Ed vai até o quarto e volta com uma toalha.
- Vá tomar um banho quente, vou separar uma roupa pra você e fazer chocolate quente.
- Me desculpa...você já estava dormindo. Sou um idiota.
- Tudo bem Marcus. Eu estava aqui na sala, lendo.
- Sério?
- Vai pro banho garoto.
Respiro fundo e vou para o banheiro.
Ed da uma leve batida na porta.
- Deixei uma roupa na porta.
Depois do banho quente, abro a porta e pego a roupa.
O cheiro dele está impregnado ali. Visto a calça de moletom e a camisa de mangas.
Quando saio do banheiro, vejo Ed colocando o chocolate quente na pequena mesa, junto de um pedaço de bolo. Ele senta e me chama.
Sento e pego o chocolate. Ele bebe do seu.
- Nossa - falo olhando para o teto - ele consertou mesmo.
- Ficou ótimo. Aproveitei e pintei o teto e dei uma arrumada no terraço. Se não tivesse chovendo te levaria lá. Vou te trazer alguns cobertores...
- Não precisa...eu vou já pro dormitório.
- Não seja tolo. Eu sei que tá fechado. Você fica aqui hoje. E faz companhia pra mim e pra Lupina - a gata mia, nos olhando - pode vir ficar aqui sempre que quiser e precisar. Posso até conseguir um colchão pra você ficar no quarto comigo...cada um seu...você entendeu - ele ri nervoso - vou lá pegar.
Enquanto ele vai, lavo a louça.
Ele volta e sento no sofá. Ele senta do meu lado. Olho pra mesinha e pego o livro que ele lia. O Morro dos Ventos Uivantes.
- Uau...um clássico.
- Já leu?
- Metade...deu preguiça.
- Que blasfêmia - ele fala sorrindo - tá tarde. Você está um pouco bêbado. Vamos dormir. amanha tem aula.
- Nem me lembra.
Antes de entrar no quarto Ed para e me olha.
- Se resolveu com sua amiga?
- Sim.
Ele sorri e desliga a luz. Depois encosta a porta do quarto.
A chuva bate na janela e raios iluminam o céu.
Penso no garoto gentil que estava a poucos minutos aqui comigo. Como abriu a porta para mim, se mostrou preocupado...
Penso em como seria bom tocar seu rosto. Sentir o calor de suas mãos. Sentir seu corpo...seus lábios.
Sentindo minha cabeça girar um pouco levanto e vou devagar até a porta. Ela abre devagar e vejo Edgar deitado. Ele vira o rosto para mim.
- Também não consegui dormir - ele sussurra.
Ele então se afasta para a parede e abre espaço para mim. Vou devagar e deito sob seu cobertor. Olho para o teto, assim como ele. Nossas respirações estão altas e rápidas.
Viro o rosto e ele também. Um raio ilumina o quarto. Seus olhos brilham.
Então o beijo. Meu lábio pressionado com força contra o dele. Ele se assusta, mas depois toca meu rosto com uma mão e com a outra me aperta mais conta si. O beijo com força, com desejo, com paixão. Nunca beijei ninguém depois dele e isso é libertador. O beijo nos esquenta mais e mais e coloco a mão sobre seu peito e começo a descer a mão. Ele a segura e se afasta.
- Você está bêbado.
- Mas sei o que estou fazendo.
- Mas eu prefiro fazer algo com você estando sóbrio.
Mil lembranças passam pela minha mente quando ele fala isso.
- Podemos ficar aqui - ele me beija - e dormir - outro beijo - juntinhos.
Balanço a cabeça que sim.
- Eu queria isso a muito tempo - ele sussurra.
- Eu...eu também.
- Isso é bom - ele sussurra mais baixo ainda.
Balanço a cabeça, o sono me alcançando.
- Boa noite - ele diz.
- Boa noite - é a ultima coisa que digo, me aninhando mais em seu corpo.
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No Inverno do meu Coração (Romance Gay) - CONCLUÍDO
RomanceTrês anos se passaram desde que Marcus Hayne perdeu o namorado em um trágico acidente. Agora, prestes a embarcar na Universidade, Marcus congelou o coração para qualquer relacionamento, para sempre. Afastado da família, o jovem rapaz passa seus dias...