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Andrew PoV

Nos três ficamos em silêncio, no carro, por um tempo, então a Maggie vira pra mim, que estou sentado atrás

- Deluca, nós vamos atender principalmente algumas mulheres e crianças que vivem por lá, raramente alguns dos homens aceita algum atendimento, pode acontecer de precisarem de alguns pontos mas só isso, como só veio você, terá que auxiliar nós duas, pedindo para as pessoas entrarem e pesando as crianças

- Entendi

- Eles não são de muita conversa, sabe? É melhor nem puxar assunto e ninguém é violento lá dentro, mas não andamos por lá sozinhos

- Tudo bem, grande parte da violência e abandono da cidade é culpa deles, por que ainda temos que ir até lá atendê-los? As mulheres e crianças não podem ir ao Centro Hospitalar?

Eu pergunto tentando entender como funciona tudo isso

- A gente vem pra não morrer, Deluca, que é o mesmo motivo que elas não podem ir

É a Grey que responde e eu não tenho mais o que falar diante disso

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Eu vejo uma casa que parecia normal, só era um pouco maior que as habituais, mas quando estamos chegando, saem alguns homens armados de vários lugares, olham pra gente por um tempo e mandam entrar, a Grey estaciona e mais homens armados saem da casa

- Bom dia

Um deles, que não está armado, nos cumprimenta

- Bom dia

Respondemos quase ao mesmo tempo

- Separamos dois quartos, precisam de mais algum?

- Não, ele é novo, esta ajudando

A Pierce explica, é tudo muito tenso, eu sinto que a qualquer minuto pode acontecer alguma coisa

- Muito bem, já tá todo mundo lá dentro, podem entrar

Nos três entramos em silêncio e logo encontramos uma sala muito grande cheia de mulheres e crianças, sentadas em cadeiras e no chão, a Pierce entra em uma dos quartos e me chama, vejo a Grey ir pra outro, elas não parecem tensas e eu acho que nós deveríamos ter vindo em quatro pessoas.

O atendimento não é diferente, eu só vou organizando as pessoas pra entrar, fazendo anotações nas fichas que eu descobri que ficam aqui, ajudando com as crianças, o clima é diferente, as mulheres conversam entre si mas é mais contido, como se elas não querem que eu ouça, mas se soltam mais com a Grey e a Pierce na consulta

O tempo todo tem homens armados passando por nós, são muito sérios e nem se importam com as crianças ali, pela primeira vez, eu senti que esse é o sentimento real, esse é um dia típico, tenso e que eu preciso me concentrar no que eu tenho que fazer e não nas várias coisas que eu queria mudar, eu preciso ajudar pessoas com a medicina, o resto, infelizmente, não é comigo.

Nos serviram almoço que é muito mais do que as pessoas no povoado tem, comemos em silêncio e mesmo com o estômago revirado, eu comi tudo que me foi servido, lembro da Dra Grey explicar que seria uma ofensa pra eles, caso eu não aceitasse, mas isso não deixava mais fácil ver aquele banquete servido enquanto a trinta minutos dali crianças morrem de fome.

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