58| A Menina e os Cigarros

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Eclipse;

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Eclipse;

-Eu sempre tive medo de evoluir aqui, pra mim a cada crescimento que tenho aqui representa o meu lado humano morrendo e meu modo monstro de intensificando- ela murmura afundando a cabeça no travesseiro pela quinta vez, estávamos no quarto, Ângelo estava deitado no meio de minhas pernas com a cabeça descansando na minha barriga enquanto eu tentava trançar seus cabelos curtos obtendo zero sucesso, já a boneca assassina que fugiu do namorado está na cama do meu irmão brigando com seu travesseiro e as vezes disfarçava quando afundava a cabeça parecendo pensar e na verdade estava inalando o cheiro do meu gêmeo

-É exatamente o que está acontecendo, o nosso treinamento foi lá fora, na rua, correndo risco de verdade, sem ninguém do lado! Era matar ou morrer, errar e concertar ou fugir... Nos tornamos monstros por nossas escolhas erradas!- digo jogando minha perna encima do corpo do meu irmão que aproveita para abraçar minhas gorduras

-Quem foi o inocente de vocês?- ela questiona- Faz parte, você matar e salvar um inocente, sempre me questionei como era conseguir isso, matar alguém que não merecia... Brad nunca me respondeu, eu sei que ele matou uma garota, mas nunca me contou a história, os outros que já passaram por isso também evitam o assunto, imagino que seja doloroso

-Não- Ângelo murmura

-Não? Não doeu em você matar?

-Dina Mex, treze anos, foi a primeira que matei- confesso que naquele momento me assustei levemente afinal eu nunca matei ninguém tão jovem, tenho meu histórico e ele não é pequeno mas nunca machuquei uma criança, e não imaginava o meu irmão machucando... Mas parece que aconteceu!

-Você matou uma criança inocente?- ela praticamente grita- Isso é desumano até para as pessoas desse lugar!- antes que ela continuasse Ângelo continua

-Eu tinha onze anos!- então o susto se intensificou em mim- Ela morava no orfanato comigo, eu era um garoto complicado naquela época, revoltado, nada gentil ou amigável, eu não controlava o que eu sentia, facilmente saia do meu eixo e quando voltava a ter noção dos meus atos percebia o quão longe eu tinha ido, era horrível, por conta disso eu não tinha muitos amigos, mas tinha uma menina que eu gostava, o nome dela era Mônica e ela era adorável, foi a primeira menino que conquistou o meu coração- ele esboça um sorriso doce com a lembrança- Eu gostava de tratar ela com carinho, de proteger ela de todos, me sentia poderoso quando aquela pequena e frágil menino se escondia nos meus braços, foi com ela que eu aprendi que a minha forma de amar era cuidar, ela criou esse lado em mim, mas a raiva que eu guardava não combinava nenhum pouco com o meu novo e incontrolável instinto de proteção!- já era possível imaginar o rumo da história- Um dia estamos voltando na escola, ela estava triste, parecia ter chorado, ela segurou a minha mão e eu senti que ela estava ainda mais vulnerável, aquele estado dela foi aumentando a cada dia, e uma semana depois eu finalmente a fiz falar, uma das crianças do orfanato estava fazendo bullying com ela, estavam fazendo piadas maldosas com o corpo da minha menina, eu nunca tinha me importado com o fato dela ser gordinha, eu amava aquilo, achava que ela parecia um bolo de festa quando corria pelo jardim usando suas blusas longas de babado e quando ela pulava ou rodava no vento eu admirava ainda mais a beleza dela, e mesmo sendo uma criança gostava de dizer sempre como ela era bonita, e ela era! Era a menina mais linda daquele inferno

BELA| A Garota dos Cigarros de Menta!Onde histórias criam vida. Descubra agora