Vingança

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[Point Of View Bright]

~2018~

- Bright, acorda.

Mãos agitadas sacudiam meu ombro e não foi nada legal.

- Bright, caralho... Você precisa acordar - a voz urgente de Aof me despertava - Aconteceu algo.

Abri os olhos fitando seu corpo parado ao lado da cama.

- O que é?

Pergunto levando a mão até o rosto, cobrindo os olhos para evitar que a claridade incomodasse mais.

- Sua irmã está no hospital - a voz saiu falha.

- Tontawan? - levantei-me rapidamente da cama, pegando a calça jeans que Aof segurava para me cobrir. Sai do aposento vestindo-a enquanto o seguia rumo a porta de entrada do apartamento.

- O irmão do cara que ela está saindo ligou - olhei para Aof que procurava a chave da moto no bolso do jaqueta deixada sobre o sofá.

- Do que você está falando? - perguntei confuso - Que cara?

Aof me olhou assim que encontrou o molho de chaves.

- Eu também não faço ideia. Vamos para o hospital e depois descobrimos isso.

Sua voz era urgente fazendo um arrepio percorrer todo meu corpo.

Eu morava sozinho em um apartamento pequeno alugado no centro da cidade. Na noite anterior havia feito um show com minha banda a Ctrl+S em um bar próximo dali vindo a ser o destino final da galera que resolveu terminar a noitada na minha sala. Aof ficou dormindo no sofá depois de ficar muito bêbado.

Descemos as escadas rapidamente, parando na calçada para sairmos com a moto estacionada. Aof gostava muito de motos e havia se tornado um piloto profissional, um dos melhores principalmente quando se tratava do trânsito de Bangkok. Não havia outra pessoa melhor que ele para pilotar em um momento como esse.

Após colocarmos os capacetes, ele deu partida enquanto montava na garupa, me segurando em sua cintura sentindo-o desviar dos carros e até furar alguns semáforos. Graças as suas habilidades, chegamos ao hospital em poucos minutos.

O deixei estacionando a moto enquanto corria até a recepção e com a respiração acelerada e a garganta queimando, forneci o nome de Tontawan para a enfermeira recepcionista de cabelos curtos.

- O que o senhor é dela? - seu olhar era de atenção quando os desviou da tela do computador.

- Irmão - respondi secamente.

- Certo. Me acompanhe, por gentileza - ela se levantou da cadeira, pegou uma planilha dando uma olhada para a outra recepcionista que assentiu silenciosamente.

- Como ela está? - escutei a voz de Aof atrás de mim e dei de ombros fazendo sinal com a mão para que ele nos seguisse.

Caminhamos por um longo corredor logo que saímos da recepção, com a enfermeira mais à frente. Ela entrou por uma porta escrito EMERGÊNCIA e senti meu corpo gelar a cada passo que dava.

- Ele vai te matar quando descobrir.

O que antes estava silencioso, foi quebrado por uma voz masculina cheia de receio. A pessoa estava sentada ao lado de um homem todo machucado que segurava o rosto com as duas mãos.

- Cala a boca, por favor - o homem pediu entre dentes assim que nos aproximamos.

- Ela está morta, Mick - parei imediatamente quando escutei as palavras.

Liberta-meOnde histórias criam vida. Descubra agora