Descobertas

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[Point of view Bright]

Escutei quando a porta do quarto se fechou e abri os olhos, fitando Aof retornando até o lado da cama com um olhar preocupado.

– Ele vai voltar, Bright. Acredito que falou com o médico sobre seu atual estado de saúde.

– Está tudo bem, vou falar com ele em breve – respondi enquanto me sentava.

– Se eu não me engano, ele é o mesmo delegado que investigava o caso da sua irmã. Você pode ser considerado um suspeito nessa agressão contra o Metawin sabe disso, não sabe?

– Eu sei.

Foi só o que consegui responder naquele momento.

As imagens do circuito externo do Velence não ajudaram em nada a polícia, segundo Aof. Então, eu era suspeito de ter atacado Win. Por conta disso, estava sendo questionado sobre aquela noite e pensar nisso fazia minha cabeça doer.

Queria tomar notas mentais sobre os detalhes, mas não para contar a polícia. A intenção era lembrar de cada detalhe para que eu pudesse investigar depois. Algo me dizia que tinha algo muito estranho no ataque que Metawin sofreu.

Aqueles homens não eram amadores.  Eles sabiam como intimidar uma pessoa e o que mais me surpreendia, era a determinação de Win em não abrir a boca sobre o paradeiro do irmão. Será que ele realmente não sabia onde Mick estaria escondido?

~Dois dias depois~

– Senhor Vachirawit, como está se sentindo?

Ainda no hospital, deitado em uma cama, observei o delegado parado ao pé da cama com os braços cruzados, me encarando com aqueles olhos claros cheios de suspeitas.

– Como o senhor pode ver, vivo – respondi ironicamente – para sua infelicidade – acrescentei e vi sua careta.

– Bom, se está vivo pode contar tudo o que aconteceu naquela noite.

Seu olhar penetrante fez os cabelos da minha nuca arrepiarem. Havia algo que me incomodava muito naquela situação. Primeiro, o fato dele estar investigando o ataque, já que eu não havia chamado a polícia.

Dois, por causa disso, me questionava se Metawin levaria isso para frente. Uma investigação significava perguntas das quais envolveriam a motivação do ataque.

Com tudo isso em mente, calculei cada parte do meu depoimento e respondi as perguntas da melhor forma possível.

Junto conosco estava um policial, que gravava as respostas e fazia anotações em um bloco de notas, até então em silêncio.

– Você seria capaz de se lembrar de alguma característica que possa nos ajudar a localizar esses dois homens?

Questionou o policial que fazia as anotações e o delegado olhou pra ele, em seguida pra mim.

– Acho que sim.

Falei sem muita confiança.

– Estava escuro, mas consigo lembrar que um deles tinha uma cicatriz na bochecha, como se tivesse se queimado e o outro... hum, digamos que ele pode ter procurado um hospital, já que o acertei com um tiro de raspão na perna – respondi.

– Certo. O senhor Metawin ainda não acordou, o estado de saúde dele é instável, mas pretendo falar com ele assim que ele acordar. Enquanto isso vamos buscar suspeitos com as informações que nos repassou.

– Delegado?

Chamei, o impedindo de continuar a se retirar do quarto. O policial que estava com ele também parou quando chamei, mas vi o delegado fazendo um sinal com a cabeça para ele seguir caminho. Quando ficamos sozinhos, o vi parar ao meu lado na cama. 

Liberta-meOnde histórias criam vida. Descubra agora