina costumava ser uma pessoa sempre muito segura, mais devido aquelas últimas informações que recebeu,  simplesmente não podia negar para si que, não havia perdido essa guerra, ficou claro que Emma, estava se encontrando com Fiona e, seria questão de tempo para a loira se afastar dela.
Um filme de tudo o que as duas tinha vivido até aquele momento passou em sua mente e, ela pensou em como deixou-se enganar desse jeito.
Regina ficou completamente deslocada, sem saber como devia agir, ela simplesmente baixou as portas da biblioteca e voltou para sua casa, talvez o colo da mãe ajudasse a livrar-se de toda a angústia que ela estava sentindo.

(...)
— O que aconteceu minha filha? — Cora perguntou olhando para Regina com espanto.
— A ex esposa da Emma voltou e, foi lá biblioteca falar comigo mãe, eu acho que entrei numa canoa furada.— Regina respondeu com a voz embargada e sentou-se ao lado da mãe.
— Ei, tenta se acalmar e me conta direito essa história.— Cora puxou Regina para deitar no sofá e apoiar a cabeça em seu colo.
A morena contou para a mãe todos os detalhes do encontro com Fiona.
— Conhecendo a Emma do jeito que você conhece, acha mesmo que ela seria capaz de fazer isso?— Cora perguntou e Regina se pôs a pensar.
— Sinceramente eu não sei mãe, se fosse em outra situação eu jamais duvidaria da Emma, mais aquela mulher falou de algo íntimo demais para nós duas, não é qualquer pessoa pudesse saber.— A morena levantou para olhar o rosto da mãe.
— Minha filha, tem pessoas que movem céus e terras para ver a desgraça do outro.
— Eu vou esperar ela vir falar comigo e, se ela não aparecer é porque é verdade.— Cora apenas concordou com um maneio de cabeça e uma expressão compreensiva ganhou seu rosto, logo puxou Regina de volta para seu colo e aprofundou o carinho em seus cabelos.
(...)
Já era quase duas da tarde e Emma ainda não tinha conseguido falar com Regina, ela estava preocupada porque um de seus colegas de trabalho, chegou na delegacia dizendo que a biblioteca estava fechada desde as dez da manhã,  tentou falar com Regina a todo custo, mas o telefone estava desligado, resolveu ligar na casa da morena e foi atendida depois do segundo toque por Cora.
— Alô... Oi Emma... Sim, ela está... Eu não quero me intrometer na vida de vocês, mais acho melhor conversarem pessoalmente... Acho melhor a própria Regina te dizer... Não, fica tranquila ela está bem... Tá bom, até mais.
Emma que já estava preocupada ficou ainda pior, o que de tão grave pode ter acontecido com Regina para sumir dessa forma e, o pior é que justo naquele dia ela não poderia sair mais cedo do trabalho, já que estava no lugar do irmão e seu expediente só terminaria as 20:00.
As horas passaram lentamente para Emma que a cada cinco minutos olhava para o relógio, vendo os ponteiros se arrastarem a passos de tartaruga.
Em sua mente não tinha nenhum pensamento positivo, ficou fazendo teorias mirabolantes  sobre o que podia ter acontecido com Regina, mas nunca imaginou que o problema toda era Fiona.
Quando faltavam apenas 20 minutos para o expediente finalmente acabar, a loira assustou-se com a presença da cunhada e do irmão na delegacia, David estava de folga e ele e a esposa tinha ido para um passeio fora da cidade, e quando estavam retornando, deram de cara com a ex-cunhada, que ainda os cumprimentou com “tcauzinho”, como se nada tivesse acontecido, como se ela não tivesse desaparecido por quase dois anos.
— Vocês acham que ela sabe sobre a Regina e eu?— Emma perguntou tentando assimilar todas as informações.
— Eu não sei, mas vindo dela podemos esperar tudo.—. Mary disse.
— Porque você está preocupada com isso?. Você não está pensando em voltar pra ela, está?— David perguntou.
— Claro que não.— Emma bateu na mesa de madeira 3 vezes.— A Regina não falou comigo o dia inteiro, ela fechou a biblioteca cedo e, quando eu liguei na casa dela, a Cora disse que era melhor a gente conversar pessoalmente. Eu não quero nem pensar se aquela doida falou algo pra magoar a Regina, eu...eu. — Fica no meu lugar aí.— O pedido para o irmão soou mais como uma ordem.
Emma mal terminou a frase e já saiu correndo em direção ao carro, durante todo o caminho ela só conseguia pensar se Fiona pudesse ter dito algo para magoar Regina, da mesma forma que fazia com ela no passado, sabia que a mulher costumava usar palavras de forma dura e ser muito rude quando queria ferir alguém.
Estacionou o carro de qualquer jeito em frente a casa, e correu para a porta de entrada, afundou o dedo na campainha e logo a porta foi aberta por Zelena, que a encarou preocupada.
— Oi Emma, o que houve, tá tudo bem?.— perguntou dando passagem pra loira entrar.
— Espero que esteja Zê, cadê a Regina?.
— Está no quarto dela, pode ir lá.
Emma mal esperou Zelena terminar a frase e subiu as escadas correndo. Bateu na porta já empurrando e colocou a cabeça para dentro do quarto, pode vislumbrar a imagem de Regina deitada na cama, a única luz acesa era a do abajur na mesinha lateral.
Puxou o ar com um pouco mais de força e entrou de vez, caminho lentamente até a cama e sentou no lado vazio, passou os dedos vagarosamente nos cabelos negros e,  ao encarar o rosto da morena  mesmo com a luz fraca consegui ver os vestígios do choro de mais cedo.
— Regi— chamou de forma delicada.
— Emma? — a morena abriu os olhos tentando se acostumar com a claridade do abajur virado diretamente para seu rosto e, quando confirmou que Emma estava ali, a lembrança das palavras de Fiona vieram a tona, fazendo-a se afastar quase que bruscamente.
Ficou de pé e foi direto ao interruptor ascender a luz do quarto.
— O que você tá fazendo aqui? Porque não está com a sua esposa?— Regina perguntou num tom irônico.
— Ei, vai com calma, eu nem sei o que aconteceu.
— O que aconteceu é que a sua esposa foi lá na biblioteca me ameaçar, e ainda disse coisas muito íntimas sobre nós duas, eu não acredito que você fez isso comigo Emma..
—  Ex esposa ,Regina calma, eu não fiz nada, acredita em mim, eu acabei de descobrir que ela está na cidade. O que exatamente ela te disse?
A morena começou a explicar tudo para Emma, da mesma forma que fizera pra mãe mais cedo, enquanto a loira ouvia atentamente a cada detalhe e ficava ainda mais indignada com a cara de pau de Fiona.
— Regina, eu nunca disse nada disso, eu nem a vi ainda e, eu jamais faria nada parecido...por favor acredita em mim?
Emma repetiu a frase fazendo uma espécie de súplica, tentou pegar as mãos de Regina, mais a morena foi mais rápida e se afastou.
— Você passou a semana inteira estranha, está me escondendo algo, eu tenho certeza e, só pode ser isso.
— Droga Regina! — Emma falou um pouco mais alto. Você quer saber porque eu estava estranha? — Emma passava as mãos no rosto em puro sinal de nervosismo.— a quase uma semana eu estou agindo assim porque eu queria que tudo saísse exatamente como eu planejei, mas pelo visto vou ter que estragar a surpresa. — tateou o bolso da jaqueta, tirando de lá a caixinha preta com as iniciais E. R na parte de cima. — Eu estava planejando um piquenique no parque amanhã, para que eu pudesse te pedir em namoro.
A morena ficou estática encarando a loira enquanto ela abria a caixa, e dentro tinham duas alianças, de prata.— Você quer namora comigo?— falou de uma vez.
Os olhos de Regina marejaram no mesmo instante, ela não sabia como agir diante daquela situação e, perdeu a fala. Ter Emma a pedindo em namoro era um sonho, mas não naquela circunstância.
— Regina? Fala alguma coisa.
— Eu...eu..preciso pensar.— gaguejou ao dizer, naquele momento se iniciava uma batalha entre a razão e o coração.
Emma também marejou os olhos, pois aquela situação não estava nos seus planos, ela desejou tanto que tudo saísse perfeito e agora tudo parecia estar indo por água abaixo.
A loira deixou a caixa sobre a cama e saiu do quarto sem dizer absolutamente nada, ela não tinha mais argumentos, para usar com Regina.  E depois de ouvir aquela resposta O que mais ela poderia dizer? Infelizmente Fiona tinha conseguido envenenar a morena e naquele momento Emma não podia fazer mas nada, a não ser esperar?
Desceu as escadas completamente desnorteada, quando finalmente ela havia conseguido se livrar do looping que tinha sido a sua vida nos últimos anos, e estava vendo a felicidade bater em sua porta  Fiona, vem e estraga tudo.
Assim que parou ao lado do carro  começou a chutar o pneu descontroladamente tentando se livrar da raiva que estava no momento.
Dentro da casa Zelena, ficou ainda mais preocupada quando Emma saiu sem nem se despedir, ela sabia que tinha acontecido algo grave , porque Emma nunca agiu daquele maneira. Subiu a escada a passos largos, encontrou a porta do quarto de Regina entre aberta, e a procurou com o olhar.
A morena estava deitada em posição fetal, abraçada a um dos travesseiros que estava em sua cama, e algumas lágrimas rolaram por seu rosto.
— Regina? O que aconteceu?
— Eu acho que estraguei tudo Zelena, eu e a Emma.
— Vocês pareciam tão bem, o que aconteceu?— Zelena viu a caixa com as alianças em cima da cama.— e essa caixinha aqui?
— Ela me pediu em namoro, e eu disse que ia pensar, eu não soube como agir eu ...
— Como assim você não soube Regina? você estava tão empolgada, você não tá se deixando levar por conta da ex mulher dela né?
— Ah mais você queria que eu fizesse o que?
— Você acredita na Emma, acreditou no que ela disse?
— Sim, eu acreditei nela, mas...
— Mas nada, vai atrás dela.
— Mas Zelena...
— Vai atrás dela agora, não deixa sua felicidade escapar mulher. Se você correr um pouquinho ainda pega ela aqui na frente.— Zelena disse olhando pela janela.
Regina levantou da cama e pegou a caixa das alianças e saiu correndo atrás de Emma. Assim que abriu a porta da frente se deparou com uma cena um tanto engraçada, Emma segurava um dos pés, enquanto se apoiava no outro, no mínimo ela havia chutado o lugar errado e estava sofrendo com a dor.
— Emma — Regina chamou de forma contida.— Emma,  eu aceito.
A loira que até o momento não tinha dado atenção para a morena parou o que estava fazendo na mesma hora, para encarar o rosto de Regina que, ainda estava parada no mesmo lugar.
A morena  Caminhou até Emma e, entregou a caixa com as alianças, repetindo a frase que tinha dito a segundos atrás.
— Eu aceito namorar com você, me desculpa pelo que aconteceu lá no quarto eu...
— Não se desculpe.— disse já puxando a morena para um beijo, as duas não sabiam que precisavam tanto daquele contato, até que seus lábios se encontraram.
O beijo durou mais tempo do que elas planejaram e só se separaram quando o ar se fez necessário, mantendo as testas coladas e um sorriso logo ganhou ambos os lábios.
O pedido não saiu como Emma esperava, mais  ter a resposta positiva foi tudo o que ela sempre desejou. Ela abraçou Regina de forma possessiva, envolvendo os braços em quase todo o corpo da morena.
— muito, muito obrigada por esse momento Regi.— disse se afastando um pouco para olhar o rosto da morena.
— Eu que tenho que agradecer.— Emma balançou a cabeça num gesto negativo.
— Você me aceita do jeito que eu sou e, eu amo isso em você, mas por favor esquece o que ficou pra trás, e de hoje em diante vamos viver uma nova fase das nossas vidas, sem deixar nada mais nós abalar. Porque eu não consigo mais viver sem você meu amor.
Regina assentiu sorrindo, enquanto Emma pegava a caixa com as alianças de sua mão, abriu e mostrou para a morena.
— É linda.— Regina disse admirando a aliança  assim que Emma a colocou em seu dedo anelar da mão direita, repetindo a gesto logo em seguida.
— Agora sim, minha namorada.— Mais um abraço entre as duas foi trocado.— Vamos lá pra casa, quero dormir abraçadinha com a minha namorada.— Emma disse, dando ênfase na última palavra.
Enquanto caminhavam de volta para dentro da casa, as mãos se entrelaçaram e Emma levou a de Regina até os lábios, deixando um beijo no dorso.
Os sorrisos estavam travados nos rostos.
(...)
Regina colocou Luna no quarto junto com Henry, a menina dormia pesado e provavelmente só acordaria no dia seguinte.
Quando entrou no quarto de Emma, não a encontrou de primeira, porém ao ouvir o barulho do chuveiro soube que a namorada estava no banho.
Entrou no banheiro já tirando as roupas, e assim que parou a frente do box Emma a puxou para debaixo d’água, molhando-a da cabeça aos pés.
— Emma, não era pra molhar o cabelo agora.— Regina disse em tom repreendedor.
— Depois eu seco ele pra você, agora vem cá. —puxou Regina para mais perto e passou a distribuir beijos por ser pescoço e colo, depois virou a morena de costas e passou a massagear seus ombros de forma delicada, a morena soltava baixos gemidos de satisfação, enquanto era cuidada pela outra. O banho foi um pouco mais demorado, era como se a água pudesse levar embora todo o estresse daquele dia e, restasse somente o amor.
Como prometido Emma, ajudou Regina a secar os cabelos e não demorou muito para que deitassem na cama buscando o aconchego uma no corpo da outra.
— Amanhã eu vou atrás da Fiona, vou ter uma conversa bem séria com ela.
— Do jeito que ela falou comigo, acho que ela pretende recuperar você e o Henry.
— Mais não vai.— Emma ergueu o corpo para encarar o rosto de Regina.— nada do que eu fui, serve agora, a Emma fraca e completamente dependente dela morreu, de mim ela nunca mais terá nada.— Regina apenas assentiu com um maneio de cabeça e um olhar compreensivo.
— Mais e o Henry? — a morena perguntou depois de alguns minutos em silêncio.
— sinceramente eu ainda não sei, ainda não pensei no que vai acontecer, mais também não quero falar nisso agora.
— Bom, então nós ainda vamos no piquenique?— Regina mudou o assunto.
— Claro, eu já tinha preparado tudo mesmo, mas como já atingi o meu objetivo, acho que podemos levar as crianças.
— Claro, vai ser ótimo inclusive a Mary e David tambem podiam ir.
Depois de mais algumas conversas aleatórias, as duas dormiram, com os corações completos.
(...)
Assim como planejado na noite anterior, a família toda saiu para aproveitar a manhã de domingo, o dia estava bonito, não muito quente e perfeito para o que eles haviam planejado. Depois que forraram o lençol debaixo de uma árvore qualquer, David foi o primeiro a começar a tiras as comidas de dentro da sexta, sorriu ao ver como estavam embaladas, corações e algumas tinhas as iniciais das duas namoradas.
— Meu diabetes acabou de aumentar e, nem é por causa do bolo de chocolate.— David disse, arrancando risadas de todos, e Emma mostrou a  língua como resposta.
— Mamãe não pode, isso é feio.— Henry disse repreendendo a mãe, e todos riram mais ainda, enquanto Emma tinha uma expressão de culpa no rosto.
Regina e Mary ficaram conversando e tomando conta dos pertences, enquanto Emma e David brincavam com as crianças.
— Você acha que a Fiona vai querer o Henry?— Regina perguntou preocupada.
— Se ela quiser, vai ser somente para atingir a Emma, ela nunca teve paciência com ele, e nunca se importou em esconder o quanto achava que ele atrapalhava sua vida.
— Como pode, ele é um garoto tão bonzinho.
— E como é, o problema é que ele nunca foi prioridade para ela, na verdade nada que envolvia ele e a Emma era, eu sofri junto com a Emma, mais confesso que agradeci muito quando ela foi embora.
— Só espero que ela não cause muitos problemas.— Regina disse pensativa.
— Eu também não.
(...)
A família retornou para sua casa depois de algumas horas no parque, Devid e Mary entraram na frente com as crianças enquanto Emma e Regina ficaram responsáveis por esvaziar o carro.
Regina abaixou-se para acariciar Tomas que começou a trancar sua pernas e se assustou quando ouviu gritos vindos de dentro da casa, ela e Emma se olharam e correram para dentro afim de descobrir o que estava acontecendo. A cena que presenciaram em seguida foi um tanto inusitada  e mesmo que no futuro rendesse várias risadas, naquele momento foi algo bem preocupante.
Mary estava literalmente com as mãos emaranhada no cabelo de Fiona puxando-a para fora da casa.
Emma tentou apartar a confusão, e Regina vendo que ela não conseguiria sozinha resolveu ajudar, segurando Mary pela cintura e afastando da outra que só sabia gritar e chamar a mulher de maluca.
— O que tá acontecendo aqui?— David entrou na sala e disse assim que viu os ânimos alterados, nunca tinha visto sua esposa tão nervosa como naquele momento.
— Essa maluca me atacou do nada.
— Do nada? O que você tá fazendo aqui?— Mary disse quase que gritando.
— Como você entrou aqui? Foi a vez de Emma perguntar.
