Capítulo 13

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A sala do apartamento é separada da cozinha por um balcão. Não é um lugar grande, mas é super aconchegante. Na sala um pequeno sofá, uma mesa com duas cadeiras e uma Tv. Na cozinha, uma geladeira e um fogão. Vejo o banheiro e uma porta, oposta a da entrada, onde deve ficar o quarto. A cor do cômodo é de um salmão desbotado, o piso encerado é bege, bem desgastado. 

- Pode sentar - ele fala e vou até o sofá. Um gato enorme branco sobe no meu colo - Essa é a Lupina.

- Oi Lupina - falo passando a mão em sua costa. A gata ronrona de prazer.

- Tá com fome? - ele fala e me viro pra olha-lo.

Minha barriga ronca.

-  Muita.

- Vou só tomar um banho e volto pra fazer um lanche e esse bendito trabalho.

Ele entra na porta - o quarto - e vejo que é azul com algumas coisas coladas na parede.

- A curiosidade matou o gato - murmuro.

Lupina vira a cabeça e me olha, o que me tira uma risada.

- O que foi? - fala Edgar voltando. Segura uma toalha e uma muda de roupas.

- Só lembrei de uma coisa.

- Seu sorriso é bonito - ele sorri também e fecho a cara.

5 minutos depois ele volta. Um perfume de flores e floresta molhada enche o cômodo. Edgar usa uma calça de moletom e uma camisa branca de mangas compridas, que contrasta com sua pele cor de bronze.

Ele começa a mexer em algumas coisas e me levanto. Lupina corre para o quarto.

Edgar parece frustrado.

- O que foi? - pergunto.

- Queria preparar uns sanduiches. Mas acabou o pão e o queijo.

- Tá tudo bem...

- Não está. Se importa se eu for na mercearia aqui a esquina? Não demoro.

- Tudo bem, mas não precisa se preocupar, nem estou com fome.

Como se por maldade, minha barriga ronca e fico vermelho.

- Volto já.

Edgar saí e fico ali na sala. Vejo a porta do quarto entreaberta e a curiosidade me faz ir até lá.

O quarto é todo azul. Uma cama de solteiro fica na parede oposta. Uma porta grande de vidro, na mesma parede leva para uma varanda com plantinhas. A parede da esquerda, está coberta de pôsteres, sobre filmes, musica e séries. Na parede da direita, tem uma mesa pequena, uma cômoda e uma estante pequena cheia de livros. Vou até ela e passo o dedo sobre as obras. Orgulho e Preconceito. A Rainha Vermelha. Contos de Lovecraft. Harry Potter. Crepúsculo. 

Sorrio.

Em uma mesinha ao lado da cama, um livro sem nada na capa, descansa. Sento na cama e o cheiro de café e flores me invade. Tão bom. 

Balanço a cabeça.

Pego o livro e encontro paginas em branco, mas também encontro coisas escritas. Abro em uma das páginas.

" Se você, oh meu amado

Fosse como a neve do Inverno

Tenho certeza que eu,

Gostaria de simples ser, o solo

Para que deitasse sobre mim e depois, com o sol do nascente

Derretesse, nos tornando um só"

- É um livro de poemas - quase grito quando Edgar fala encostado no batente da porta.

- Desculpa...eu...eu - começo a gaguejar e sinto meu rosto queimando.

- Tá tudo bem, você vai poder me dar uma opinião se ficaram bons - ele sorri, os olhos brilhando - trouxe pão e queijo - ele ergue uma sacola.

Respiro, deixando o ar sair de meus pulmões.

- Que tal você preparar os sanduiches e eu faço um café forte? - ele pergunta.

Meu sorriso saí sem esforço algum.





No Inverno do meu Coração (Romance Gay) - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora