Capítulo quatro
A semana seguinte chegou a um piscar de olhos, Lua começou a prestar mais atenção no que acontecia ao seu redor, mantinha-se sempre atenta. O castelo que já não era aconchegante tornou-se um lugar insuportável, as cortinas aveludadas não eram mais tão bonitas. Os ladrilhos no chão eram simples ladrilhos e o pouco brilho que via no mundo tinha voltado a perder-se.
Andava pelo corredor quando ouviu sons de uma briga vinda do escritório real, se aproximou percebeu que havia uma pequena abertura na porta. Encostou-se sorrateiramente na parede e para poder compreender o que estava acontecendo.
- Tem uma rebelião, uma rebelião pode estar acontecendo bem abaixo de nossos olhos! - Dante estava enfurecido. Há tempos Lua não viu o pai assim e ficou atenta, era possível ele ter descoberto sobre o clã? - Vamos por homens, muito mais homens nas fronteiras, focar o nosso exercito em uma possível defesa na costa sul.
- Não vai segurar por muito tempo, se esse confronto vir a acontecer precisamos ter um plano B, ela é tão ou até mais forte que o pai. - O rei Jones abaixou a cabeça por um momento enquanto pensava. - Tiramos os soldados da plantação, para por nas fronteiras, plantamos dinamites em todo e qualquer túnel subterrâneo de Esayban. Para o caso de as cidades serem tomadas você ativará.
Eles observaram uma planta do castelo e todos os mapas que iam encontrando, em todos eles traçavam linhas com canetas vermelhas. Essas linhas Lua imaginou serem os locais por onde colocar as dinamites. Nunca em sua vida tinha escutado algo sobre haver tuneis no país, desconfiou do que poderia estar havendo. Seja qual fosse o perigo de nada tinha ligação com o clã, o que na verdade era uma coisa boa.
- Aqui. Veja nos retratos antigos as muralhas do castelo eram feitas de pedra bruta. Pelo que li os seres mágicos não tem poder quando estão cercados por ela, se dermos sorte talvez ainda funcione. - Propôs Dante.
- Isso com certeza não vai funcionar com maioria, além do mais Esther pode controlar objetos naturais presentes ao seu redor, o que talvez a torne fraca com ferro ou aço. Há uma antiga lenda onde diz que as fadas não podem tocar o ferro sem serem queimadas. Isso nos dá vantagem com nossas armas sobre alguns deles. - Interveio Jones.
- Vou pegar homens do condado para reforçar as muralhas do castelo, forjarei massa de pedra e ferro, moverei meus soldados do nordeste da plantação onde a concentração de escravos é menor, mas por enquanto é só o que podemos fazer. - Assegurou Dante com uma voz de terrível preocupação.
Lua não entendeu praticamente nada do que eles discutiram. Já bastava saber onde a guarda da plantação iria ser enfraquecida. Quando eles deixaram o escritório ela não estava mais lá. Na semana anterior havia decidido voltar a treinar com esgrima, não entendeu o porquê de ter que pedir autorização para praticar novamente o "esporte" sendo que os homens Esayban desde pequenos eram obrigados a fazê-lo. Além disso, Jones não tinha nenhum herdeiro o que fazia de seu pai e dela futura realeza. Mesmo que negasse querer aquela vida, e que quando pequena implorasse para frequentar a escola do condado junto das demais meninas, ainda era dela o direito. Há alguns anos ela estava se tornando uma das melhores espadachins seus movimentos eram de todos precisos como em uma dança, porém fatais. Lembra-se de ter deixado de lado seu talento e desistido da espada porque aquilo trazia alegria ao pai. O que de nenhuma forma desejava.
Suas aulas de esgrimas eram guiadas por qualquer dos soldados que estivesse à disposição, quanto à espada era sempre alguma que estivesse com eles. Hoje á noite pretendia pegar um cavalo do estaleiro para não ter de vir com Felipo, que depois da ultima semana despontava-se arrogante.
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Adaga de Prata
FantasyHá muitos séculos os humanos conseguiram banir os seres de magia de seus territórios e depois disso fundaram a própria monarquia. Consequentemente a sociedade humana vivendo sozinha tornou-se mesquinha e fútil valorizando mais a aparência do que a p...