An important decision

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Já sabem né, aquilo dos nomes?

Estão preparados?

Boa leitura.

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Respirei fundo pela terceira vez desde que sentara naquele sofá, esperando Sofya e Noah chegarem para poder conversar com os dois.

Fazia mais de um mês desde o episódio da casa de praia e, infelizmente, o comportamento dos dois não tinha mudado muito. Tirar seu dinheiro e o carro não teve o efeito que esperava, já que seus amigos e namoradas eram prestativos demais para deixá-los na mão. Eles também já sabiam sobre meu namoro com Any. Há pouco mais de uma semana meus filhos tinham recebido os amigos em casa e dois deles vieram falar comigo, dizendo que achavam um absurdo o comportamento de Sofya e Noah  e que eu tinha todo direito de ser feliz com quem eu quisesse. Uma das pessoas foi Sina, namorada de Noah.

Ela fora uma das primeiras a saber, porque no dia seguinte mesmo à nossa volta da casa de praia, Any tinha me ligado à noite para dizer que Sina a visitara durante o dia para saber a versão dela dos fatos, porque Noah tinha lhe ligado xingando de vários nomes. Depois de horas conversando, Sina acabou se voltando contra o próprio namorado, defendendo a mim e a Any, o que foi muito bem vindo depois da reação dos meus filhos.

Any estava se sentindo culpada por me fazer brigar com eles, mas acabou percebendo, graças à amiga, que o comportamento dos dois não era aceitável.

Ainda assim, o passar dos dias não foi fácil para nenhum de nós.

Uma das minhas maiores provas de paciência se deu ao final do mês de julho, quando estava saindo para encontrar Any para comemorar nossos três meses de namoro. Era sexta feira e eu tinha feito reserva num restaurante. Nós dois estávamos um pouco nervosos porque aquela seria a primeira vez que sairíamos como um casal, na frente de todos.

Quando estava prestes a sair de casa, ajustando a roupa enquanto descia as escadas, dei de cara com Sofya, que estava parada ao final dos degraus com um olhar superior. Antes que eu perguntasse alguma coisa, ele ergueu seu celular clicou em algo que fez sua voz soar no ambiente, junto com a de Taylor. Era uma ligação entre as duas.

A senhora não pode ficar sem fazer nada a respeito, mãe! — Sofya falava com a voz alterada. Obviamente aquele não era o começo da conversa.

O que você quer que eu faça, Sofya? — ela devolveu com o tom de frustração. — Esse assunto não me diz respeito.

Mas ele é seu marido!

— Ex-marido — Taylor o corrigiu.

Tanto faz. Só não venha dizer que a senhora está feliz com esse namoro, porque eu sei que é mentira.

— É claro que eu não estou feliz, Sofya. Quem poderia gostar de saber que foi substituída por uma criança?

— Uma pirralha interesseira, é o que ela é!

— Não exagere, Sofya! Eu falei com seu pai a respeito. Any não está atrás do dinheiro dele.

Isso é o que ela diz! Mas eu estudo na mesma escola que ela, lembra? Ela se aproximou de mim e de Noah primeiro. Provavelmente queria um de nós, e quando viu que não ia conseguir nada, partiu para o dono do dinheiro.

Eu já tinha ouvido aquela mesma ladainha ao menos umas dez vezes nos últimos dias, por isso foi natural para mim apenas ignorar e continuar meu caminho até a garagem. Mas Sofya me seguiu, ainda me obrigando a ouvir a conversa com Taylor.

Além do mais, é uma pouca vergonha do Dr. Beauchamp ficar com alguém daquela idade. Como ele pode nos envergonhar dessa forma na frente dos nossos amigos, mãe?

— E você acha que eu não me sinto envergonhada? Essa semana mesmo uma amiga ligou para mim dizendo que ficou sabendo que Josh estava com uma ninfetinha. Ninfetinha, Sofya! Foi essa a palavra que ela usou. Queria abrir um buraco no chão para me enterrar.

— A senhora tem que fazer alguma coisa! Isso não pode continuar assim.

Eu não vou fazer nada, filha. Querendo ou não, a vida de Josh não me diz mais respeito. Nós dois concordamos com o divórcio e o que ele faz agora não é da minha conta, da mesma forma que eu não devo satisfação a ele também. Você e seu irmão precisam aceitar que nós não estamos mais casados e estamos seguindo com nossas vidas separadas agora.


É isso que a senhora chama de vida?! Ficar comendo uma pirralha que tem idade para ser filha dele?

— Eles... estão...?

— Os dois passaram o final de semana na casa de praia, mãe — Sofya lembrou. — Só um cego não perceberia que eles já transaram.

Alguns segundos de silêncio se seguiram às palavras de Sofya e eu apoiei minhas mãos no carro, abaixando o rosto para o chão. Senti um súbito peso nos ombros que me deixou esgotado e incapaz de arrancar aquele telefone das mãos dela e quebrá-lo, como queria fazer.

De qualquer forma, isso não me diz mais respeito — Taylor voltou a falar depois de respirar fundo. — A vida é dele, Sofya. Deixe-o quebrar a cara se é assim que ele quer.

Talvez isso seja melhor mesmo. Vou ficar na minha e esperar. Faço questão de rir na cara dele quando essa palhaçada acabar e ele enxergar o quanto o comportamento dele está sendo vergonhoso.

Ouvi um clique da ligação sendo encerrada e ergui o rosto a tempo de ver Sofya erguendo uma sobrancelha e me dando as costas, me deixando sozinho na garagem.



xxx


A vontade que eu tinha de socar alguém era tanta que precisei ficar mais um tempo ali para me acalmar, até que me sentisse em condições de ir encontrar Any sem estragar o nosso encontro, ela percebeu que algo tinha acontecido, mas me recusei a contar aquela noite, quando só queria ficar com ela e esquecer meus problemas.

Ao final da noite, no entanto, me senti incapaz de voltar para casa e encarar Sofya novamente. Simplesmente não conseguiria ficar de frente para ela e não sucumbir à vontade de gritar ou até mesmo batê-la se ela viesse com mais alguma surpresa. Assim, acabei passando o resto do final de semana num hotel. Até que foi algo bom, porque Any passou boa parte do tempo comigo. Depois de muito insistir, findei por lhe contar o que me deixara daquele jeito.

Obviamente ela ficou bem abalada, mas optamos por esquecer aquilo por hora e apenas aproveitar a companhia um do outro.

Nos dias que se seguiram, evitei a presença dos meus filhos a todo custo. Quando não estava com Any à noite, ficava mais tempo no hospital, chegando em casa o mais tarde possível. Quando ainda os encontrava no caminho que fazia apressado até o meu quarto, simplesmente passava por eles como se não visse ninguém. Por sorte, eles também estavam me ignorando.

Algumas semanas depois, porém, foi impossível continuar ignorando-os quando a atitude dos dois atingiu Any diretamente mais uma vez.

Estávamos na minha casa, numa rara ocasião em que me atrevi a levá-la para lá, porque sabia que Sofya e Noah estariam fora o dia todo por conta de uma festa na piscina da casa de Joalin. Os dois passaram a semana falando daquela festa, fazendo planos, enquanto eu fazia meus próprios planos com Any.

Era meu aniversário. Apesar de estar sem a presença dos meus filhos, estar com Any supriria facilmente essa ausência. Ainda mais quando obviamente eles optaram por ir para a casa dos amigos do que ficar comigo. Não que eu quisesse a companhia deles de fato. Não depois de tudo que eles tinham feito nas últimas semanas. Forçar algo só porque era meu aniversário não seria bom para nenhum de nós, então simplesmente não comentei nada e os deixei ir.

Fui pegar Any na sua casa depois de cinco minutos que os dois tinham saído e passei o dia inteiro com ela na minha casa. Tomamos café da manhã juntos, nadamos na piscina, almoçamos e à tarde ficamos assistindo "O Grande Motim", que tinha sido o presente de Any. Tinha comentado certo dia com Any que esse era o meu filme favorito desde sempre e que vinha tentando comprar há algum tempo, mas nunca achava para vender. Não fazia ideia de como ela tinha conseguido achar aquilo, mas obviamente fiquei muito feliz e ansioso para assistir novamente, com ela dessa vez.

Tinha pedido para ela trazer uma roupa para sairmos à noite e nos trocamos no meu quarto. Desde que Taylor tinha saído, já tinha começado a fazer algumas mudanças, tirando qualquer traço da sua presença. Não que achasse que Any viesse morar comigo num futuro próximo, mas sabia que algum dia acabaria levando-a no meu quarto e não seria nada agradável ela se deparar com uma foto de Taylor ou qualquer indicativo de que eu já tinha dividido aquele quarto com outra mulher por anos. Tinha trocado quase toda mobília e redecorado tudo. Agora, quase dois meses depois da sua saída, não havia sequer um objeto que marcasse sua vida ali, seja no quarto ou no banheiro.



A vontade que eu tinha era ficar na banheira com Any pelo resto do dia, mas nós dois sabíamos que precisávamos sair antes que meus filhos chegassem. Não gostava de viver me escondendo dessa forma, mas por enquanto era o melhor a fazer. Assim, depois de gozar e fazê-la gozar com minha boca e meus dedos, nos vestimos juntos, parando a todo instante para trocar beijos ou apenas passar a mão um no outro. Any ria a cada vez que passava a mão no meu membro, deixando-o duro em segundos, enquanto eu gemia de desejo e frustração.

Any estava linda, como sempre, e eu tive que me conter para não jogá-la naquela cama depois que ela piscou para mim e saiu rebolando, me fazendo segui-la como um cachorrinho.

Quando estávamos saindo do quarto, no entanto, nós dois estancamos ao nos depararmos com Noah e Sofya, que tinham acabado de subir as escadas, ainda com roupa de banho e carregando uma bolsa com toalhas molhadas.

O olhar deles vagava entre nós dois, tanto para a porta atrás de nós, quanto para nossos cabelos que ainda estavam úmidos do banho recente. Sem querer lhes dar chance de falar qualquer coisa, entrelacei meus dedos nos de Any e comecei a guiá-la para as escadas. Tivemos que passar pelos dois no caminho, mas nem bem conseguimos pisar no primeiro degrau antes que ouvíssemos a voz de Noah.

A vontade que eu tinha era simplesmente ignorar e continuar o caminho, mas Any parou ao ouvir seu nome, me fazendo parar também.

— Você podia ao menos respeitar essa casa um pouco, não acha, Any? — Noah perguntou com a voz dura. — Josh pode não ter vergonha na cara de trazer outra mulher para a casa dele, mas você poderia ao menos se recusar a entrar no quarto que ele dividiu por quase vinte anos com a ex-esposa.

— Você não se importa que foi aí que ele passou todas as noites de metade da vida dele com outra mulher? — Sofya falou, seguindo as palavras do irmão. — Não te incomoda saber que era nessa cama que ele transava com a ex-mulher todas as noites? Que era com ela que...

— Calem a boca! — ordenei num grito, fazendo-os se sobressaltarem. — Eu não quero mais ouvir uma palavra de qualquer um dos dois, fui clara? Se falarem com Any novamente...

— O quê? O que o senhor vai fazer? — Noah me interrompeu, falando tão alto quanto eu. — Já tirou nosso dinheiro, nossos carros. O que vai fazer agora, Dr. Beauchamp? Com o quê vai nos ameaçar? Vai nos expulsar de casa? Vai nos mandar morar com a mamãe como castigo? Sabe que isso nem parece mais tão castigo assim?

Há alguns dias tinha gritado com eles depois de mais uma sessão de insulto e tinha me arrependido no segundo seguinte ao sugerir que eles fossem para São Francisco, se aquela situação estava sendo tão incômoda para eles. É claro que só falei isso porque estava muito irritado, mas agora a cada oportunidade eles jogavam isso na minha cara.

Naquele instante, porém, não tive sequer coragem de me defender ou falar qualquer coisa para tentar mudar o comportamento deles, me limitando apenas a apertar a mão de Any com mais força e tirá-la dali. Descemos as escadas em silêncio e assim seguimos até o carro e pelo caminho até o restaurante onde iríamos jantar.

Mas quando parei à entrada do restaurante e desliguei o carro, Any não fez qualquer menção de sair.

— É seu aniversário e eu me sinto péssima por isso, mas não vou conseguir entrar aí e fingir que está tudo bem — ela murmurou com a voz fraca e embargada, como se estivesse prestes a chorar.

— Tudo bem, Any. Nós podemos ir para outro lugar.

— Não. Eu quero ir para casa — Any pediu enquanto eu ligava o motor novamente e começava a dirigir para longe do restaurante. — Desculpa, Josh, mas preciso ficar sozinha.

Engoli em seco ao ouvir aquilo, apertando o volante com mais força do que seria necessário, fazendo um retorno por uma rua que nos levaria em direção ao apartamento de Any. Queria falar algo, mas acabaria implorando para que ela não escolhesse ficar sozinha aquela noite, porque precisava dela, mas sabia também que ela precisava desse tempo. Assim, me mantive calado até que paramos em frente ao seu prédio.

— Me desculpe por estragar seu aniversário — ela pediu num tom baixo, tirando o cinto de segurança e se voltou para mim.

— Você não estragou, pequena — assegurei, me aproximando para alcançar seus lábios num beijo rápido. Um sorriso triste apareceu no seu rosto e eu ergui minha mão, acariciando sua face. — Isso não vai mudar nada entre nós, vai?

— Nada vai mudar — Any respondeu ainda com a voz baixa. — Estaria mentindo se dissesse que o que eles falaram não me afetou, mas não muda o que eu sinto, Josh. Só vou evitar encontrar com eles de agora em diante.

Soltei um suspiro aliviado e recostei minha testa na sua. Antes de sair do carro, Any murmurou um "amo você" que fez com que me sentisse um pouco melhor. Quando cheguei em casa, no entanto, e encontrei Noah e Sofya jogando videogame na sala como se nada tivesse acontecido, a vontade de gritar voltou com força total. Ao invés disso apenas parei à porta, cruzando os braços enquanto observava os dois rindo descontraidamente. Em determinado momento eles pareceram se dar conta de que não estavam sozinhos e me encararam em silêncio, depois de pausar o jogo.

— Obrigado por estragar meu aniversário — murmurei apenas, saindo da sala em seguida.

Aquela situação tinha chegado a um ponto sem volta para mim. Queria descobrir algo que pudesse fazer Sofya e Noah pararem com aquele comportamento absurdo e aceitar de vez o meu namoro com Any, mas do jeito que as coisas andavam, isso nunca iria acontecer. A tendência era apenas piorar. Por isso, depois de muito pensar e conversar com Any, tinha tomado a única decisão viável.

Ouvi os dois chegando e levantei do sofá onde estava há mais de uma hora esperando-os, indo até a porta a tempo de chamá-los antes que eles subissem as escadas.

— Vocês poderiam vir aqui um instante? — perguntei. — Nós precisamos conversar.

Vi quando os dois trocaram olhares, mas não falaram nada, me seguindo quando voltei para a sala. Eles sentaram no sofá de frente para o meu, continuando em silêncio enquanto mais uma vez eu respirava fundo.

— Eu não sei o que vocês estão querendo com esse comportamento — comecei por fim, encarando os dois fixamente —, mas já cheguei ao meu limite aqui. Não aguento mais viver como um criminoso dentro da minha própria casa, tendo que me esconder dos meus filhos para não ser acusado de qualquer passo que dou. Castigar vocês pareceu não surtir nenhum efeito, então estou devolvendo seus carros — anunciei, apontando para as chaves que tinha deixado sobre a mesa de centro. Sofya imediatamente abriu um sorriso e pegou as duas, entregando a de Noah. — E também desbloqueei o cartão.

— Está tentando nos comprar? — Noah perguntou, arqueando uma sobrancelha.



— Não, filho. Apenas cansei de tentar fazer vocês crescerem — falei apenas, sentindo um nó na garganta que me manteve em silêncio por um tempo. Quando voltei a falar, aquele nó ainda não tinha sumido. — Se vocês queriam me decepcionar e me magoar, então acho que vão ficar felizes em saber que conseguiram. Nunca imaginei que meus próprios filhos fossem capazes de agir com tamanho egoísmo, nem sequer enxergando o quanto Any me faz feliz e o quanto a amo. Para vocês pouco importa o que eu sinto, não é?

Nenhum dos dois falou nada depois daquela pergunta, que na verdade não precisava de resposta. Enterrei o rosto nas minhas mãos quando me senti incapaz de continuar encarando-os. Por pouco não sucumbi à vontade de chorar, apesar de não ter conseguido impedir meus olhos de marejarem quando voltei a erguer o rosto.

— Vou ficar um tempo no apartamento dos seus avós enquanto procuro um lugar para mim — anunciei, ficando em pé em seguida. — Eu só peço que vocês cuidem dessa casa, porque vocês são os donos dela agora.

— Espera! — Sofya chamou quando eu já estava saindo da sala. — O senhor vai embora?!

Voltei-me rapidamente, vendo os dois em pé agora.

— É, Sofya, eu vou embora. Não posso ficar numa casa onde não sou respeitado ou bem vindo.




Notas Finais.

Tenso...

Veyyyyy, meu coração tá batendo acelerando demais KKKK. Scr

7 Minutos No Paraíso - ADAPTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora