Capítulo Sete.

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Foi aqui que pediram camren? rs.










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— Calma! Calma, calma, calma. Meu Deus, holly shit, calma. — Dinah disse repetidamente, com os olhos arregalados e fazendo sinal com ambas as mãos viradas com as palmas para Lauren.

— Eu estou calma. — Lauren ergueu uma sobrancelha, encarando a polinésia exasperada. — Você quem está nervosa.

— Não estou nervosa, estou surpresa. Esse planeta é um ovo mesmo. Não acredito que você é a Michelle da Camila. Caralho!

Lauren revirou os olhos, tinha encontrado alguém com a boca mais suja que a dela, mas ainda assim sorriu fraquinho, o coração inchando de alegria porque ela, de alguma forma, era a Michelle da Camila. Parecia que tinha seus dezesseis anos de volta.

Espera. Se ela era a Michelle da Camila, isso significava que Camila ainda falava dela. Era melhor ainda! E se Camila ainda quisesse saber dela, seria um milagre, o maior prêmio da loteria. E se tudo se resolvesse e voltasse a ser como antes… Jesus.

— Tia Dinah, olha! — a baixinha voltara do nada, o saquinho transparente em mãos, abarrotado de doces. — Fiz um arco-íris! Olha também, Lern.

Lauren riu, achou incrível como estava tudo na ordem e tão bem alinhado, nenhuma bala se misturava. Parabenizou a menina, enquanto Dinah tentava pegar uma das balas da criança, que reclamava, tentando se afastar. Todas as três saíram da lojinha, sentindo o vento fresco, quase gelado.



Uns dois metros para frente, Juniper andava na companhia de um coleguinha da escola. Um menininho ruivo e esguio, que se equilibrava em um patinete elétrico. As crianças riam enquanto se revezavam em cima do brinquedo. O coração de Lauren parecia tremer dentro do peito toda vez que Juniper tropeçava no brinquedo.

Apesar da atenção voltada para a menininha, ela também dava parcela para Dinah, entretida na conversa entre elas.

— Não entendi quando ela foi embora. Foi do nada. Nossa turma só sabia falar dela, sabe? Ninguém entendia. Quando a gente descobriu mais ou menos o que rolou, todo mundo quis cair em cima do Samuel, mas o pai dele mandou ele pra longe, Rio Grande do Sul. Ele se safou, e a Camila… eu nem soube mais dela.

Michelle suspirou. Lembrou de como o peito apertava quando todo dia chegava na escola e não via Camila andando rápido de um lado para o outro, falando com todo mundo, trazendo consigo uma garrafinha de água com gás sabor limão. Aquela coisa era horrível de tomar, mas deixava Camila com um hálito gostoso. Lembrou de como era ela a responsável por dizer que Camila não estudava mais naquela escola, para todos os professores que ainda não estavam costumados com a saída da menina e chamavam pelo seu nome no diário da turma. Ela quase pôde ouvir a voz da mãe discutindo com o pai, porque era óbvio que a adolescente precisava de um psicólogo, uma receita de calmantes, ela precisava dormir uma noite inteira novamente. Recordou das noites que ficava acordada até tarde, chorando porque o peito doía, pesado. Os olhos ardiam de tanto chorar e estavam inchados, na manhã seguinte. De como forçava o sorriso quando um dos irmãos entrava no quarto, querendo fazer companhia e distrair a mais nova do sofrimento que era.

Foi naquela época que aposentou o ukulele, instrumento que tinha comprado em par e aprendido a tocar junto com Camila, as duas sem aula. O instrumento juntava poeira após Michelle ter se cansado de tocar todas aquelas músicas de amor que ela cantava quando Camila estava por perto, só para ver a menina desconversar, toda sorridente. Michelle às vezes sentia que também estava juntando poeira em seu trajeto que era do quarto para o banheiro, e de lá para a cozinha, só para beber água mesmo, porque fome, parecia que tinha sumido junto com a sua melhor amiga.

Gotta Be You. - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora