Capítulo quarenta e um

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Capítulo quarenta e um


— Veja só quem temos aqui. — Sorriu Jones, seu olhar corria cheio de interesse por Felipo e Takumy que depois de espancados foram amarados quase mortos numa parede de tortura em um salão no andar do térreo. – Achei que quando vocês rebeldes voltassem iria ser... Digamos junto de uma grande corja, ou que no mínimo trouxessem minha amada noiva com vocês, mas bem fiquei sabendo por meio de informantes que seu insignificante grupinho foi felizmente morto em uma armadilha minha.

Eles permaneceram em silêncio recusando-se a aceitar uma sequer provocação vinda de alguém de tão baixo caráter. Porém ficaram anestesiados quando perceberam mais três pessoas chegarem ao local por pura vontade própria, pessoas em quem confiaram, Jorge com a mão na cintura de Suzana e Jeremy com um rosto serio e perspicaz.

— Permita-me contar uma historinha. — Falou Dante em meio a profundo devaneio. — Há muito tempo quando descobri que minha filha traia de minha confiança pedi que uma de minhas jovens serventes se infiltrasse no grupo de rebeldes mais próximo assim saberia de tudo que acontecesse no condado até mesmo na mais baixa ralé, descobri então um grupo que se autodenominava "Clã Adaga" e cuidavam dos seus como família.

Dante deu um tempinho como se aquilo o permitisse pensar e continuou:

"Devemos ter cuidado com que chamamos de família afinal de contas elas podem lhe ensinar a ser o seu melhor ou podem critica-lo tanto a ponto de deixa somente o pior a vista. Lua descobriu esse clã e ainda tornou-se amiga de uma negra pervertida... bem não vem ao caso. Então Doralice, ou Suzana seja lá como a conhecem-na agora, começou a trabalhar como mensageira e me foi de satisfação contou-me sobre uma invasão a plantação. Disso acho que já tinham conhecimento. Aliei-me então a um futuro duque que vejam bem nem precisou de identidade falsa para ser aceito em seu supérfluo grupo estavam tão à deriva que se juntariam a qualquer um com capacidade de liderança. — Felipo lançou um sorriso de deboche para Jeremy — Logo convenceu seu 'líder' a trai-los por dinheiro."

Os olhos de Takumy marejaram ao encarar Jeremy que nem se quer olhou para ele.

— Essa foi uma péssima historia. — Manifestou-se Dundo que estava enjaulado. O pequeno era esperto em permanecer ali e não mostrar que era capaz de teletransportar-se sozinho para onde bem entendesse. No fundo ele sabia que não queria abandonar os amigos e que se tentasse salva-los sozinho pioraria a situação.

— Silencio abominação. — Rosnou um soldado.

— Sabe, nem eu gosto de traidores — disse Jones referindo-se a Jeremy. — nunca podemos saber com certeza se são confiáveis.

— Concordo com vossa excelência. — Dante deu um passo à frente tirou a espada da bainha e cravou-a na barriga de Jeremy atravessando-a. — Não se preocupem ele morrerá rápido digamos que fui piedoso.

Isso foi no mínimo o suficiente para tirar os sorrisos das bocas de Suzana e Jorge e também para derramar as lagrimas presas aos olhos de Takumy. Felipo sentiu uma raiva de ferver o sangue por eles fazerem Takumy presenciar isso.

Seus merdas! Lixos! Vocês são podres, como podem ser tão baixos? Sentia vontade de gritar. Entretanto não foi isso que falou.

— Você é um mentiroso enganou todos que confiaram em você, enganou sua própria filha. — Disse Felipo. — Por que acha que merece viver se acredita nesse tipo de justiça?

— Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela. — Respondeu Dante. — Quem disse isso foi um grande homem.

— Acredito que tenha sido um ditador tão escroto quanto você é, quanto ele é. — Dante passou a lamina de uma faca na mandíbula de Felipo, mas isso não o conteve de continuar. — Como ele morreu? Qual morte seria pior para ele? Enforcamento, morte por dor, ou talvez imagine que irônico que fosse por suicídio? Alguém que acreditava tanto ser superior, mas acabara por tirar a própria vida para que ninguém tivesse essa honra não é?

Aquilo fora pura provocação e incitara um ódio preso dentro de Dante, mas o que Felipo queria mesmo era só matar o máximo de tempo possível, afinal quando um deles falava quer dizer que não estariam sendo torturados.

Foi quando se ouviu um estouro tão grande que fez a sala em que estavam tremer sob seus pés, seguido de gritos de desespero até o momento em que as janelas de vidro estourassem e os cacos acertasse seus corpos.

Quando Dante viu do que se tratava sabia que não iria sair vivo, olhou para a espada em suas mãos e temeu por sua vida, repensou as ultimas falas que havia sido lhe ditas pelo garoto em sua frente que gozava de seu poder, mas ele estava certo. Cravou a espada em seu próprio peito fazendo o sangue jorrar.

— O que está fazendo seu imbecil! — Berrou Jones. Antes que completasse a sua frase viu gente marchando ao seu encontro, como o covarde que era virou as costas saiu correndo em disparada.

Lua entrou a tempo de ver tudo o que aconteceu e não se sentiu melhor com isso. Lorrana e Eitor ao verem os amigos amarrados correram para cortar as cordas que os mantinham presos. Porém antes que pudessem chegar até Felipo outra explosão aconteceu.

— Spiritibus componis et potestas add. Ne ardeat. Ut flamma et auferetur. Ut tuta nobis. — Sebastian proferiu o encantamento criando uma bolha na área próxima a dele que os mantinham a salvo das chamas. Porém Felipo estava mais distante e foi consumido pelo fogo antes que pudessem deter. Ele fechou os olhos e sentiu um ardor por um breve momento antes de perder a consciência, esse breve momento chegou para o garoto como a dor de anos.

³* Tradução: Espíritos os convoco e agregam poder. Não deixe queimar. Afaste a chama. Mantenham-nos protegidos.

Adaga de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora