capítulo 231

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Já beirava 20:00h e Douglas finalizava o último compromisso profissional do dia. Durante todo o tempo disponível fora dos atendimentos, estava preocupado, e em contato, com a namorada que havia ido cumprir um dever cívico e delicado. Paolla tinha se mostrado tensa e incomodada com a situação, mas conhecendo-a, percebeu que ela disfarçava um pouco o nível de aflição. Nas vezes em que se falaram, ele usou de palavras encorajadoras e carinhosas para amenizar o clima.

Ela, depois que saiu da delegacia após prestar a formal denúncia sobre um falso vídeo íntimo que lhe foi atribuído há cerca de 15 dias, se reuniu com o advogado e os representantes para tomar partido e entender judicialmente como tudo caminharia dali pra frente. Apesar de ter conseguido compreender a situação que se encontrava, ficou incomodada com a obrigação de precisar levar para o campo criminal. Não bastasse o constrangimento do boato, ainda enfrentaria uma ida a delegacia, ambiente que ninguém gosta de frequentar. Era informação demais.

👩🏻📩 Tô saindo do escritório do advogado, tava na reunião com ele
     📩 Já chegou?

🧔🏻📩 Tô a caminho

👩🏻📩 Chego já
     📩 Não demoro

🧔🏻📩 Saudades

👩🏻📩 Tbm
     📩 Tô precisando de colo

🧔🏻📩 O meu tá disponível

👩🏻📩 Vou abusar dele hj
     📩 🙈💓

🧔🏻📩 Todo seu 🤗
     📩 Vem logo 💓

Paolla retornava para casa dando carona a uma de suas assessoras. Mariana, sua empresária, não estava no Rio naquele dia e ela foi acompanhada de outra profissional. No caminho em meio a pequenos engarrafamentos, conversavam sobre a situação e a tremenda falta de sensibilidade da imprensa, já que o local estava repleto de câmeras, repórteres e jornalistas em busca de um pronunciamento, que não aconteceu. Estava abalada e o clima era de bastante seriedade para veículos se promoverem.

Paolla: Ufa! — já estacionada na frente de casa, ainda dentro do carro e dando um suspiro sobre o volante — Que dia! — de cabeça baixa — Mas vamos lá, deixar tudo isso de ruim aqui fora, lá dentro só energia boa pra relaxar esse resto de noite. Força! — falando para si mesma, se encorajando

Recolheu os pertences dentro do carro e desceu. Abriu o portão distraída e nem percebeu que tocava uma música internacional bem calma, envolvente, num volume mediano. Foi recepcionada pelos cachorros eufóricos e, pela porta de vidro ainda da área externa que tinha um pedaço da cortina afastada, observou o namorado meio abraçado a um gato como quem ninasse um bebê. Douglas não era o maior amigo do felinos, mas estava se acostumando com a espécie pelo fato da namorada ter vários. Já havia passado alguns apuros com os bichanos e estava aprendendo a lidar com a personalidade deles. Ele se encontrava sem camisa, descalço, apenas de calça e meias se balançando com o animalzinho envolvido nos braços muito bem acomodado. Se movia num descoordenado pra lá e pra cá, mas a cena era fofa.

Douglas: Oi, amor! — abrindo os olhos ao virar-se e perceber a presença dela — Não ouvi você chegar, que susto... — indo até ela e dando um selinho longo

Paolla: Eu que tomei um. — ainda meio atônita — O que tá acontecendo aqui? — querendo manter-se séria, mas o cenário era engraçado

Douglas: Tava aqui dando colo pro Pessoa. Até dormiu! — o gato já estava com os olhos bem abertos

Paolla: Tá fazendo meu gato de bebê? — pegando o animal dele e enchendo de carícias

Douglas: Ele tava aqui passando na minha perna, se encostando e miando, daí fui pegando no braço e ele ficou. — alisando o bichinho

Você coisou meu coração - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora