O que é o feminismo negro?

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O Feminismo Negro possui profundas raízes em movimentos auto-organizados por mulheres negras ao longo da História. A abranger o período colonial nas Américas, às revoluções ocorridas em África, até a instauração da luta em prol dos direitos civis, nos EUA, ativistas negras sempre mantiveram presença em organizações revolucionárias.

 A abranger o período colonial nas Américas, às revoluções ocorridas em África, até a instauração da luta em prol dos direitos civis, nos EUA, ativistas negras sempre mantiveram presença em organizações revolucionárias

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- Mulheres brancas realizam protesto feminista em 1 de maio de 1968, em Paris.

A emergência deste movimento enquanto organização, ocorrera nos Estados Unidos da América, em plena década de 1960. Nesta época, vigorava o Feminismo de Segunda Onda, período feminista caracterizado por viabilizar e suscitar debates acerca da sexualidade, expectativas de gênero, sexismo e direitos reprodutivos e sociais.

Igualmente rememorado por obras tais “O Segundo Sexo (1949)” de Simone de Beauvoir e “A Mística Feminina (1963)” de Betty Friedan, tal período fora demasiado incisivo quanto a questões relativas às representações midiáticas feministas e performances de subalternidade nas quais mulheres brancas eram alocadas, na sociedade patriarcal. Todavia, em conformidade histórica, emergia nos EUA o Movimento pelos Direitos Civis, organizado por comunidades afro-americanas, em prol da integralidade de direitos e igualdade entre negros, latinos e brancos.

No entanto, segundo Angela Davis, em seu homônimo “Mulheres, Raça e Classe (1981)”, os movimentos feministas da época, eram essencialmente racistas e elitistas. Deste modo, visavam a ascensão feminina branca, em detrimento da total libertação e aquisição de direitos por afro-americanos.

A questão principal dessa convenção era a iminente extensão do direito de voto aos homens negros — e se as pessoas que defendiam os direitos das mulheres estavam dispostas a apoiar o sufrágio negro mesmo se as mulheres não obtivessem tal direito ao mesmo tempo. Elizabeth Cady Stanton e outras mulheres acreditavam que, como a emancipação havia, a seus olhos, “igualado” a população negra às mulheres brancas, o voto tornaria os homens negros superiores a elas. Por isso, se opunham ferrenhamente ao sufrágio negro. Ainda assim, havia quem entendesse que a abolição da escravatura não extinguira a opressão econômica sobre a população negra, que, portanto, necessitava particular e urgentemente de poder político.”
— DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. pg. 90.

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