Prólogo

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Olá pessoal, como havia avisado a alguns dias atrás estou reescrevendo a história a fim de melhora-la. Irei acrescentar algumas coisas e mudar outras, tirar coisas desagradáveis que chegam a ser tóxicas.
E por favor quem não quiser aceitar que eu quero melhorar a história, apenas não leia, brigar comigo não irá mudar nada.
Eu só quero escrever algo legal para mim e para vocês.
Boa leitura.

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Paixão Sem Limites

S A S U K E

Quatro anos antes.

"Mikoto Uchiha foi uma mulher boa". A frase simples escrita em sua lapse me dava náuseas, algumas flores murchas caídas ao redor deixava tudo mais deprimente.

Eles não conheceram Mikoto Uchiha o suficiente para formarem uma frase digna pela mulher incrível que ela foi, ela merecia um pedestral enorme de elogios e não a porcaria de uma frase seca. Mikoto foi a mãe que sempre colocova os filhos em primeiro lugar esquecendo de si própria, ela foi altruísta, amável o bastante para sempre repreender os dois filhos brigões com puxões de orelha e depois diverti-los com chocolates quentes e biscoitos. Ela era a única que me entendia, a única que me defendia do desprezo do meu pai, a única que lia histórias e cantava músicas de histórias bobas dormindo ao meu lado até eu conseguir pegar no sono sem pesadelos. Foi uma esposa impecável boa o bastante para aturar o marido bastardo, e não abaixar a cabeça para suas migalhas, era uma sonhadora que tinha o sonho de viajar pelo mundo e desfrutar a tão sonhada paz que tanto almejou, mas tiraram isso dela.

Ela não merecia aquele destino, minha mãe de forma alguma merecia morrer tão jovem, mas a vida era tão filha da puta que te apunhala pelas costas quando você menos espera. Não a deixaram ter a oportunidade de realizar seus sonhos, roubaram tudo, e ela não fez nada para merecer isso, seu coração era tão puro que era incapaz de existir outra pessoa como Mikoto na terra.

Apertei os punhos com força engolindo o desejo de socar aquela lapse até não sobrar nada, mas isso não traria minha mãe de volta.

— Por que você matou ela? O que ela lhe fez? — rosnei olhando para o céu vendo as nuvens escuras anunciarem a chuva que viria em breve.

Uma gota caiu no meu rosto, e mais outra se misturando com as lágrimas. Aquela seria a última vez que eu iria chorar, nem uma gota de lágrima caíra mais dos meus olhos, eu estava seco.

— Moço, está tudo bem? — ouvi uma voz delicada atrás de mim.

Passei a mão pelo rosto com força não notando que havia mais alguém ali.

— Está. — respondi sem sequer encara-la torcendo para que me deixa-se em paz seja lá quem fosse.

Ouvi passos mansos se aproximando e pelo canto do olho vi a presença de uma garota. Ela não percebeu que sua presença era incômoda e se ajoelhou ao meu lado trazendo consigo um aroma adocicado de cerejas.

— Era sua mãe? — ousou perguntar e eu encarei a garota magrela estranha ao meu lado que deveria ter a minha idade.

Ela encarava o túmulo a minha frente e seus cabelos longos estranhamente cor de rosa balançavam com o vento. A garota me encarou e eu me vi prendido em seus olhos verdes brilhantes, eu nunca tinha visto olhos tão bonitos antes.

— Sim. — suspirei quando ela me deu um sorriso tímido encorajador.

— Faz quanto tempo?

— Quatro semanas. — respondi automaticamente.

— Entendo, você deve está sofrendo muito né? Eu perdi a minha vó, ela teve uma parada cardíaca e a sua mãe? — tagarelou e estranhamente eu não estava mais incomodado com sua presença.

— Câncer.

Mikoto lutou pela sua vida por cinco longos anos em um sofrimento sem fim, terminando em um coma profundo dependendo de aparelhos para sobreviver, até que resolveram tirar a dor dela, eles a mataram a mando do meu próprio pai.

— Como você se sente com isso? — a garota hesitou em falar.

— Quero morrer junto com ela. — engoli em seco desconhecendo dor pior que o vazio que sentia no peito.

Eu já me encontrava morto a muito tempo, irônico para um garoto de quatorze anos que tem muito para viver ainda, acontece que minha vida acabou no momento que perdi minha mãe. Não tinha mais nada pra mim aqui.

— Não acho que ela ficaria feliz com sua decisão. Aqui toma.— a garota tirou um cordão do pescoço e me entregou. — Quando sentir saudades dela olhe para esse coração, e lembre-se que ela sempre estará guardada com você e nada e nem ninguém irá tira-la de suas memórias. Sua mãe está com você em algum lugar, ela irá acompanhar todos os seus passos então você não deve desistir de forma alguma.

Passei o polegar pelo pingente de ouro em formato de coração, de certa forma surpreso pela atitude da garota desconhecida e por suas palavras profundas.

— Você pode colocar a foto de sua mãe nele e todas as vezes que sentir saudades, ela estará aí com você. — ela abriu o pingente revelando uma foto sua em uma das bandas.

Na foto ela estava sorridente com as mãos escondidas atrás das costa vestindo um vestido vermelho. Olhei para a garota sem saber o que responder e ela sorriu segurando minha mão.

— Você vai ficar bem, muitas coisas boas o esperam, não desista ainda.

O toque dela era confortante, ela me passava segurança e incrivelmente consegui sentir o coração morto dentro de mim bater mais forte.

— Sakura anda logo, vamos nos atrasar para o aniversário da minha vó. — um cara gritou zangado ao longe.

Virei o rosto para encara-lo não gostando da forma que ele havia falado com ela.

— Estou indo Sasori. — a garota se levantou rapidamente tirando a grama do vestido branco que usava. — Foi bom conversar com você, boa sorte e fique bem. — ela acenou e saiu correndo em direção ao cara ruivo que a abraçou a levando embora.

Fiquei sozinho novamente observando a foto da garota cor de rosa com cheiro de cerejas, sentindo um vazio no peito voltar. Quem era aquela garota? E como ela conseguiu mexer com algo morto dentro de mim em tão pouco tempo?

Desejei com todas as forças ve-la de novo um dia.

Paixão sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora