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O sol estava se pondo e lentamente desaparecendo no horizonte enquanto a cor laranja começou a tomar conta do céu. O vento começava a soprar mais frio do que no resto do dia enquanto as luzes da cidade se acendiam lentamente, iluminando as ruas de repente escurecidas e decorando as passagens, criando o aspecto de calma perfeito para ser observado de uma varanda.

Mas nada disso conseguia prender minha atenção enquanto o garoto ao meu lado falava sorrindo o tempo todo e tinha seu cabelo castanho bagunçado pela forte brisa que soprava. A maneira como ele falava, rápido e atropelando todas as palavras enquanto movia as mãos, muitas vezes me prendeu em qualquer que seja o assunto, e eu me pergunto como um garoto falando merda pode ser tão atraente.

De repente, nada me envolvia mais do que encontrar aquele garoto alto na varanda de sua casa enquanto eu o ouvia divagar por horas até que ele se cansasse de enrolar e não ter escolha a não ser ignorar sua timidez e me levar para seu quarto, onde nós beijariamos até todo o ar se esvair de nossos pulmões e precisarmos fazer uma pausa para então começarmos tudo de novo, até que nossos lábios estivessem dormentes e nosso — mais especificamente o seu — cabelo estivesse uma bagunça feita por nossos dedos ansiosos.

E eu não reclamei, nunca reclamaria. Eu apenas ouvi tudo o que ele tinha a dizer enquanto esperava pelo momento em que ele pegaria minha mão e me levaria para seu quarto. Eu não me importava em deixá-lo conduzir as coisas em seu próprio tempo porque eu sei que esse é apenas o seu jeitinho de se sentir a vontade antes de chegar onde realmente queria ir desde o início.

Por isso, não me importei em ouvir sobre a origem de seu nome e sua descendência americana — mesmo que ele não precisasse me dizer, porque estava escrito em seu rosto. — Continuei a ouvir tudo de bom grado, sentindo todo o peso de um dia cansativo saindo dos meus ombros enquanto sua voz tirava de mim toda a energia ruim.

Ele gentilmente remove uma mecha do meu cabelo da frente dos meus olhos enquanto sorri, e faz exatamente um minuto desde que eu tive algo tão doce vindo dele. Para mim, desde que ele continue me olhando dessa forma, ele pode falar merda a noite toda. Tudo o que ele diz é como remédio quando estou ansioso, é desse tipo de merda que gosto. Enquanto ele continuar a me ensinar a amá-lo com cada traço de seu corpo, eu juro, ele pode falar o quanto quiser.

Ele morde o lábio em um claro sinal de nervosismo e de repente tudo fica em silêncio, mas não era incômodo. Eu o vejo se soltar da grade de sua varanda enquanto me olha daquele jeitinho ansioso, e eu não consigo controlar o sorriso discreto que surge em meus lábios com o pensamento de que sei exatamente o que está por vir agora.

Ele segura minha mão com delicadeza, mas com confiança quando me leva para dentro e bate a porta atrás de si, e eu imediatamente envolvo meus braços em volta do seu pescoço, sentindo-o fazer o mesmo em minha cintura.

— Eu demorei muito dessa vez? — sua voz soa como música novamente.

— E isso importa?

— Sim. — Um suspiro pesado sai de seus lábios enquanto ele me guia pelo quarto até minha perna esbarrar em sua cama e nós dois cairmos no acolchoado macio, ainda abraçados e com ele em cima de mim. — Eu não quero deixar você esperando.

— Eu gosto de ouvir você falar.

E quando nossos lábios finalmente se encontram, não consigo encontrar em minha memória algum momento em que estivesse mais satisfeito do que agora. Sinto uma de suas mãos passando suavemente por todo meu braço descoberto e desta vez sou eu quem quero dar um suspiro porque, porra, mesmo que não tenham se passado nem três dias desde a última vez que senti seus lábios pressionados no meus dessa forma, eu já sentia a saudade martelando em meu peito.

— Senti sua falta, Taehyunie. — Ele diz assim que nossos lábios se separam em busca de ar, subindo a mão que antes acariciava meu braço até os meus cabelos, onde acariciou e enrolou os fios loiros em seus dedos repetidas vezes.

— Senti sua falta, também.

— Por favor, me diga que você vai dormir aqui hoje. — Seu rosto já se encontrava enterrado em meu pescoço e sua voz soou abafada, arrancando de mim um sorrisinho bobo ao senti-lo distribuir alguns selinhos castos naquela região.

—Só se você me prometer que vamos ficar assim a noite toda.

— Eu posso pensar nisso.

—  Então eu posso pensar sobre dormir aqui essa noite.

Hueningkai levanta a cabeça para me olhar nos olhos com um sorriso igualmente divertido no rosto antes de se inclinar sobre mim novamente e chocar nossos lábios mais uma vez. Minhas mãos traçaram o caminho até seu cabelo castanho e macio, onde se ocuparam em bagunçar enquanto eu sentia as suas acariciarem meu corpo, ainda deitado por cima de mim.  Ele exala o cheiro de alguma fruta cítrica que não consigo identificar, mas ainda poderia passar um dia inteiro apreciando vigorosamente, especialmente se sua língua estivesse explorando minha boca como nesse momento.

Novamente nossas bocas se separam e ele aproveita a pausa para plantar vários selinhos repetidamente em meus lábios enquanto se aconchega entre minhas pernas, me causando uma imensa vontade de rir

— Hmmm, Kai — Eu murmuro assim que o empurro pelos ombros, interrompendo sua sessão carinhosa de selinhos para poder sorrir livremente, o vendo retrubuir igualmente.

Eu inutilmente tento arrumar seu cabelo que eu mesmo baguncei com apenas uma mão enquanto a outra estava ocupada acariciando suas costas por cima da camiseta, observando-o se inclinar em direção aos meus toques adoravelmente antes de um sorriso divertido aparecer em seus lábios.

— Se você não der nenhum indício de que quer sair debaixo de mim agora, eu vou ficar aqui até amanhã de manhã !

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