Trabalho

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Paixão Sem Limites

S A S U K E

— Você está brincando com a minha cara Sasuke?

Essa frase havia se tornando contínua na boca de Itachi sempre que eu me envolvia em algum problema. Seus discursos tinham se tornando novelas chatas, decoradas e entediantes, meu irmão não tinha muita originalidade quando se tratava de brigar com alguém. Itachi sempre foi calmo e do bem, era o tipo de cara que apenas filosofava abobrinhas.

Kurenai a psicológica me aconselhava a me espelhar no meu irmão. Mas eu era um caso perdido.

Passei a camisa pela cabeça afastando o telefone do ouvido, entediado com as reclamações que já ouvia a cinco minutos. Meu irmão não conseguia entender que eu não precisava de broncas, mas apenas que ele tentasse me apoiar alguma vez na vida, sem julgamentos, apenas ser a merda de um irmão melhor.

Quando Itachi era criança, já foi um cara mais divertido. Nós gostávamos de procurar gatos perdidos pelas ruas e cuidar deles, até que um dia um gatinho branco minúsculo atacou meu rosto, deixando-me com traumas de gatos.

Itachi era incrível, eu o adorava. Então meu irmão cresceu e desejava orgulhar Fugaku a qualquer custo, me deixando de lado da sua vida, estudou nas melhores escolas e fez a melhor faculdade de administração do País. Hoje trabalha na empresa da família, sempre buscando impressionar Fugaku e nada mais importava.

— Você não aprende nunca? Sério que eu preciso sair de uma reunião importante, para atender a ligação da diretora reclamando que meu querido irmãozinho está causando confusões?

— E atendeu por que? Eu me viro com os meus problemas.

— Beijando garotas Sasuke? Será que você não consegue se controlar até chegar aqui fora? Deveria arrumar logo uma namorada, talvez ela consiga te dar limites.

Quis rir daquele absurdo.

— Adoraria ficar ouvindo os conselhos de alguém que divide a namorada com a cidade inteira, mas tenho castigo agora. — retruquei sem interesse ouvindo Itachi soltar um suspiro cansado, batendo alguma porta atrás de si.

— Não fale assim de Konan, ela é uma boa mulher.

Quando se tratava da namoradinha falsa Itachi a defendia com unhas e dentes. Ele prefere ela do que a mim.

— O oral dela deve ser ótimo pra conseguir deixar você de quatro desse jeito. Mas como dizem por aí, o amor é cego. — provoquei o ouvindo respirar fundo do outro lado da linha, provavelmente buscando por paciência.

— Vai ficar sem a moto no fim se semana, eu não aceito que fale assim da minha namorada.

— Veremos. – respondi sem me preocupar.

Fico decepcionado pelo fato do meu irmão não conhecer meus talentos de "delinquente" como as pessoas falam por aí.

— Soube que papai está noivo? — mudou de assunto provavelmente tentando me irritar.

— Como eu saberia? Não leio revistas de fofocas.

— Ele ligou para mim ontem, pensei que tivesse feito o mesmo com você.

Itachi sempre soube que Fugaku não ligava para mim, ele não se importava com a minha existência, e eu muito menos com a dele.

— Não me importo, mesmo se ele ligasse eu não atenderia.

— Em breve ele virá apresentar sua noiva para nós, disse que Mei é uma mulher adorável. Eu propus um jantar em família.

— Não faço questão de conhece-la, se divirtam sem mim.

Paixão sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora