Conto 12 - Antalya Revival parte 2

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Eda cansou de esperar Serkan no hall do hotel. Não tinha o número dele para ligar e não ia pedir para Melo, nem para ninguém da Art Life. Não sabia o que pensar sobre a atitude dele. Se ele havia solicitado uma conversa privada antes do evento por que não compareceu? Ele nunca falhava com compromisso algum.

— Será que aconteceu alguma coisa? – Eda falou em voz alta olhando para o celular. Melo desceu no elevador e ficou surpresa de encontrar Eda ainda no hall.

— O que houve? Você não disse que tinha ido mais cedo para o evento? – Essa tinha sido a desculpa que Eda deu a Melo para se encontrar com Serkan em segredo. Se Melo soubesse ia imaginar tudo ao contrário. – Por que voltou?

— Eu ainda não fui, Melo. – Ela continuou olhando para o elevador, porque a porta abriu, mas quem saiu de lá não foi Serkan e sim outro homem de terno e gravata.

—O que foi? Está esperando o Efe? – Melo olhou para o elevador.

— Não, não estou esperando ninguém. Vamos, já estamos atrasadas.

O evento era glamuroso com tapete vermelho e muitos fotógrafos. Eda pousou para fotos e reencontrou ali Piril e Engin. Eles tiraram fotos juntos e seguiram lado a lado para dentro do grande auditório com capacidade para mais de 800 pessoas.

Era um daqueles com estilo de anfiteatro. Eda sentiu borboletas no estômago quando um funcionário conduziu-a para sentar-se nas primeiras fileiras, destinadas aos indicados ao prêmio. A ficha finalmente caiu de que ela estava num dos momentos mais importantes de sua carreira. Eda se acomodou na cadeira 22 e logo depois que se sentou, percebeu que outra pessoa também se sentou ao lado dela. Era Serkan.

— Onde você estava? Por que não veio falar comigo? – Ele apenas desabotoou o terno e cruzou as pernas. Olhando fixo para frente. – Você não vai falar nada?

— O que eu deveria dizer?

— Você está maluco ou o que? Serkan, você me beijou na cachoeira e disse que queria conversar comigo antes de vir ao evento. Eu te esperei no hall do hotel igual uma idiota e agora você me vem com isso de "o que deveria dizer?" Eu não sei o que está passando na sua cabeça. Sinceramente.

— Não queira nem saber! – Ele resmungou bufando de raiva. Eda o mirou sem compreender e também sem paciência para aturá-lo nesse estado ao lado dela. Então, se levantou. – Onde vai?

— Ah, isso te importa? Não me diga! – Debochou. – Mas vou te dizer, vou me sentar bem longe de ti, Serkan Bolat.

— Está bem, desculpa. – Ele respirou fundo e segurou na mão dela. – Não vá embora, por favor. Eu não quero estragar essa noite para você. Me perdoa.

Ele mudou de semblante e Eda não entendeu. O rosto de Serkan parecia confuso e muito vermelho.

— Por que está agindo assim? – Ela se sentou voltando-se para ele preocupada.

Ele não soube dizer e foi salvo pelo gongo quando Efe apareceu clamando pelo seu assento.

—Serkan bey, acho que você errou de lugar. Esse é o meu. – Efe falou com um sorriso sem graça na boca. Serkan respirou fundo e se colocou de pé. Eda, então, compreendeu em partes porque ele, talvez, estivesse indignado. Efe Akman, era o motivo.

O patrão sentou-se ao lado de Eda, mas os olhos dela seguiram Serkan que subiu os degraus e sumiu por uma porta lateral. Será que Serkan ainda está com ciúmes de Efe? Eu não disse a ele que não tínhamos nada? Por que ele não acredita em mim?

***

O evento começou com a apresentação do prêmio, quem o criou e um breve histórico de tudo que aconteceu nos últimos vinte anos. Eda viu todos os arquitetos premiados e pensou que se ela ganhasse estaria dentro desse hall exclusivo junto com eles.

A Rosa e O Príncipe de AçoOnde histórias criam vida. Descubra agora