P.O.V's Quinze
- Como assim o Harlan morreu?! - Eu sabia que a Vanya ia surtar se soubesse, mas não pude evitar que ela ouvisse.
- Vanya, calma por favor! Eu não quero que você destrua o mundo!
- Você não tá falando sério, né? O Harlan, meu Harlan, o Harlan da Sissy?!
- Não existe outro Harlan... Você pode... Só se acalmar por favor, Vanya? - digo tentando contornar o máximo essa situação.
Vanya cooperou e tentou se acalmar, resolveu se sentar na mesa mesmo pra que eu explicasse tudo.
- Eu sei que você não teve a mesma sorte que eu em passar mais tempo com ele, mas ele viveu até bem. - fito o chão. - Escuta... Ele acordou morto, quer dizer, não acordou... Algo no coração. - eu estava tentando segurar lágrimas, eu juro! - Foi... De repente... Ele... Teve uma vida boa, mas... Se aquela era a hora pra eu ficar sozinha, tudo bem, eu vou ficar... Já que eu fico muito bem assim.
- Como? Você vai ficar com outro familiar, não vai?
- Não, Vanya. Eu não vou. Por parte de mãe, o vovô era o último e meu pai... bem, ele era órfão, e agora eu vou ser que nem ele, é... quase um orgulho.
- Você só tem 13 anos, garota prodígio! Não pode ficar sozinha. - fico imaginando se esse idiota por acaso tem como me adotar. - Pelo menos vai atrás de um orfanato! - como eu disse, idiota. Nem vou especificar quem de nós dois.
- Cinco! - Vanya o chama, repreendendo ele.
- O que? Melhor do que deixar a Quinze sozinha, não acha? - eles falam como se eu não estivesse aqui.
- Vocês podem parar de discutir sobre a minha vida só um pouquinho pra que tal... Convencer o papaizinho de vocês a os adotarem justamente para que ele seja o papaizinho?
Eles me olham meio aluados e confusos. Mas os ouço concordar com um "ok".
- É o seguinte, vamos resolver o seu problema mais tarde, não acha que escapou! - Cinco insiste nisso, ótimo, vai mesmo contar pra todo mundo agora!
- Tá, e quanto o Hargreeves? - pergunto.
- Temos algumas opções... - Cinco afirma com a mão no queixo. Encaro esperando suas propostas. Quando ele percebe, volta a falar. - Convencê-lo formalmente ou forçar ele o ameaçando. - Como ele falou isso com tanta calmaria?
- Acho que ameaçar o futuro pai de vocês não chega nem perto de ser uma boa ideia! - Digo e Vanya concorda comigo.
- Ah, tá! E o que você pretende fazer hein, perfeitinha? - Cinco fala com deboche e a cara que todos conhecemos, de cínico, mas escuto um barulho.
- Cala a boca! - digo.
- Não! - Não o deixo terminar a frase e tampo sua boca com a mão.
- Shiu! - sussurro. - Ouvi um barulho. - Olho para os dois. - Acho que ele chegou.
Eles entendem, então esperamos quietos, encostados na parede. Desligamos as luzes para que o velho não percebesse, ainda. Não estávamos nos escondendo, quando ele aparecesse nessa sala e ligasse as lâmpadas, só o pegaria de surpresa. E assim, foi feito.
- O que estão fazendo aqui outra vez? - Sir Reginald não precisou virar-se em nossa direção para saber que estávamos aqui. Não parecia zangado por perseguirmos ele.
- Voltamos para o nosso ano, mas parece que você resolveu mudar as coisas. - Logo, o Cinco fala alterando um pouco o tom de voz.
- Tenho certeza que tive meus motivos. Enfim, - finalmente, ele olha em nossas direções. - O que vieram concertar?
- Você destruiu nossa existência! - Vanya fala aparentemente com raiva ou remorso.
- Talvez eu só tenha percebido que vocês seriam uma tentativa falha, por isso decidi que adotaria outros de vocês para impedir esse... Como vocês disseram? Apocalipse. - há uma enorme tranquilidade e calmaria em sua voz, como se já tivesse decidido isso.
- Na verdade, senhor Hargreeves, - a atenção dele se torna à mim. - Substituir a Umbrella Academy não impede o apocalipse. Eles já o impediram, ou seja, o senhor, sendo tão esperto e inteligente, sabe que então, não vai haver outro apocalipse porquê tudo na ordem do universo não permite que isso aconteça de novo, até mesmo devido que a causa da destruição do mundo seria a Vanya, mas não será mais, já que dessa vez ela tem o controle. Vamos aparecer um dia depois do "apocalipse", e nossa 7 não vai ter um alternativa.
Tenho a atenção de todos encima de cada letra que pronunciei. Enquanto Vanya processava o que eu tinha dito, Cinco olhou em meus olhos e sorriu de lado como se tivesse ganhado algo, já Reginald me encarou sério.
- Você eu não conheço, criança. O que faz com estes delinquentes gastando todo esse conhecimento para coisas inúteis?
- Eu tenho certeza de que não achou tudo que ela disse inútil, papai. - Eu já tinha sacado o jogo dele. - Você mesmo me disse que... Viajar no tempo é um jogo de azar. É mergulhar no gelo e renascer como noz. - Reginald nos observa aguardando a fala do filho mais velho. - Agora, você não tem porquê não ficar conosco. - Sir Regi só exclamou um "Ah!".
- Sendo assim, como os outros estão se saindo? Quinze...
- Já entendi! Eh... - penso um pouco. - Parece que vai ser difícil se eles tentarem sozinhos, quer dizer... A Grace perdeu muita confiança nele. As chances são mínimas! Menos de 55%. - conversamos como se o velho não estivesse lá, mas é claro que ele nos ouviu.
- O que Grace tem a ver com isso? Idiotas... Vão acabar assustando mais a ela. Vocês só me provam que são incompetentes!
- Que tal o senhor tentar concertar a besteira que fez ao invés de falar mal de nós? Precisamos que a Grace seja a Mãe da Umbrella Academy como sempre foi. - afirmo.
- Entendo... Mas, espere mocinha! Me conte como sabe tanto sobre eles, viagem no tempo e essas... Probabilidades exatas!
- É o meu poder, senhor.
- Então tem poderes também... Mas não foi adotada por mim e... Por acaso cometeu o mesmo erro que o garoto de uniforme?
- Não. Em primeiro lugar, eu não cometeria um erro desses, - debocho um pouco do Cinco. - e segundo, que meus poderes não me permitem viajar no tempo, só vê-lo.
P.O.V's Autora
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Embaixo Do Meu Guarda-chuva | The Umbrella Academy
FanficQuinze Key é uma garota de 13 anos morando em uma cidade cheia de super pessoas, o que inclui ela. No meio de um mundo imprevisível, saber o futuro é útil e perigoso. Poderes não previam que ela conheceria alguém assim... Tão improvável. Uma dica...