— Muito simples, eu ainda tenho a minha chave.— Fiona disse tentando arrumar os cabelos com os dedos.
— E você acha que simplesmente pode aparecer aqui como se nada tivesse acontecido?— Emna olhava indignada para sua ex esposa e ficou mais perplexa ainda quando notou que Fiona carregava uma mala consigo.
— Será que a gente pode conversar em particular, ou essa gentinha vai ficar atrapalhando?— Fiona disse com desdém.
Emma não respondeu de imediato, sentiu Regina segurar sua mão e retribuiu o gesto em seguida. Ali foi como se Regina desse o aval que precisava e ela sentiu-se a pessoa mais segura do mundo.
David levou Mary para a cozinha afim de acalmar a esposa que estava tremendo por conta do nervosismo.
— Essa daí não vai sair?— Fiona disse referindo-se a Regina.
— O nome dela é Regina e ela fica.— Emma disse firme.
— Tudo bem, o que eu vou dizer serve para ela também, eu quero ela fora dessa casa e da sua vida. Agora que eu estou de volta não quero esse bando de fofoqueiros que tem nessa cidade falando da mim por ai.
Emma sorriu de forma irônica, antes de começar a falar.
— A Regina não vai a lugar nenhum, quem vai sair daqui é você, e pode voltar pro buraco onde você estava.
— Desde quando você usa esse tom comigo Emma?.— Fiona se aproximou da loira rapidamente e cravou a mão em seu queixo, obrigando-a a encarar seu rosto.
— Tira a mão dela.— Regina foi em defesa da Emma e, empurrou o braço da outra com força.
Fiona tentou dizer alguma coisa, mas antes Emma a interrompeu.
— Você nunca mais ouse colocar o dedo em mim novamente, eu não sou mais aquela Emma que dizia sim para tudo e, que tinha medo de você. Você vai pegar as suas coisas e vai sair da minha casa agora.
Era nítido o quanto Fiona ficou desconcertada, ela nunca imaginou que Emma pudesse ter mudado tanto, porque ela sempre teve a loira em suas mãos.
— Eu não acredito que você vai me trocar por essa mulher.
— Eu não te troquei por ninguém, você escolheu ir embora sem olhar para trás, a única coisa que eu fiz foi seguir em frente com a minha vida.
— Mais e tudo o que nós vivemos?
— Nós, agora você quer falar de nós? Durante todo o nosso relacionamento sempre foi a sua opinião que contou, durante 10 anos da minha vida eu vivi a sua sombra e a sua vontade, nunca existiu nós.
Fiona começou a derramar algumas falsas lágrimas no intuito de fazer Emma sentir pena, mas agora a loira não caia mais nesse tipo de fingimento, sabia que não passava de chantagem emocional.
— Você deve ir viver a sua vida como você sempre quis, o que a gente viveu tá no passado, e eu não pretendo voltar nunca mais.
— O que é que ela tem que eu não tenho?— Fiona falava com Emma como se Regina não tivesse presente. Regina estava prestes a responder, mais Emma apertou sua mão de forma sutil, fazendo-a parar.
— Não é o que ela tem, é o que ela é, eu nunca precisei fingir ser outra pessoa na presença dela, nunca precisei me privar das coisas que eu gosto para agrada-la, eu sei que ela vai segurar a minha mão sempre que eu precisar e sem me pedir nada em troca.
— Tabom Emma, chega, eu já entendi, eu vou embora e você fica aí com a sua família perfeita.— a última frase saiu com desdém.
— É um favor que você me faz, sinceramente você não devia nem ter voltado.
Fiona saiu arrastando a sua mala, e antes de sair pela porta encarou Emma e Regina, pode se dizer que naquele momento ela expressou  um olhar arrependido, mas para Emma, aquilo não importava mais, Fiona não causava mais impacto nenhum em sua vida.
Emma e Regina respiraram aliviadas assim que a porta se fechou, as duas trocaram um olhar cúmplice e em seguida um abraço.
— Eu espero que ela realmente não volte.— Regina disse e Emma concordou com um maneio de cabeça.
— Vamos ver como a lutadora está?— Emma disse se referindo a Mary, e as duas seguiram para a cozinha sorrindo.
“Mas te vejo e sinto o brilho desse olhar.
Que me acalma e me trás força pra encarar tudo.”


Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo.
Prometo não demorar muito pra voltar.



 


Você é a minha canção favorita...- SWANQUEENOnde histórias criam vida. Descubra agora