Onde Jeongguk passa a encontrar o mesmo garoto em todos os lugares e em diferentes situações. Mas nas lentes da sua câmera ele nunca está presente.
Tell me, do angels really exist?
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Jeongguk
彡
Quando eu estava no ensino médio pensava que nada poderia ser mais difícil do que tudo que eu já havia estudado. Todos aqueles cálculos matemáticos, físicos, aquelas fórmulas químicas, regras… Não poderia piorar.
Eu me enganei, e muito.
Hoje estou indo pela décima vez imprimir folhas para um fichário que criei para me ajudar com questões de ângulos. Sempre que me falha a memória recorro para ele e reviso tudo de novo. Tenho estudado isso há três anos, mas a cada período de pausa sempre encontro dificuldades e hora das fotos…
– Então… me ajuda aqui? A inclinação do ângulo de cento e oitenta graus está correta? — Riu sem graça como quem quisesse bancar o engraçado, mas estava morto de vergonha por dentro.
Decidi estender o curso que antes tinha três anos de duração. Agora terei mais dois anos graças ao superior de tecnologia em fotografia. Digo graças porque poderei continuar no campus por mais tempo, fugindo das responsabilidades e da grande dificuldade que será para manter um apartamento e as contas pagas.
Mercado de trabalho tem me assombrado todas as noites.
Só não me sinto tão perdido porque tenho o Taeil, ele também decidiu estender o curso e ficar comigo mais um tempinho. Felizmente suas notas foram tão boas quanto as minhas. Nós dois somos colegas de quarto porque viemos juntos da Coréia, separar nós dois seria a pior parte dessa viagem, definitivamente.
Me sinto bem por aqui, apesar da dor de cabeça constante por ter muitas aulas e trabalhos. Seria mil vezes pior se eu tivesse ficado na Coréia cursando o que o meu pai queria sem vontade alguma.
Vez ou outra a minha mãe liga para saber como eu estou, chega a ser doloroso ouvir a sua voz trêmula dizendo que está com saudades. Eu também estou, com muita.
Ela também diz que o meu pai pergunta por mim de vez em quando mas que se recusa a saber qualquer coisa relacionada ao curso. Conhecendo bem ele e o seu orgulho não vamos voltar a nos falar nem tão cedo. Talvez quando ele estiver no auge da velhice e se torne menos cabeça dura. Ou não.
Por enquanto vou continuar aqui em Portland, morando no dormitório com o meu melhor amigo, vivendo algumas aventuras secretas e dando tudo de mim para essa universidade. E sim, valeu à pena tudo que eu fiz.
Exceto uma única coisa.
Gostaria de por pelo menos um dia não ser acordado com a visão dos infernos de um homem pelado se alongando diante da minha cama, ouvindo uma balada antiga e cafona num rádio velho da escrivaninha.
– Bom dia, doce, preparado para mais uma semana?
– Taeil, só me responde uma coisa. De que inferno você tira tanta energia todas as manhãs?