capítulo 220

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O relógio marcava 7:25am quando Paolla abriu os olhos assustada. A luz do sol iluminava o quarto através da cortina e levou alguns milésimos de segundos pra identificar onde estava. Deitada de lado, com o braço do namorado na cintura e sentindo a respiração pesada dele na nuca, deu um sorrisinho ao perceber que havia pego no sono alí mesmo, entre os cochichos e sussurros trocando palavras soltas pela madrugada.

Foi se desvencilhando delicadamente sem querer acordá-lo, mas Douglas parecia ter grudado nela. O braço pesava uma tonelada e ele não se movia. Levou a mão até a mesinha onde estavam os celulares e, sem ver qual, alcançou o dele. Queria ver somente a hora, porém uma notificação lhe chamou a atenção, ainda mais que havia sido respondida às 5:05 da manhã de um domingo. O nome do contato não a agradava e muito menos o conteúdo da mensagem, mas nada fez. Devolveu o aparelho dando um longo suspiro.

Quando conseguiu levantar, viu o namorado resmungar algo e virar para o lado em que ela estava como quem a abraçasse. Olhou para a cama e observou a enteada tomando conta de tudo e o Chopp da mesma forma, não teria mesmo espaço para mais dois adultos naquele colchão.

Se direcionou até o banheiro tentando não fazer barulho para realizar sua higiene matinal, e ao sair recolheu uns pertences e uma roupa leve de exercícios. O cachorrinho já se espreguiçava na porta a aguardando, e saíram juntos do quarto, deixando os dois dormirem mais um pouco.

Paolla chegou até o banheiro do corredor tomando um rápido banho para despertar, com a cabeça efervescendo de pensamentos e suposições. Sangue quente e impulsiva que era, teria retornado até o quarto e acordado o namorado com várias perguntas, mas se limitou a respirar fundo e ir até a área externa da casa. Os outros cachorros já corriam pela grama, Chopp logo se juntou e ela encontrou um dos funcionários cuidando do jardim. Bateu um breve papo com o rapaz, se atualizando de algumas coisas, pedindo para dar uma olhada no suporte da rede que havia quebrado e buscou um tapete de exercícios para fazer yoga.

Precisava se acalmar, estava agitada. A mente começou a confabular o motivo do contato e da mensagem, mas nada parecia fazer sentido. Escolheu uma área onde costumava se exercitar e lá ficou fazendo alguns exercícios leves, seguido dos movimentos da yoga e acompanhada da meditação.

No andar superior, Douglas despertava meio desorientado. Se ergueu e viu a filha dormindo, levantou indo até o banheiro e saiu a procura da namorada. Chegou até a entrada da casa e foi recebido pelos cachorros eufóricos, mas não conseguiu encontrá-la. Andou mais alguns metros e a viu de longe, de costas, concentrada, se alongando. Não quis atrapalhar e foi até a cozinha, preparando um café. O celular havia ficado no mesmo local, ele se quer olhou. Permaneceu na cozinha até a bebida ficar pronta e saiu com uma xícara na mão até a namorada.

Douglas: Bom dia... — se aproximando dela com os olhos apertados de sono, aproveitando que ela estava num movimento quase em pé para dar um selinho

Paolla: Bom dia. — respondeu seca sem retribuir totalmente o beijo

Douglas: Eita... — percebendo o tom — tá tudo bem? — com os olhos assustados

Paolla: Tá sim. — voltando a sentar

Douglas: E por que esse bom dia seco? — observando ela se alongar

Paolla: Não foi seco, só tô concentrada. — de olhos fechados

Douglas: Eu fiz alguma coisa? — estava perdido

Paolla: Depois a gente conversa, Douglas. — falou baixinho meio desinteressada

Douglas: Amor, o que aconteceu? — se agachando na altura dela

Você coisou meu coração - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora