[VIII] Escuridão

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Boa leitura
Votem e comentem bastante, por favor!

[👿]

Às vezes as coisas simplesmente saem do controle. Você não pode mudá-las, não pode colocá-las sobre seu poder. Não importa se você já está trinta e cinco minutos atrasado, se o seu cabelo ainda está desarrumado e você não conseguiu tomar o café da manhã. E seu interior sangra a cada segundo que você estiver sentado aqui morrendo... morrendo por dentro.

Gostaria de ver minha família sorrindo por mais tempo. Gostaria que eles permanecessem sorridentes por uma eternidade depois de minha volta para casa naquela monótona segunda-feira, no entanto isso não aconteceu, pois eu não estava sozinho. Em minha rápida visita ao Brumo, eu trouxe, sem saber, alguém que não os faria sorrir tanto assim, mas eu manteria isso em segredo por quanto tempo eu pudesse. Depois de um tempo, nos livramos da demonstração de afeto coletiva e nos dispersamos pelo cômodo.

— Por que tem uma bola peluda urinando no meu sofá? — perguntei, de braços cruzados e cenho franzido, olhando para a sala onde o peludinho fazia suas necessidades no estofado.

— Céus! Yeontan seu danadinho! — o platinado correu para a sala e agarrou o cachorro, em seguida o levou para o banheiro, pedindo desculpas.

Com muita pressa, eles tomaram o café da manhã e então nós saímos de casa. Eu havia pedido para Joohyun ir com Hoseok no outro carro, pois queria ir somente com Jimin.

Cerca de um mês atrás eu havia desaparecido sem nenhum motivo aparente, sei que ele é um garoto sensível e curioso demais, então qualquer passo em falso irá desmontá-lo por completo, mesmo que ele tenha toda essa autoconfiança invencível, não posso me doar ao luxo de errar com ele e sua única insegurança.

De volta à residência Park, o clima não era dos melhores apesar de haver motivos para ser, mas era cálido e confortante. Seus pais estavam fora de casa, mas Dan-i estava lá para nos receber com seu sorriso banguela. Brincamos de chá de princesas por horas. Preferi não levar Jimin à escola porque iria chover naquela tarde, então ficamos em sua casa, colocamos a pequena criatura humana para dormir e assistimos as gotículas grossas rolarem pela janela de seu quarto, enquanto conversávamos sobre diversos assuntos e ele me fazia rir de suas histórias malucas.

Ali eu percebi o quanto ele era maduro. Eu lhe disse que havia saído por motivos delicados e pessoais envolvendo meu pai, e então ele sequer ousou tocar naquele assunto, mas eu sabia que ainda haviam perguntas em sua cabeça.

Ser o que sou não é algo tão ruim, se você pensar com cuidado e avaliar calmamente todas as nuances, tão frágeis quanto assustadoras, vai perceber que sempre há algo bom em ser da maneira exata como você é agora. Mas eu precisava guardar segredos, isso era essencial, estar encantado por Jimin me possibilitou ver de perto o quanto sua alma estava angustiada, ele estava definhando um pouco mais a cada dia, morrendo lentamente sem se dar conta do quão grave isso é. Não seria injusto chegar e jogar a verdade em sua cara?

Como ele reagiria se soubesse quem eu sou?

Em todas as vezes em que perdi o controle, ele não me julgou, não chorou, muito menos perdeu o controle ao mesmo tempo. Jimin sempre baixa sua guarda quando estou bem e em condições de cuidar de si. Eu nunca perco o juízo, mas isso ocorre frequentemente com ele. Ele sempre me surpreende e essa é definitivamente a coisa que mais adoro em si. A questão é: e se algum dia eu chegar a perder o juízo?

De qualquer forma, já estava tarde demais para arrependimentos. Enquanto Jimin dormia e roncava baixinho em meus braços, eu o apertei em um abraço demorado e um tanto bruto, como se seu calor ajudasse a recarregar todas as minhas energias.

Garoto infernal • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora