Capítulo 1

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A noite havia começado tão fria como qualquer outra das que passara naquela sacada a indagar-se como tudo havia começado a dar errado. Um suspiro longo foi o que marcou sua longa expressão de tédio, enquanto os ouvidos atentos buscavam sinal de algo que não fosse a gritaria dos vizinhos, os gatos foguentos no telhado, as sirenes do carro da polícia estacionado na frente do edifício como quase sempre estava. Aquele lugar era um circo! Deveria lembrar-se de arranjar outro apartamento quando voltasse de sua mais nova missão. Ah, sim, por tocar no assunto...

Natasha tinha lá seus problemas com autoridade. Não gostava de trabalhar em grupo, o que de fato mudou nos últimos anos, ainda assim não parecia se sentir bem quando Coulson lhe pedia para levar alguns novos agentes para as missões de campo. Ela não tinha paciência com novatos, eles eram tão frágeis e infantis, agiam como se o mundo fosse devorá-los se não seguissem à risca todo o regulamento, o que implicava em não poder fazer seu trabalho a seu modo, e quando isso acontecia, nunca dava certo.

Fury lhe disse então em sua última ida ao QG que tirasse um tempo para si. "Pense como suas férias, vá para onde quiser" ele enfatizou antes de entregar uma pasta negra. "O que acha do Volgogrado?"

Férias no escambau! Disse a si mesma quando chegou exausta após dirigir de volta para casa, jogou a pasta sobre a cama e a esqueceu completamente. Após o longo banho de sais pelos quais pegou demasiado gosto quando passou a morar em Washington DC, vestiu uma camiseta longa que "pegara emprestada" de Clint Barton com a desculpa que algum dia devolveria, um short curto, permitindo que a brisa fria do inverno americano tocasse sua pele alva. Enrolou os cabelos em uma toalha e pôs-se a sacada, novamente a pensar, como fazia sempre de costume aquela hora da noite. Seus olhos verdes vasculharam inquietos os andares do prédio ao lado, a confusão no térreo, a briga entre um casal logo abaixo de seu apartamento... Qualquer um que a encontrasse ali diria que era uma bisbilhoteira, mas se fosse buscar a fundo, a mente de Natasha estava muito longe daquele lugar, longe daquele edifício, ou até mesmo de Washington DC, procuraria em um outro continente, do outro lado do mundo, quem sabe em uma fria cidade portenha que chamavam de Volgogrado. O que haveria de especial naquela cidade, ela indagou. Sabia que havia nascido lá dentre outras coisas que Fury descobriu a seu pedido, mas sendo sincera consigo mesma, ela não se interessava.

Após algum tempo sem encontrar respostas, decidiu voltar para dentro, o frio começou a incomodar suas pernas. Aff! Reclamou consigo mesma. Talvez estivesse ficando molenga com o tempo. Jogou-se na cama, sentindo algo duro embaixo de si e... Ah, a bendita pasta! Não havia esquecido, apenas não queria admitir que talvez, mas só talvez aquela pequena maleta negra contivesse as respostas que buscava. Volgogrado, não? Repetiu em silêncio as palavras do diretor, sentindo um arrepio em sua espinha e a sensação de que algo realmente ruim estava para acontecer. Ela recuou, respirou fundo e abriu a mala pelo click cor de ouro rosé que dava um destaque na mesma.

A pasta possuía uma subdivisão em seu interior. A primeira continha uma pequena pasta em formato de fichário e a primeira palavra que lhe aparecia "Confidencial". Natasha revirou os olhos, e sorriu com a vontade de descobrir qual seria a encrenca dessa vez. Passou para a segunda, onde Fury lhe havia deixado dez mechas grossas de notas amarradas juntas. Cinco, ela reconheceu ser em euro e a as outras cinco, e dólar americano. Faltava ele ter lhe colocado em uma roubada com a máfia russa. Isso seria divertido, não?

Nessa mesma subdivisão, havia cerca de três passaportes e um feixe com identidades que ela desconhecia, todas com algo incomum em sua foto. Ótimo, escolher um nome, uma profissão, uma história nova. Ela era boa nisso! Talvez devesse começar a escrever Fanfics... A ruiva riu de si mesma com aquele pensamento. Okay, poderia inventar uma história durante o voo, que seria naquela manhã, ou seja: era para estar arrumando as malas, não? Okay, okay! Guardaria as roupas de frio mais tarde.

Outra subdivisão e havia a ficha de um... Garoto? Ela franziu o cenho, mantendo os olhos fixos na imagem. Pegou a ficha para lê-la com mais detalhes. Não era um garoto. Ela riu ao constatar. Era uma menina, ruiva, pouco parecida com ela mesma, tinha sardas por quase todo o rosto, no fichário dizia que a mesma tinha entre seis e sete anos, moradora de Volgogrado. Por que aquilo parecia familiar? A Jovem possuía, segundo o arquivo, habilidades extraordinárias visadas pela Red Room e a HYDRA, o que a deixou de fato intrigada. Aparentemente uma criança normal que vivia com o tio no interior da cidade.

Então seus olhos pesquisaram curiosos pela ficha até encontrar um nome de referência e ela engasgou com o oxigênio quando leu o nome no papel impresso que dizia:

"Romanoff"

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Aaaaaaah olha eu aqui arriscando no Thriller!!!!

Eu sempre quis escrever uma Fanfic sobre a viúva negra sabe? Tipo sempre mesmo desde que assisti Os Vingadores: Os Super Heróis mais poderosos da Terra na tv globinho, eu achei muito top e fiquei apaixonada nessa divaaaa ♥️♥️♥️😅 Mas como eu era criança e apesar de ter uma imaginação fértil, não sabia criar uma história que fizesse sentido, então após quase.... Dez anos, acho, resolvi me arriscar. Espero que gostem. Essa vai ser curtinha, e sim eu vou investir muito no suspense kkkkkkkkkk

Operação Volgogrado | Natasha RomanoffOnde histórias criam vida. Descubra agora