60| A Menina e os Cigarros

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Eclipse;

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Eclipse;

Alerta de gatilho!

Eu já tinha perdido a noção do tempo e da dor, não tinha forças para levantar a cabeça e olhar o relógio no topo da parede e a única parte do meu corpo que tinha minha antenção eram os meus olhos que lutava para manter abertos, minhas costas estavam com queimaduras graves, minhas pernas perderam as forças, o meu corpo era sustentado pelas correndo fazendo com que meu pulsos ardessem tanto que a essa altura eu não os sentia mais

Ao meu lado meu irmão estava caído pra trás, seus braços sangravam muito fazendo com que o líquido vermelho já tivesse escorrido por todo seu corpo e pingado várias vezes no chão claro da sala e eu desconfiava que os meus estavam indo pelo mesmo caminho; Ângelo estava quase desacordado, seus olhos pareciam perdendo o brilho aos poucos e eu esperava que em pouco tempo ele estaria apagado, a dor estava o levando a escuridão e eu... Bem, eu já estava alucinando

-Vai ser tão difícil amor...- ele murmura passando a mão nos meus cabelos bagunçados e fedidos muito diferente dos seus fios loiros perfeitamente penteados para trás, eu sentia o cheiro de caramelo invadindo o meu corpo- Você não tem ideia do tanto que vai sofrer aqui- uma lágrima escorre por seu rosto- Seja forte querida, por nosso filho, seja forte!- seus lábios plantam um beijo delicado na minha testa e eu sinto o formigamento no local- Eles vão te destruir, te lavar ao limite de todas as suas dores, você será exposta a situações desumanas, vai morrer por dentro... Eu sinto muito por tudo que vai passar, tudo que vai perder

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu forço o meu sistema a segurar cada gotinha teimosa que se acumulava ali, mas eu já não tinha controle sobre nada

-Não chore garota- outra pessoa aparece atrás do loiro, esse tinha cabelos escuros que eu bem conhecia- Não de a eles o gosto das suas lágrimas, derrame até a última gota do seu sangue, mas não chore! Não demostre fraqueza, não seja frágil como esperam que seja!

-Eu... Eu, n... não tenho... Força- minha garganta parecia tão queimada quanto minhas costas que já estavam na carne viva com pedaços de carvão que se afundaram em mim

-Minha amiga não tem força?- minha visão estava turva, não sei se pelas lágrimas, pelo cansaço, ou pelo acúmulo dos dois, mas eu vi um arco-íris chegamos até mim- Minha amiga é a própria força! Ela tem uma carga em suas costas que mataria qualquer um e ainda sim ela levanta com seu sarcasmo e sorriso maldoso e permanece vivendo da melhor forma que pode!

-Você saiu do útero tendo que enfrentar um turbilhão de traumas dos seus progenitores, e resistiu!- Kevin diz alto e claro que mesmo pra mim

BELA| A Garota dos Cigarros de Menta!Onde histórias criam vida. Descubra agora