Capítulo trinta e oito

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Capítulo trinta e oito


Os elfos puseram-se próximos ao mar, dois primeiros abriram a água até certo ponto onde outros dois se puseram abrindo mais o mar a uma distancia maior e assim consecutivamente, limpando o caminho para que os quatro humanos parados na praia atravessassem como vossa majestade ordenara. Os países pareciam estar tão mais próximas uma da outra quanto imaginavam.

Lorrana foi a primeira a encorajar-se e começar a travessia seguida pelos amigos. Chegando a Esayban sem serem tocados por uma sequer gota d' agua. Assim que pisaram em terra firme o mar atrás deles voltou a seu estado normal.

Os elfos não haviam nem por um minuto parado o cântico ou parado de atravessar o mar por entre a agua, não importavam-se em se molharem conseguiam boiar e o liquido obedecia-os.

— Para onde vamos agora? — instou Eitor.

— Vou para o castelo. — Afirmou Lua. — Se eles vão cair eu quero estar perto para poder aplaudir.

— Eu não acho uma boa ideia... — Disse Eitor.

— Vou com você. — Interrompeu Sebastian.

— Vamos então. — Concluiu Eitor muito puto por ser o mais velho e ninguém lhe dar ouvidos.

— Não acho que fizemos o certo. — Lorrana falou de repente observando ao seu redor. — Aquela garota ela morreu e...

— Um elfo morreu. — Sebastian não esperou para ouvir o que a irmã ia falar já irritado com sua conduta.

— Uma vida morreu Sebastian! — Lorrana ergueu a voz. — O que aconteceu com você para tornar-se alguém tão suscetível a aceitar injustiças? Aquela garota não pediu para morrer, os olhos dela pediam socorro e fomos egoístas de mais para perceber que mais alguém além de nós mesmos estava ferrado.

— O que aconteceu comigo? — Gritou Sebastian. — Não fui eu quem mudou, foi você. Eu estive fora por alguns meses e quando volto não encontro nenhuma de nossas irmãs. Encontro só você alguém que não sei nada sobre, alguém que lidera um clã ou exercito, seja lá como preferir chamar. Essa pessoa não é a mesma pessoa quem eu vira rindo outrora feliz com duas ou mais namoradas e suas demoras a voltar para casa, não é quem eu protegia quem fazia nossa comida e ria de nossas piadas.

Aquilo feriu profundamente os sentimentos de Lorrana, seus olhos lacrimejaram, mas ela não se deixou derramar uma lagrima sequer.

— Sim está certo eu não sou mais aquela garota. — Ela abaixou a voz, não precisava gritar para ser escutada pelo irmão. — Aquela garota nunca teria aguentado um dia passar pelo que passei quando você se foi. Assim que o levaram eu entrei em desespero, fui obrigada a me arriscar também quando tentei roubar leite, sabe o que mais? Percebi que era boa naquilo. Consegui alimentar ela, eu consegui deixa-la bem. Mas então reparei que não tinha onde passar a noite. Choveu aquele dia e o vento tornava tudo mais difícil. Ela não morreu de fome, foi o frio. Eu não fui... Eu não era o suficiente. Aquela garota não era o suficiente! Enterrei seu corpinho enrolado em uma sacola de feira, sozinha! Eu sofri sozinha sua perda! Eu passei mais fome e frio até começar a encontrar pessoas com os mesmos ideais que os meus. Então sim, a menina que conheceu se foi naquele dia pra dar lugar à mulher que eu sou hoje e não a nada que possa fazer quanto a isso.

Sebastian ficou com a cabeça abaixada por uns instantes, mas não admitiu seu erro. Lorrana se recompôs e puxou frente andando em direção ao povoado de winchester que ficava consideravelmente distante do mar em si.

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