A Second Chance

30 | Distrações

Kang Mina P.O.V.

Nossos passos sincronizados causam barulho durante a caminhada que fazemos pelo corredor iluminado da casa dele. Jimin parece relaxado enquanto caminha ao meu lado, mas eu sinto como se meu coração fosse sair a qualquer momento pela minha boca e alcançar o chão de uma coloração dourada. Não me sinto totalmente preparada para conhecer minha sogra, como Jimin havia falado. Mas forço minha determinação a ficar ao meu lado, porque preciso dela para não decepcionar ele.

Aperto minha mão que está entrelacada a do Jimin, sentido um pequeno formigamento nascer no núcleo da palma. É apenas um pequeno reflexo da ansiedade que sinto. E o Jimin cessa seus movimentos, parando abruptamente. Seu corpo se vira em minha direção e para à minha frente. Engulo em seco quando vejo o cenho de seu rosto franzido. Não quero mostrar a ele que estou desconfortável com isso, porque não estou, mas sou antissocial de mais para conhecer um pessoa tão importante para o nosso futuro em um momento tão repentino como este.

— Aconteceu alguma coisa, anjo? — Pergunta, se aproximando um pouco de mim. Sua mão em momento algum larga a minha.

— Tsc... — Sorrio enviesado, virando um pouco o rosto para o lado. — Eu sou bem transparente, né? — Respiro fundo, o vendo aquiecer. — Não é nada de errado com você... é só que eu me sinto um pouco insegura.

— Mina, eu não quero te forçar a nada. Ok? Se você quiser, podemos dar meia volta. Não quero ver minha namorada desconfortável. E irei entender completamente se achar que não estamos no momento certo para isso. — Jimin sugere de imediato, realmente parecendo não querer ver meu mal estar.

Mas eu certamente iria me sentir ainda pior se dessemos meia volta. Jimin é sempre muito atencioso comigo, se eu não puder fazer pelo menos isso por ele, não posso mais me achar no direito a nada. Eu tenho que me superar. Irei fazer isso por ele, somente por ele. E se ela — a senhora park — não gostar de mim, iremos enfrentar isso juntos.

— Tudo bem, Jimin. Vamos. — Tomo a iniciativa, e puxo sua mão.

Consigo escutar o murmúrio supreso dele às minhas costas quando o arrasto comigo pelo corredor, decidida a descer as escadas e encarar de frente minha sogra. Só espero do fundo do meu coração que ela não seja um dragão como a maioria tendem a ser. Mas quando estamos quase chegando à escada, sinto o corpo do Jimin mais pesado atrás de mim.

— O quê... — Começo a falar quando me viro para olhá-lo e ver o que aconteceu, mas sou surpreendida por ele.

— Espera um pouco. — Sua mão vai de encontro à minha cintura e a outra encaixa em minha nuca. Seu corpo me empurra para trás, o que me faz cambalear, tentando não cair com o movimento repentino. Só sinto depois disso meu corpo se chocando contra à parede do corredor.

— Por que fez isso? — Pergunto com os olhos arregalados e minha respiração ainda mais desconcertada.

Sua mão que antes estava em minha nuca escorre para a parede e para rente à minha cabeça. Não entendo seus movimentos e apenas o observo. Ele não me responde ou diz alguma sacanagem como normalmente fazeria, mas sim, penas me fita. Seu olhar se encontra com o meu e nossas iris se misturam. O rosto sério tão perto ao meu me faz trancar a respiração por um segundo. Sinto que já vi essa imagem em algum momento da minha vida, como um déjà vu.

— Jimin... — A frase morre quando seus lábios lentamente se encontram com os meus.

Um frio totalmente diferente dos que eu já havia sentido antes se contorceu na boca do meu estômago. E como um reflexo, espalmo minhas duas mãos em seu peito. Não há movimentos da sua parte, como também não há da minha. É apenas um encaixe avassalador de bocas, com direito a olhos arregalados vindo de mim. Por um momento penso que estou vivendo uma cena romântica de doramas, onde o casal se beija pela primeira vez e o câmera faz uma volta de 360 graus ao seu redor. Mas então Jimin dá um passo à frente e me encurrala, deixando-me quase nas pontas dos pés para poder continuar com nossas bocas ainda conectadas.