Capítulo 18

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Ed vai até o quarto e volta com uma toalha.

- Vá tomar um banho quente, vou separar uma roupa pra você e fazer chocolate quente.

- Me desculpa...você já estava dormindo. Sou um idiota.

- Tudo bem Marcus. Eu estava aqui na sala, lendo.

- Sério?

- Vai pro banho garoto.

Respiro fundo e vou para o banheiro.

Ed da uma leve batida na porta.

- Deixei uma roupa na porta.

Depois do banho quente, abro a porta e pego a roupa.

O cheiro dele está impregnado ali. Visto a calça de moletom e a camisa de mangas.

Quando saio do banheiro, vejo Ed colocando o chocolate quente na pequena mesa, junto de um pedaço de bolo. Ele senta e me chama.

Sento e pego o chocolate. Ele bebe do seu.

- Nossa - falo olhando para o teto - ele consertou mesmo.

- Ficou ótimo. Aproveitei e pintei o teto e dei uma arrumada no terraço. Se não tivesse chovendo te levaria lá. Vou te trazer alguns cobertores...

- Não precisa...eu vou já pro dormitório.

- Não seja tolo. Eu sei que tá fechado. Você fica aqui hoje. E faz companhia pra mim e pra Lupina - a gata mia, nos olhando - pode vir ficar aqui sempre que quiser e precisar. Posso até conseguir um colchão pra você ficar no quarto comigo...cada um seu...você entendeu - ele ri nervoso - vou lá pegar.

Enquanto ele vai, lavo a louça.

Ele volta e sento no sofá. Ele senta do meu lado. Olho pra mesinha e pego o livro que ele lia. O Morro dos Ventos Uivantes.

- Uau...um clássico.

- Já leu?

- Metade...deu preguiça.

- Que blasfêmia - ele fala sorrindo - tá tarde. Você está um pouco bêbado. Vamos dormir. amanha tem aula.

- Nem me lembra.

Antes de entrar no quarto Ed para e me olha.

- Se resolveu com sua amiga?

- Sim.

Ele sorri e desliga a luz. Depois encosta a porta do quarto.

A chuva bate na janela e raios iluminam o céu.

Penso no garoto gentil que estava a poucos minutos aqui comigo. Como abriu a porta para mim, se mostrou preocupado...

Penso em como seria bom tocar seu rosto. Sentir o calor de suas mãos. Sentir seu corpo...seus lábios.

Sentindo minha cabeça girar um pouco levanto e vou devagar até a porta. Ela abre devagar e vejo Edgar deitado. Ele vira o rosto para mim.

- Também não consegui dormir - ele sussurra.

Ele então se afasta para a parede e abre espaço para mim. Vou devagar e deito sob seu cobertor. Olho para o teto, assim como ele. Nossas respirações estão altas e rápidas.

Viro o rosto e ele também. Um raio ilumina o quarto. Seus olhos brilham.

Então o beijo. Meu lábio pressionado com força contra o dele. Ele se assusta, mas depois toca meu rosto com uma mão e com a outra me aperta mais conta si. O beijo com força, com desejo, com paixão. Nunca beijei ninguém depois dele e isso é libertador. O beijo nos esquenta mais e mais e coloco a mão sobre seu peito e começo a descer a mão. Ele a segura e se afasta.

- Você está bêbado.

- Mas sei o que estou fazendo.

- Mas eu prefiro fazer algo com você estando sóbrio.

Mil lembranças passam pela minha mente quando ele fala isso.

- Podemos ficar aqui - ele me beija - e dormir - outro beijo - juntinhos.

Balanço a cabeça que sim.

- Eu queria isso a muito tempo - ele sussurra.

- Eu...eu também.

- Isso é bom - ele sussurra mais baixo ainda.

Balanço a cabeça, o sono me alcançando.

- Boa noite - ele diz.

- Boa noite - é a ultima coisa que digo, me aninhando mais em seu corpo.

No Inverno do meu Coração (Romance Gay) - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora