Capítulo 17

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Tiramos 10 na apresentação do trabalho, o que é incrível vindo de Gisella. A bruxa quase nunca da notas acima de 8.

- Vamos pra Nigths Rainbow gente - pergunta Tina para nós três.

- Hoje não posso - falo - tenho um encontro.

Os três me olham e vejo lagrimas se formarem nos olhos de Ed.

- Com uma amiga - falo rápido demais - uma que não há 3 anos.

- Tenho trabalho mais tarde - fala Ed seco.

- Cae?

- Ai Tina, não tô no clima.

- Oh, tudo bem. Serei abandonada.

- Vamos na sexta, que tal? - pergunto.

- Eu não posso! - Cae quase grita.

- Talvez - Ed fala - agora preciso ir...até mais.

E ele se vai.

Quero ir atrás dele, explicar tudo. Mas deixo pra depois. Preciso me concentrar em hoje.

Vou para o dormitório e procuro algo pra vestir. Estou tão nervoso, parece até que vou encontrar um garoto.

Às horas passam tão lentas, que acho que o tempo parou. Enfim, chega 18h e começo a me vestir. Opto por usar um suéter vinho e uma calça preta e tênis. Saio antes das 19h, pois vou de metrô.

Chego no Tiffany's antes das 20h. O lugar é lindo. Um restaurante na cobertura de um prédio. As mesas ficam entre belas árvores rosas. A vista para o central Park é de tirar o fôlego. Escolho uma mesa perto da grade de proteção.

Espero um pouco. Quando Elena chega meu queixo caí. Ela usa salto alto, um vestido curto preto. O cabelo ruivo caí em um cortina pela costa. Sua orelha está com pequenos brincos brilhantes ao redor.

- Oi Marcus - ela fala sentando.

- Uau Elena...nem sei o que dizer. Você está linda.

- Obrigada.

Ficamos em um silencio desconfortável.

- Aqui é lindo - falo, quebrando o silêncio.

- Muito - ela ergue a mão e pede um vinho.

- Engraçado - falo.

- O que?

- Hoje somos adultos e podemos beber sem problemas. Lembra daquela festa...do Julian, acho que era assim o nome dele.

Elena sorri.

- Você voltou morto de bêbado - ela ri - a tia Martha ficou uma fera. Como ela está?

- Bem. Meus pais se separam, depois daquele ano, tudo desabou.

O garçom serviu o vinho e começamos a conversar sobre o passado. Antes da briga, antes do Nick. Quando éramos inseparáveis.

Pedimos um tipo de bolo de carne com verduras e rimos quando achamos ruim demais. Depois da terceira garrafa de vinho já estamos tontos.

- Vamos sair desse lugar chato - ela fala - vamos pra um Pub.

Pagamos e conta e vamos pra um Pub em uma rua movimentada ali perto.

Sentamos em um mesa perto do janelão de vidro. Pedimos cerveja e uma cesta de fritas.

- Mil vezes melhor - ela fala suspirando - como estão as coisas? Com você?

- Estou levando...Elena?

- Oi?

- Você me perdoa? Pelas coisas que falei...por destruir nossa amizade.

- Só se me perdoar também. Falei o que não devia.

Então nos abraçamos e sinto o peso sair de meus ombros.

- Te amo Ele.

- Também te amo Marc.

- Sabe, eu estava morrendo de medo de hoje. Do que ia acontecer.

- Eu também.

Continuamos a beber. Saímos do Pub às 23 horas.

- Vamos de táxi. Te deixo até o campus - ela fala.

Nesse horário, os dormitórios não estão mais abertos.

Chegamos ao Campus e antes de eu descer, Elena segura meu braço.

- Marcus, se permita viver. Se permita sentir. Não deixe a escuridão das lembranças tomar conta de você. Você merece a maior felicidade.

Sorrio, agora sabendo que ela só quer meu bem.

Assim que ela se vai, suspiro. Nuvens cobrem o céu e logo começa a chover.

Corro para o único lugar que conheço.

*

Bato na porta, me sentido horrível por estar uma hora dessas aqui. Estou todo molhado.

Ed abre a porta. Usa pijama.

- Marcus?

- Edgar...me perdoa, eu não tinha pra onde ir.

Ele sorri e abre espaço.

- Entra, antes que pegue um resfriado.

No Inverno do meu Coração (Romance Gay) - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora