Capítulo 1

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                   Eda Yildiz
                       Dias atuais

Estou dentro do carro com Fifi, em frente a boate para mais um turno. Mas hoje será diferente, hoje pela primeira vez em 3 meses El Capo irá aparecer, e com ele aparecendo vai estar na hora de mudar um pouco os meus modos.
Ouvi dizer que ele estava resolvendo "Negócios" em Boston e graças aos favores que pessoas deviam a vovó, consegui essa informação a 1 semana. Desde então me aperfeiçoei na arte da sedução para minha primeira—aqui—apresentação de striptease.

–Bora Eda você tem que sair, daqui a pouco ele chega. Você ainda tem que se arrumar –me apressa Fifi.

Viro a cabeça em sua direção e tranco os olhos com o seu:
–Estou indo, Estou esperando o sinal.

–Que sinal? Sinal de quem?

–Você não acha que vou entrar pela porta da frente né? Eu tenho que entrar pela porta da frente quando sou uma simples bartender. Hoje, para não chamar mais atenção aos arredores vou ir pela entrada de trás, mas tenho que esperar.

–É um dos caras que ajudaram a sua Avó com favores?

–Sim –é a única coisa que eu digo enquanto volto a olhar pela janela esperando a hora certa.

Passados 5 minutos, Pardal—seu codinome na facção—aparece e emite um sinal simples parecido com um aceno de cabeça.

–Ta na hora –digo me preparando pra abrir a porta do carro mas sou detida com uma mão no braço no último segundo.

–O celular está com você?

–Sim, está na bolsa de mão.

–Dadá – ela solta um suspiro pesado mencionando meu apelido de infância –Não leve as facas ou arma. Quando você conseguir se aproximar do Serkan, seus guardas irão revista-lá. Deixe-as comigo.

Olho em sua direção com a postura rígida, as facas são meus amuletos da sorte, se livrar delas é como se livrar da minha alma.
Profundo, eu sei.

Mas Fifi tem razão, não quero estragar o plano com algo tão simples.

–Certo tudo bem –tiro as facas da bota e as da perna agarradas a cinta-liga. Jogo-as no banco de trás.

–Vamos, o cara ali está impaciente e acho até que suando frio com medo de ser pego –aponta em direção ao pardal com uma expressão divertida.

Dou um sorrisinho de lado e abro a porta. Saio e olho pra minha irmã pela janela.

–Ah esqueci de avisar. Também vou sentir falta –pisco.

–Eu não vou sentir sua falta, mas tome cuidado, não quero dar a notícia da sua morte para sua avó.

–Continue se enganando Fifi, continue se enganando –dou uma batida no capô e vou em direção as portas dos fundos.

Pardal, um homem com pouco mais de 55 anos me olha de cima abaixo com a postura rígida.

–Ande logo, você está atrasada –ele abre a porta de ferro e espera eu passar.

–Estava esperando seu sinal –digo e entro, esperando ele passar pra ir na frente.

Caminhamos em linha reta por um corredor com outra porta ao final. Ele abre essa porta e encontro mais guardas e funcionários da boate rondando.
Sigo com postura reta e cabeça erguida repetindo meu mantra de uns meses para cá
Eu vou conseguir, irei conseguir.

Estrela de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora