Embaixo Do Meu Guarda-chuva | The Umbrella Academy

Stupid Love

Era visível em seus olhos o quanto Cinco estava indignado com a atitude de Quinze, embora soubesse que ela estava certa em ser assim, pelo que ele havia dito a ela.

- Essa garota... Por que ela insiste em estar certa?!

Ele gritou com ela. Mesmo depois dela ter "salvado" a vida dele, revelando o segredo. Ela estava preocupada com ele, já que foi por causa dos gritos do menino sendo torturado que ela contou à Sparrow.

"Você realmente acha que eu não deveria ter gritado com ela? Eu não me importo. A única coisa que pedi pra ela foi não contar. Não pedi a ela que viesse comigo, ou tomasse conta de mim, se arriscasse ou se preocupasse comigo. Essa decisão foi dela.

Quer saber? Eu nunca deveria ter confiado nela pra nada disso! Eu me preocupei com ela, foi em vão, porque a única coisa que ela fez por mim foi trair minha confiança!"

O menino para de tentar andar, de cabeça baixa, ele sussurra.

- Ah, quem eu tô tentando enganar? Eu preciso dela... Preciso... E como odeio ter que admitir isso! Mas eu realmente preciso que ela esteja aqui... Droga, Quinze... Sério, o quê que essa garota fez comigo?!

***
Longe de Cinco, a garota de cabelo verde tentava procurar os irmãos do tão estúpido Cinco Hargreeves. Após tanto tempo andando por Dallas, Texas, em 1963, finalmente chegara ao lugar onde tinham sido sequestrados pela Sparrow Academy.

- Claro que eles não estão aqui! - disse em um tom de decepção.

Quinze pensa no que fazer para achá-los por certos instantes, até que a ideia vem na cabeça da belíssima.

- Ai meu Deus! Eu sou tão genial! Quer dizer, se bem que isso não é nada muito surpreendente, nem chega perto! - Key parece fazer uma certa força pra isso que vai fazer. - Por favor, poderes, não me decepcione agora. - apertando o punho, por segundos, eles têm agora um brilho verde translúcido que se alterna ao azul neon. Com a paisagem acizentada, tudo começa a rebobinar, como uma fita caseira e antiga, as pessoas andando para trás, o sol que nascia se pondo para o lado do qual veio. As coisas a atravessando como se ela fosse apenas um fantasma dentro de um filme.

- Ali! Posso ver eles! - Quinze consegue andar até eles, portanto eles não conseguem enxergá-la. - Estou ouvindo eles! Nossa! Não sabia que a extensão desse poder chegava nesse nível! - fala animada.

"Espera aí, espera aí... Você tá me dizendo que sequestraram nosso irmão e a Quinze?!" — Alisson

"É o que parece. Eles não saíram por aí sozinhos." — Luther

"Até porque a peste do nosso irmãozinho tá bem lascado, né?" — Klaus

"Mas e se a maluca da garota que ele pegou levou ele? Hein?" — Diego

- Não acredito que o das facas me chamou de maluca! Ele quer ver uma maluca? Eu mostro a maluca!

"Não! Ela provou que podemos confiar nela. Com os poderes, tudo que ela disse, foi real. Além disso, ela é neta do Harlan!" — Vanya

"Calma, quem é Harlan mesmo?" — Luther

"O... O garoto da fazenda, que eu salvei." — Vanya

"Ah, é. O filha da fazendeira. Não, não. Eu lembro dele... E o que falaram dele em 2019... E em 1963..." — Klaus

- Isso já é o suficiente. - eles saem, Quinze vê exatamente onde eles estão agora.

Parando de usar os poderes, ela segue até a rua em que os viu. Parada em frente a um beco, Quinze olha para cima e vê uma câmera. Achou esquisito, mas não supôs muitas coisas. A porta do lugar estava destrancada, havia uma escada que dava bem em uma porta, e nela estava escrito "Mortimer Gussman - CIRURGIÃO DENTISTA". Quando a garota escuta a voz de um dos irmãos, especificadamente, as reclamações de Klaus, talvez tenha sido um pouco desesperado, mas era assim que ela estava, faltava só derrubar a porta de tanto bater nela para que abrissem. 

Quinze podia ver pelo vidro grosso e embaçado a silhueta de Diego se aproximando da porta com uma faca na mão, é óbvio.

"Quem é?" - disse ele.

- A garota que você chamou de maluca! - mesmo animada, ela se sentiu ofendida, mas enfim.

"Puta merda! Quinze?!" - Diego abriu a porta tão desesperado quanto a menina. E Klaus tomou a frente do irmão.

- Ai minha nossa senhora da bicicletinha sem freio! Quinzezinha! - o número quatro veio já a abraçando tirando a coitadinha do chão (maigodi) que nem percebeu que só ela estava lá.

- Ué? Aquele cretino do Cinco não tá com você? - perguntou Diego.

- Você sabe onde ele está? - e essa pergunta veio de Alisson.

- Verdade! Eu nem tinha percebido, mas o que aconteceu? - Klaus pergunta também, e todos começam a perguntar ao mesmo tempo.

- GENTE! - só gritando eles pararam de falar e deixar Quinze responder. - SE CALAREM A BOCA, EU RESPONDO! -  todos se calam, Vanya senta em um sofá, fazendo sinal para que os outros sentassem também. Logo, disse à menina que falasse agora.

- Bem... Nenhuma notícia muito boa, na realidade. - os irmãos estavam com total atenção nela. - Q-quando escutei os barulhos, achei melhor não me meter, já que eu tinha... Eu deveria estar protegendo o idiota do Cinco... Mas aqueles babacas da Sparrow Academy me apagaram! - todos demostravam aqueles caras de espanto horríveis. "Gente! E aquele tampinha morreu?!", Klaus diz e Vanya bate em seu braço, reprendendo ele. Mas Quinze continua. - Quando eu acordei, estava em presa em uma sala, um tempo depois, um daqueles Sparrows nojentos foi lá, e... Tentou tirar respostas de mim. Eu não ia contar! - ao dizer isso, Diego sacou o que aconteceu, mas não interrompeu a garota, só exclamou um "Puta que pariu!" bem baixo. - Mas aí... Eles... E-eles... - quanto mais falava, mais Quinze gaguejava, deixava palavras escaparem. - Eu ouvi os gritos! Todos eles. O Cinco tava... E-eles estavam... Estavam t-torturando ele... E só o que eu podia fazer era ouvir... Eu... Eu tive que... Contar... - Mesmo ela não conseguiu se segurar. Toda vez que relembrava aqueles sons e toda a situação, ela não conseguia parar de imaginar a cena do garoto sujo com o próprio sangue. E assim as lágrimas desciam contra a vontade dela. Klaus logo foi pra perto dela junto de Alisson. Enquanto Ally tentava acalmá-la passando a mão no cabelo da garota, Klaus repetia várias vezes "Calma, Quinze. Não chora, vai ficar tudo bem...", Vanya trouxe um copo de água para a garota. Ela bebeu tudo em dois goles, se acalmou, pensando que tinha que terminar de falar. - Obrigada... É que tem mais... - eles assentiram com a cabeça. - Quando eu contei, eles nos jogaram pra fora. Ele tava sangrando, ele mal conseguia andar ou ficar de pé! E eu não tive coragem de falar de cara o que fiz... Mas é claro que ele ficou perguntando! "Como fez  pra que eles nos tirassem de lá?". Eu nem precisei falar e ele já sabia que eu tinha contado! - todos ficam em silêncio por 30 segundos. - E daí, nós brigamos, eu deixei ele sozinho e fui embora, já que era isso que ele queria. Tive que usar meus poderes pra ver onde vocês tinham passado e chegar aqui e contar tudo que eu acabei de contar.

- Como assim "usar seus poderes pra ver onde estávamos"? - Luther falou pela primeira vez desde que Quinze chegou.

- Longa história, mas resumindo, era como se eu tivesse rebobinado uma fita ou um DVD, mas eu só podia assistir e escutar vocês. Era como se eu não estivesse lá, ou como se fosse apenas um fantasma. Mas, por favor, não quero... falar mais nada, ok? 

***