I'm Not Okay With This

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P.O.V's Quinze

Acordo cedo demais, com um pressentimento ruim, e nunca é bom sentir esses apertos no peito. Parece que o universo não perdoa e nem poupa ninguém. Ele não dá mais tempo à alguém e nem espaço pra respirar. De todas às vezes que presumi que algo mau iria acontecer... costumavam ser rápidos e repentinos. Eu queria não me preocupar com isso, mas era impossível. A primeira coisa que fiz quando levantei assustada da cama foi correr pro quarto do meu vô e ver ele deitado na cama como sempre não é uma coisa boa. Tentar socorrer ele não ia adiantar mesmo que eu tentasse. O primeiro telefone que tivesse naquele quarto teria que servir. O pior foi ver a ambulância levando o corpo dele. Me disseram "O senhor Harlan Cooper veio à óbito, devido à uma insuficiência cardíaca. Sinto muito, senhorita Key. Se não encontrarmos um parente próximo, o Conselho Tutelar terá que levá-la para um orfanato." E eu não podia fazer muita coisa quanto isso.

- Senhor policial, quanto tempo tenho para encontrar alguém? - estava tentando manter o controle, e eu sei que às vezes isso é um erro, mas não dessa vez. 

- 14 dias úteis, apenas.

Foi suficiente. Eu tinha direito de continuar na casa durante esse tempo. Mas eu não ia. Depois de chorar só um pouco mais lamentando pelas coisas ridiculamente horríveis que estavam acontecendo ao meu redor. Depois que toda aquela gente saiu da casa, peguei algumas das minhas coisas, minha bicicleta e uma boa parte do dinheiro guardado dentro do buraco do lado da porta do meu quarto. A morte do meu único parente restante me fez pensar "Eu não tenho mais nada à perder, mas só mais um motivo pra consertar o tempo, mesmo que não traga meu avó de volta." 

E quando eu estava quase fazendo "toc toc" na porta do quarto de hotel da família esquisita dos Hargreeves perdidos, Número Cinco brota atrás de mim como sempre faz.

- Por que você tá trazendo uma mochila pra cá? - me viro pra ele e o vejo como sempre, mãos no bolso, um uniforme escolar que parece que nunca muda e a mesma cara cínica.

- Só umas coisas pra ajudar na aventura maluca de vocês.

- Ah... Sei. - Cinco caminha até mim, depois desvia e bate na porta. - Então eu te convenci a vir com a gente?

- Nunca foi você. Eu tô indo por mim.

 Diego abre a porta e exclama um "Ah, vocês de novo, mas finalmente!". E entramos.

- Olha só! A melhor pessoa do mundo depois de mim e o meu irmãozinho ranzinza!

- Cala a boca, Klaus!

- Deixa de ser chato, garoto! Todo mundo já sabe disso mesmo. - dou um sorriso.

- Quer dizer que você vem com a gente, Quinze? - Allison diz vindo me abraçar. - Que bom!

- É, é, mas vamos ter foco né galerinha! - Só o Diego pra tirar a graça da graça. - Então, Cinco, dá pra acelerar o processo?

- Que processo, idiota? É só ativar uma maleta! - agora pronto, vão discutir.

- Ah, desculpa! É que eu tô acostumado com você fazendo merda e mandando a gente pra se perder na linha do tempo!

- DÁ PRA GENTE IR LOGO E DEIXAR AS BRIGAS DE FAMÍLIA PRA DEPOIS DE CONCERTAR A LINHA TEMPORAL?! - eu já tô de saco cheio de confusão, só quero ir logo pra um momento em que eu possa pelo menos me despedir do meu avó, já que eu não posso impedir que o coração dele pare.

- É, tem... tem razão. Quem faz as honras? - Vanya pergunta.

- Deixa que eu faço! Todos concordam que eu sou o mais consciente aqui. - Diego fala pegando a maleta. - Todo mundo preparado? - todos concordam e isso não parece nada com uma aparatação, o que é bom, já que nela, não vamos ficar tontos e nem vomitar.

Embaixo Do Meu Guarda-chuva | The Umbrella AcademyOnde histórias criam vida. Descubra agora