I Hate Loving You

Capítulo 6

Lauren a beijou com paixão, a língua invadindo a boca da latina com uma avidez desmedida entre as labaredas que a consumiam. Camila percebeu que, até aquele momento, ainda não tinham se beijado.

E aquele beijo - os lábios se aderindo, as línguas cálidas se fundindo, as respirações mesclando sua arritmia - pareceu muito mais íntimo que todo o resto. Como se Lauren pudesse sugar sua vontade, seu ser, sua alma. A morena estava assustada. Não contava com as milhares de sensações que aquele simples beijo podia causar. Como se fosse a primeira vez que realmente se tocavam.

Tirou a saia e o biquíni de Camila e a fez deitar no sofá carinhosamente. A latina permitiu com total passividade, olhando-a como se estivesse hipnotizada. Era a primeira vez que Lauren a via assim, completamente nua. Linda, tão linda que chegava a doer. Livrou-se do biquíni, ficando nua também, e deitou em cima dela, descendo a boca pelos seios, pondo-se a lamber, chupar, provar, devorar. Já não pensava direito, apenas seguia a enorme vontade de dar e receber prazer.

O simples fato de Lauren estar nua em cima dela tirou a latina do torpor em que se encontrava. Aquela mulher a deixava num transe de loucura. Ela era incrivelmente sexy, linda, intensa, total e deliciosamente irresistível.

Naquele momento, a menor teria implorado para que ela a tocasse. Mas Lauren também parecia tomada pela mesma insanidade que fazia Camila passar as mãos na pele dela, apertar e arranhar as costas com volúpia, acariciar e provar aquele corpo tão desejado.

As duas se fitaram durante um breve momento revelador. Sem precisar de palavras. A troca de olhares deixando clara a trégua oferecida.

Os lábios de menor procuraram os da morena, se abriram nos dela, com uma entrega sem restrições, foi nesse momento que Lauren finalmente se rendeu. Se amaram sensualmente, Lauren entre as pernas de Camila, bocas e corpos colados, os sexos pulsando juntos, de forma quase desesperadora.

A latina passando as mãos nas costas, na nuca de Lauren arranhando a pele leitosa incansavelmente. As bocas não conseguiam se separar. Os sussurros e gemidos abafados foram aumentando, seguindo os movimentos dos corpos que aceleravam. Então Camila disse que ia gozar fazendo com que Lauren a acompanhasse numa palpitante vertigem dos sentidos, pediu:

― Goza comigo...

Depois do orgasmo arrebatador, que as deixou completamente exaustas e sem fôlego, a morena ficou deitada em cima da menor, o rosto enfiado nos cabelos castanhos.

Aos poucos, foi voltando a si, apavorada com a facilidade com que se tinha deixado levar e com a intensidade do que tinha sentido. Ela, que evitava qualquer tipo de envolvimento. E tinha sido logo com a única pessoa com quem isso nunca poderia acontecer. Sentiu-se fraca, vencida e incapaz de olhar para Camila, porque, se voltasse a ver o sorriso irônico e o ar vitorioso com que ela sempre a desafiava, não teria como revidar.

Camila ficou deitada, adorando sentir o peso do corpo da maior, a pele quente e suada contra a sua, o hálito em seu pescoço, o coração tão descompassado quanto o dela. Tinham feito amor, e isso era ao mesmo tempo surpreendente, maravilhoso e assustador. Porque sempre tinha pensado que Lauren era o tipo de mulher sensual, sedutora, devastadora, com quem se podia fazer sexo e nada mais. Mas não tinha sido assim.

Do nada, sentiu todos os músculos de Lauren se tencionarem. Percebeu que, durante alguns segundos, ela prendeu a respiração, como que tomando coragem, e então se levantou, os olhos evitando os castanhos. Lauren vestiu o biquíni sem olhar para ela. Depois saiu da sala, o coração doendo só de se afastar da menor. Quase correu até a piscina, onde mergulhou de cabeça na água gelada.

Camila ficou observando a morena se vestir em silêncio e sair da sala sem olhar para ela. Vestiu o biquíni sentindo os olhos embaçarem. Tinha um nó por dentro. Sentou novamente no sofá e deixou as lágrimas escorrerem. Perdeu a noção do tempo, deixou-se ficar ali chorando, o rosto entre as mãos abafando os soluços.