Enjaulados

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Paixão Sem Limites

S A S U K E

— Quando aconteceu seu último surto? — a Doutora Kurenai perguntou me entregando uma xícara de chá.

Aquela pergunta estava se tornando tão frequente ultimamente que eu já havia me cansado de mentir, de uma forma ou de outra eu pararia aqui no final das contas.

Olhei para o teto colorido e desenhado me perguntando o que levaria uma pessoa a pintar a imagem de um boneco assassino no teto de um consultório. O intuito dela era tranquilizar seus pacientes? Certamente crianças não entram nesse local.

— Uma semana. — olhei para a xícara em minhas mãos pensando em como a esvaziaria na planta sem a mulher ver.

— O que aconteceu?

— Um cara chutou a minha moto.

— Fez o que combinamos? — me olhou curiosa.

Eu não era um cara que tinha muita paciência, não é como se eu simplesmente saísse procurando brigas por aí, mas ninguém apenas passa por cima de mim sem sair detonado.

— Sim, mas ele não estava afim de conversar.

— Então você bateu nele?

— Eu detonei o carro dele. — olhei as horas no meu celular já cansado daquela merda.

— Nós já conversamos sobre isso Sasuke, quebrar as coisas bater em alguém não irá resolver seus problema. Me diga, isso por acaso faz sua raiva passar?

— Não.

— O que faz ela passar além de correr por aí com aquela moto?

Toquei em meu bolso ignorando a mulher tagarela e curiosa a minha frente.

— Eu vejo a foto dela.

— Sua mãe?

— Não.

— Quem seria ela?

— Uma garota. — respondi encarando as nuvens carregadas pela janela.

— Você está apaixonado por ela?

Quis rir daquela pergunta pois chegava a ser irônica para alguém como eu.

— Eu não me apaixono, eu não sei amar ninguém.

Kurenai ficou um tempo em silêncio apenas me observando enquanto anotava algo em seu bloco de notas.

— Entendo, acho que já deu por hoje

(...)

A garota do sorriso bonito e cabelos rosados nunca saiu da minha cabeça, durante os quatro anos que se passaram eu a procurei em vários lugares mas nunca a encontrei. Em alguns momentos eu me pego encarando sua foto ao lado da de Mikoto pecebendo que de alguma forma elas são parecidas, talvez o sorriso e o olhar cheio de vida que estranhamente me acalmam.

— O que tanto olha nesse colar? — Karin passou os braços em volta do meu pescoço tentando espiar o pingente em minhas mãos.

— Nada. — o fechei guardando no bolso, longe da garota enxerida a minha frente.

Karin fez um bico decepcionada. O vento forte que fazia no alto do morro bagunçada seus cabelos vermelhos, deixando suas bochechas avermelhadas, mesmo não combinando com seu estilo. Ela era uma garota durona, nós éramos parecidos e nos divertiamos juntos, mas apenas isso. Eu não sentia absolutamente nada pela garota a minha frente e nem por nenhuma outra que já passou pela minha vida.

Paixão sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora