13 | Corvo

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Park Jimin P.O.V.

O claro do céu já havia desaparecido, dando lugar a um céu escuro e nublado por nuvens pesadas. Uma leve brisa cai sombre meu carro, enquanto percorro o caminho até a casa de Sunhee. Combinamos de irmos juntos para o Wager essa noite.

Sunhee até pode ser mulher e aparentar ser calma, mas ninguém conhece ela como eu. Dentro daquele corpo frágil de porcelana existe uma mulher destemida e batalhadora. Deus sabe como as condições financeiras da sua mãe e dela são ruins, por isso ela ganha um dinheiro extra nessas corridas ilegais. Até parece que elas estão desesperadas por dinheiro, né? E é porque estão!

Depois dos bunda mole dos Jung irem embora, a situação econômica e financeira de Sunhee foi ao chão. Por sorte minha mãe ofereceu ajuda com um trabalho no restaurante dela, mas mesmo assim o dinheiro não está sento o suficiente. E agora que o Colégio virou interno e teve novas mudanças — que uma delas foi virar partícula — Sunhee está quase desistindo de participar desse Colégio e ir para um público.

Se ela sair do Colégio, eu vou junto, porque fizemos uma promessa.

Então, talvez, se Sunhee ganhar alguma corrida hoje, pode ser que ela tenha dinheiro para pagar umas três mensalidades do colégio. E eu estou torcendo para que ela consiga. Não gosto de ver a pressão que minha amiga está tendo nesses últimos dias. Sunhee tem um ano a mais que eu nas corridas do Wager, já é experiente, nenhuma mulher conseguiu bater o seu recorde, porque Sunhee virou uma lenda por lá.

Ninguém subestima Lee Sunhee, minha melhor amiga.

Ao andar pelas avenidas movimentadas de Seul, vejo um grupo de corvos voarem quase da altura do meu carro. Tive que asselerar um pouco mais o veículo escuro para não chocar contra um em meu parabrisa.

— Aigoo! Corvo maluco.

Depois de uns dez minutos chego na casa de Sunhee. O clima está mais limpo e agradeço por isso, corridas com o chão molhado não são muito seguro. Quando estaciono o Porsche na frente da casa de Sunhee, buzino, mas ninguém aparece. Sunhee tem a péssima mania de me deixar esperando. Pego meu celular e disco seu número, no terceiro toque ela atende.

— Olá, querido Jimin. — Sunhee fala, assim que atendeu a chamada.

Reviro os olhos.

— Oi, Sabina. Já está pronta? — Pergunto e olho para a janela de onde é o quarto de Sunhee. A luz está assesa.

— Me dá só mais um minutinho... — Ela fala, de modo sôfrego.

Que merda ela está fazendo?

— Sunhee, você está cagando? — Pergunto sorrindo, fazendo uma careta de nojo.

— Não! Estou vestindo minha calça de couro que está um pouco apertada... — Sunhee me responde rapidamente, parecendo estar envergonhada com o que eu acabei de dizer. — Eu acho que engordei.

— Tá bom, veste sua calça que eu estou te esperando já na frente da sua casa. — Repondo e encerro a ligação.

Achei que ela iria vir logo, mas Sunhee demorou uns quinze minutos para descer. Eu já estáva pronto para entrar na casa dela e arrastá-la pelos cabelos, mas por pura sorte dela, ela desceu antes de mim abrir a porta do carro.

— Vamos? — Sunhee pergunta, assim que entra no carro. Como de costume, Sunhee está com sua calça negra de couro, uma regata branca e uma jaqueta também de couro. Assim como eu. É a tradição do Wager; todos que correm lá, tem que ir de roupas escuras, jaquetas de couro e sapatos fechados, para caso houver um imprevisto.

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