ᴠɪ. ᴀ ɢᴀʀᴏᴛᴀ sᴇᴍ ᴏ ᴄᴏʀᴀÇᴀᴏ

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❝[...]o Diabo, ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, 

pois não há verdade nele. Quando mente, 

fala a sua própria língua, pois é mentiroso.❞

João 8:44;


𝘼𝙪𝙧𝙤𝙧𝙖 𝙀𝙫𝙖𝙣𝙨

No momento em que Ethan dissera o motivo de estar ali, foi como se um choque e pavor me consumisse por inteira. Meu olhar foi passado imediatamente para Cay, que estava paralisada e com os olhos marejados, sem saber o que dizer, pensar ou falar.

Era uma situação apavorante a qual eu estava com muito medo de passar, ainda mais com Noen aqui. Estive ensaiando desde o dia em que o conheci e toda aquela coisa aconteceu na sua casa, em como devolveria seus pertences sem parecer uma louca. Ele era natural demais para se importar, eu acho. Não pude evitar o olhar de medo que passei para ele que me olhava atentamente, como se esperasse pelo que eu fosse fazer.

Minha boca se abriu e fechou, numa tentativa falha de dizer algo, minha única reação seguinte foi ir até Caitlin e abraça-la, e foi quando a mesma começou a chorar desesperadamente enquanto Ethan olhava para seus pés, e Noen nos observava seriamente. Chegava a ser estranho o jeito dele, quando achava que ele estava se importando com algo ao mesmo tempo tinha o pressentimento que não tanto. Talvez ele apenas não fosse bom em se expressar, e não soubesse o que fazer diante daquilo.

Nem eu sabia.

— Ela já foi levada ao necrotério? — Cay me soltou, perguntando a Ethan enquanto tentava se recompor e parecer o mais forte possível.

— Sim, seus pais disseram que você não atendia ao telefone, então eu presumi onde estava e... Bem, posso te levar até lá se quiser — Suspirou.

— Sinto muito, isso é realmente muito triste... — Noen disse, dando um passo a frente e ficando perto de Caitlin que assentiu com um sorriso triste no rosto — Minha casa é próxima daqui, posso levar todos de carro se quiserem! — Se ofereceu e eu assenti.

— Eu vou de moto, Caitlin, se quiser pode vir comigo — Disse Ethan e minha amiga concordou, se despedindo de mim e indo com ele.

Tudo bem que aquele era um momento para a família, reconhecimento do corpo aparentemente já havia sido feito e eu precisava estar lá. Ela é minha melhor amiga, é o mínimo que eu posso fazer por ela em um momento como esse. Respirei fundo e voltei a olhar Noen, que estendeu a mão para mim.

— Vem, eu cuido de você.

— Não tem a obrigação de fazer isso, posso ir de táxi ou... — Comecei, envergonhada.

— Nada disso, faço questão de a levar até lá! — Insistiu.

Sorri e segurei sua mão, ele era muito gentil. Ao final de tudo, termos vindo de sua casa até aqui a pé não adiantou de muito, mas ele não pareceu estar incomodado com isso, então apenas refizemos todo o trajeto de volta, que foi muito mais rápido devido a nossa pressa, até chegar no seu carro preto parado no mesmo lugar que ele deixara, em frente a sua enorme casa. Pegou as chaves do bolso da calça social e apertou o botão para destravar as portas, onde entrei no banco passageiro da frente e coloquei o cinto e ele também.

O necrotério não era tão longe, mas não deixava de me dar arrepios. O tempo estava frio e agradeci mentalmente por estar usando um moletom preto, que me deixava muito bem aquecida. Após longos minutos dentro do carro sem dizer uma única palavra, escutando apenas uma música aleatória do Justin Bieber que tocava na rádio, chegamos na parte do hospital que dava acesso ao necrotério. Não entraríamos obviamente lá dentro, mas tinha a sala de espera para as pessoas, reconhecimento e tudo mais, então foi pra lá que nos apressamos a ir quando descemos do carro.

Como Dizer Se Seu Namorado For o AnticristoOnde histórias criam vida. Descubra agora