Nublado

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Nublado, era assim que a vida do grande lorde Voldemort se encontrava neste exato momento.

Desde que ela se fora, tudo estava nublado, ele não sabia como ela era importante em sua vida, até perde-la.

Ela fora embora em um dia chuvoso, onde eles descutiram por pelo menos meia hora debaixo da chuva, e após uma frase terrível do homem que ele se arrependia amargamente de um dia a ter pronunciado para sua garota, ela partira sem olhar para trás, indo para o mais longe possível do homem.

Desde então...nunca mais chovera em sua vida, nunca o céu limpo o alcançava, pois seu interior estava angustiado e nublado, tudo estava diferente, sim, tudo havia mudado desde que ela chegara em sua vida e ele nem sequer havia notado antes de a perde-la.

Ele não tinha mais os beijos dóceis e carinhosos de bom dia, não tinha mais as carícias suaves em seu rosto, não tinha mais alguém que o mandasse ficar parado para que fosse retratado, não tinha mais brincadeiras e sujeiras na cozinha, não tinha mais alguém para dançar ao som de uma música qualquer, não tinha mais alguém para trançar os cabelos macios antes de irem dormir, não tinha mais um closet bagunçado com roupas misturadas em suas gavetas, não tinha mais que tirar os sapatos antes de entrar em sua casa, não dormia mais a luz das estrelas...ele não tinha mais nada.

Voldemort poderia ser o homem mais perigoso do século, mas, aqui se encontrava ele, em seu escritório de sua casa, com as cortinas abertas para ser banhado pela luz da Lua, sentado em sua cadeira e chorando...sim chorando, lágrimas silenciosas caíam no quadro em movimento onde ele sorria para a sua garota.

No primeiro mês tudo havia passado como se fosse sua libertação, o segundo mês algo o incomodava e ele sentira que faltava...que ele sentia, no terceiro mês, sua vida desandara, ele não era mais o mesmo, ah não, ele agora era um homem quebrado, quebrado em cacos tão pequenos que nada o faria voltar a ser o que era antes, ele não existia mais, porque ele tinha tudo, ele era o homem sortudo, agora, agora não o restara nada, a não ser o quadro, a blusa e a fita de cabelo vermelha.

Ele chorava, chorava porque ele era um tolo, um tolo apaixonado, ele deveria ser um lorde imponente e temido, transando com qualquer buraco que aparecesse em sua frente, mas não, aqui estava ele, revendo suas memórias na penseira, olhando o sorriso dela mais uma vez, olhando seus cabelos (cor) mais uma vez, olhando os olhos (cor) mais uma vez, olhando...agora ele só poderia olhar suas memórias e seu quadro, porque ela...ele nunca mais olharia.

Ele só não queria mais sofrer com aquilo, ele não podia amar...então por que aquilo doía tanto? Por que ele não deixou seu orgulho de lado naquela noite? Por que ele não implorou para que ela ficasse? Por que ele simplesmente disse que ela não era nada? Céus...ele fodera com tudo, com seu futuro casamento, com seus futuros filhos, com seu futuro ao lado dela.

Seu calendário ainda tinha marcado todos os dias 15 com um coração, o dia 31 com uma mini cobrinha, o dia (seu dia) com uma flor, mas, agora não haveria mais dia 15 para ele, não havia mais parabéns, não haveria mais presentes símbolicos, não haveria amor todas as noites...não haveria.

Ele agora fumava um charuto bruxo, hábito do qual pegara após o segundo mês de seu fim, ela provavelmente diria que isso vai me matar mais rápido que os doces que como, ele pensa ao rir em meio as lágrimas, ela sempre me fazia comer verduras e legumes, sempre se importava com tudo em relação a minha vida e o meu bem-estar .

Ele estava cansado, cansado de ficar triste pensando nela, cansado de chorar ao som Elvis Presley, cansado de desejar que ela estivesse em sua frente...cansado das músicas de amor...tão tristes e tão lentas.

Mas...por que ele não conseguia desligar o rádio? Por que ele não conseguia seguir em frente? Por que ele se forçava a nunca esquecer do sorriso dela? Por que Elvis Presley virara seu confidente das suas horas de mais aflição? Por que ele ainda escutava essas músicas ridículas de amor? Por que ele não rasgava o calendário idiota?

Por que ele não conseguia desligar o rádio? Ah sim...porque era a única maneira que ele tinha de se manter conectado a ela, sua linda e adorável (nome), sua própria Amortentia.

Imagines - TOM RIDDLEOnde histórias criam vida. Descubra agora