capítulo 11 - o problema do dia seguinte

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Oi, meus amores!

Depois da noitada vem a ressaca e unas cositas más...

Boa leitura!

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Talvez eu tenha sentido a dor de cabeça antes mesmo de acordar. Felizmente estava coberto até a testa pelo edredom, então a luz que entrava pela porta não feriu meus olhos imediatamente. Resmungando, espreguicei-me e demorei a perceber que não vestia nenhuma peça de roupa; olhando para baixo, vi minhas vestimentas jogadas no chão e me estiquei para alcançar a cueca e vesti-la desajeitadamente.

Assim que me sentei na lateral da cama, passei as mãos pelo rosto e quando as apoiei sobre o lençol senti a areia que deveria ter ficado grudada no meu suéter. Senti também a fita de preservativos largada ao lado do travesseiro com duas das embalagens abertas.

Abri a boca sem acreditar no que estava acontecendo e as lembranças começaram a voltar aos poucos, rápidas o suficiente para que eu me assustasse comigo mesmo. Por impulso, vasculhei o quarto com os olhos à procura de outra pessoa, mas eu estava sozinho.

Deixei-me cair novamente sobre a cama, apertando os olhos enquanto as imagens me atormentavam: mãos em todo o meu corpo, beijos e suor, longos espasmos e mordidas. Aturdido, me levantei e fui para a frente do espelho, verificando minha pele e encontrando nela as marcas que eu temia, um chupão bem dado em meu pescoço e vários deles por meu tronco e minhas pernas. Tive que me apoiar para não cair e não estava acreditando que tinha passado a noite com alguém depois de beber tanto.

As pontadas na cabeça pioraram e tudo o que eu queria era me afundar nos lençóis, mas eles estavam imundos. Resolvi lutar contra o incômodo e comecei a tirar tudo dali de cima para trocá-los por peças limpas e quando joguei as coisas no chão, vi um casaco caído embaixo da cama.

— Não — me esgueirei para pegá-lo e senti aquele perfume inconfundível. — Não, não, não...

Eu não podia acreditar que tinha transado com o Hyungwon.

    Tomei muito cuidado para usar o banheiro, fazendo o mínimo de barulho possível. A água quente amenizou as dores do meu corpo, mas não apagou as memórias que ainda se montavam como quebra cabeças em minha mente. Terminei de me secar e me vesti, carregando as roupas sujas para o andar de baixo junto das roupas de cama.

    Minha mãe quis saber o que tinha acontecido e eu disse que a areia da praia tinha vindo fazer uma visita, omitindo as demais partes das quais eu não me lembrava com a clareza de que gostaria.

    — É melhor tomar um remedinho pra enxaqueca, nunca te vi bebendo tanto quanto ontem — minha avó estendeu um copo de água e um comprimido que eu prontamente aceitei. — Algum motivo pra isso ou você só quis acompanhar o Hyungwon na farra?

    — Mãe! — Yeojoo lhe chamou a atenção e quando perguntei se elas tinham visto algo suspeito acontecendo, elas me disseram que não. — Só Hyungwon que saiu muito cedo e não disse a que horas volta...

    Tive vontade de saber como ele estava, mas engoli todas as perguntas por estar nervoso demais e agradeci mentalmente quando minha avó começou a me mostrar os vídeos que havia gravado dos fogos de artifício e do festival onde, segundo ela, tinham ficado até de madrugada.

    Foi Jooheon quem puxou assunto quando cheguei na casa vizinha e o encontrei largado no sofá zapeando os canais. Changkyun estava sentado na mesa de frente para o notebook, concentrado em suas composições - ainda assim não pôde deixar de questionar se eu estava suportando bem a ressaca.

Nothing In Common | HyungKiOnde histórias criam vida. Descubra agora