[I] Tártaro

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[👿]

No começo dos tempos, bem lá no início, o mundo foi dividido e então o mal surgiu. O jogo:

Dizem que a pessoa leva jeito para jogar, ou não. Meu pai foi um dos melhores, já eu, por outro lado... estou meio ferrado.

Para muitas pessoas, a origem do pecado e a razão de sua existência são motivo de grande perplexidade. Veem a obra do mal com seus terríveis resultados de infortúnios e desolação e questionam como tudo isso possa existir sob o domínio de um Ser que é infinito em sabedoria, poder e amor.

Eis um mistério para o qual não encontraram explicação, mas lhes digo com veracidade: as pessoas estão tão ocupadas refletindo a glória do Criador que se esquecem de proclamar a luz por entre as trevas.

Seul | 28 de janeiro de 2020... d.C.

Com grandes esperanças e gozosas expectativas, finalmente cheguei ao meu destino final: Seul High School, minha nova escola. Enquanto estacionava o carro em uma vaga qualquer no estacionamento da escola, me peguei divagando em meus próprios pensamentos e no mundo ao meu redor.

Grandes prédios, pequenos feitos. Pouca sinceridade, muita blasfêmia. Muitas almas, pouca salvação. Um Deus pouco falado, o mal sucumbindo-lhes toda bondade e purificação. Em todos os quatro cantos: pecado.

O homem é um miserável tão estúpido, por que estou salvando ele?

— Pergunte ao seu pai — disse a garota de longos cabelos castanhos, sentada relaxadamente ao meu lado.

— Já falei para você não ficar lendo meus pensamentos, Pwcca. Que saco!

Ela certamente nunca pararia. Pwcca era o demônio brincalhão mais teimoso que eu já havia criado. Apesar do ar rabugento e frio, posso descrevê-la como um demônio divertido e energético, com uma linda voz e uma aparência diabólicamente invejável. No fim das contas, era apenas uma bela mulher, ‘odiadora’ de homens e dona de uma personalidade forte. Mas você também pode chamá-la de Bae Joohyun, é claro.

— A culpa não é minha de você ser burro e não saber bloquear ondas em você mesmo — balbuciou, em seguida riu divertida. Ah, as ondas... eram difíceis de controlar, por isso eu nunca havia aprendido a dominá-las para expulsar demônios que entram na minha cabeça. Bom, isso e mais outras milhões de coisas que eu também não sabia fazer. — Que diabinho mais xexelento viu... — balançou a cabeça em um falso gesto de decepção. Uma sonsa!

Resumidamente: eu era um fracasso.

— Eu odeio você! — resmunguei ao sair do carro.

Isso será complicado. (Lúcifer)

— É recíproco.

Sat! — saltei do lugar com o grito nem um pouco contido do garoto platinado vindo em minha direção. — Finalmente você chegou! — exclamou ele, sorridente, enquanto pulava freneticamente em minha frente, me fazendo sorrir também. — Eu te reconheceria em qualquer lugar, igualzinho ao seu pai! Bem-vindo.

— É Jungkook. Apenas Jeon Jungkook.

Após encerrar o pequeno diálogo, segui para a entrada da escola e acenei para que os outros me seguissem. Mente mais limpa que meus sapatos de ir à igreja. Maserati vermelho apenas para provocar o carinha lá de cima. Sendo acompanhado por um ser demoníaco e outro celestial, me permiti sorrir. O fim nunca esteve tão perto.

Garoto infernal • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora