Como Dizer Se Seu Namorado For o Anticristo

xx. ʟɪʙᴇʀᴅᴀᴅᴇ

O que são psicopatas? Pessoas imorais?

Não. Tecnicamente, psicopatas são moralmente insanos. Eles sabem a diferença entre o certo e errado. São pessoas racionais, muitas vezes altamente inteligentes. Alguns conseguem ser bem charmosos. Na verdade, o que mais assusta neles é o fato de parecerem tão normais.

Exatamente como Anzel Bryant.

No momento em que Noen cruzou a sala com a garota e os presentes que haverá lhe dado, viu o olhar de atenção do colega sobre mesma. O conhecia suficientemente para saber que queria matá-la, não por odiar Aurora ou qualquer coisa, mas justamente por gostar dela. Mas é claro que ele não faria aquilo, não importasse o quanto quisesse, ela estava sob os olhos de Noen Eubanks, e nada é maior do que o próprio Noen.

Ao subir ao quarto, Aurora se jogou na cama atrás de si, tagarelando sobre como era passar o dia todo com Anzel, e sobre como ele não era uma pessoa ruim ou esquisita. Noen fechou a porta, enquanto tirava os sapatos e se juntava a jovem, deitando-se ao seu lado.

— Então, estou sendo trocado pelo garoto Bryantt? — Brincou, fazendo Aurora jogar o travesseiro contra seu rosto.

— Mas é claro que não! — Ela o olhou.

— Que bom... — Noen a olhou com certa malicia, Aurora estava usando vestido, e a posição em que se encontrava deixava suas pernas descobertas. Discretamente, colocou sua mão direita em uma das pernas dela, acariciando suavemente com os dedos.

Sentiu a respiração de Aurora pesar, e aquilo o agradou.

— O que foi, Aurora? Quer que eu continue? — Perguntou, baixo. A garota negou. — Então... Talvez, eu devesse subir um pouco mais. — Estava com a mão em sua coxa, quase perto de sua calcinha.

Foi quando ele colocou dois de seus dedos em sua intimidade, apenas acariciando, fazendo movimentos de sobe e desce, ainda por cima do pano. Aquilo era excitante. Mas nada, para ele, era mais excitante do que a luxuria que percorria pelos olhos de Aury, como ele a chamava raramente, naquele momento.

Um pequeno gemido escapou da boca da ruiva, estava implorando por mais e ele sabia. Ele sempre sabia.

Inusitadamente, Noen parou. Olhou no fundo dos olhos de Aurora, como se procurasse o pecado nela, ou como se ela fosse ele em si.

O garoto sorriu, descaradamente e se levantou, se afastando dela e ajeitando o cabelo no grande espelho que ali decorava. Aquilo a arrepiava, ele a arrepiava! Mas, por algum motivo ainda desconhecido em seu coração, além de claro, apreciar a companhia do mais velho, era a calmaria que sentia com sua presença desde que o conhecera. Era muito estranho.

Suspirou, sentando-se na cama e olhando para seus pés. Ela sabia que não iria acontecer nada entre os dois naquele momento, mas talvez ele não soubesse que ela o queria tanto assim, ou apenas faria algo quando ela tivesse coragem de tomar as rédeas da situação.

— Não fique pensativa, a menos que seja sobre o que ainda podemos fazer. — Ele disse simplesmente, com a mesma paciência de sempre.

— Eu não entendo porquê você começa algo e nunca termina, sempre me deixando com vontade de fazer essas coisas. — Reclamou, ainda sem direcionar o olhar para Noen, que umedeceu os lábios, divertido com aquilo.

— Acho que já tem a resposta, Aurora. Sabe que a tem.

Se arrepiou novamente, dessa vez o olhou. Não se arrepiou pela forma que ele disse, mas pelo quê disse. Foi como se houvesse lido seus pensamentos, e não era a primeira que acontecia.

— Então... — Ela engoliu em seco.

Num passe rápido, foi até Noen e o beijou, quase que na ponta dos pés pela grande diferença de altura entre os dois. Mas ele não pareceu surpreso, ele quase nunca parecia. A chama dentro de si se alastrou por todo o corpo, aquela energia gostosa que sentia quando o tocava, como se fosse capaz de tudo e qualquer coisa.