ɪᴠ. ᴛᴇᴍ ᴍᴇᴅᴏ ᴅᴏ ᴇsᴄᴜʀᴏ, ᴀᴜʀᴏʀᴀ?

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❝Esse é o espírito do anticristo, 

acerca do qual vocês ouviram que está vindo, 

e agora já está no mundo.❞

I João 4:3;


𝘼𝙪𝙧𝙤𝙧𝙖 𝙀𝙫𝙖𝙣𝙨

Ele era gentil. Mas, a beleza física de Noen era algo que estava encantando Aurora de uma forma estranha, sentia borboletas nos estômago e era confuso porque nem mesmo o conhecia, não sabia nada sobre o garoto em sua frente, além de seu nome e sobrenome a casa magnifica em que mora.

Enquanto se olhavam, sem dizer uma única palavra, respingos de chuva começaram a cair sobre seus rostos. Aurora arregalou os olhos, olhando para os lados e procurando uma calçada com cobertura para fugir da chuva que parecia ter tanta pressa para cair. Noen não teve expressão, e ela só percebeu que ele fizera uma cara de surpreso — Ou melhor, falsamente surpreso — quando vira seu desespero.

— Seria inconveniente se lhe chamasse para a minha casa? Vai começar a chover logo! — Ele disse, tão educadamente que por uns segundos se esquecera como responder.

— S-sim, por favor! — Disse, gaguejando.

Noen e Aurora começaram a correr rapidamente até o grande portão preto e de estrutura antiga, que rangera quando o garoto empurrou. Eles entraram pela porta branca que também era feita de todo o mal que o garoto carregava, assim como todos os cômodos daquele recinto.

Ainda ofegante pela forma que praticamente voaram daquela praça até a casa, Aurora visualizou a sala de estar e como era bonita e organizada. Se perguntou se ele morava sozinho, e algo dentro dela respondeu que sim, não sabia se era pelo extinto ou pela forma desleixada que Noen se jogou no sofá, mesmo com o moletom consideravelmente molhado e seus cabelos louros que respingavam.

— Pode se sentar, se quiser. Ninguém vai chegar, eu moro sozinho.

E naquele momento teve quase certeza que o garoto houvera lido sua mente. Estava se impressionando como ele sabia o que dizer e como dizer, e a curiosidade estava se fazendo presente sobre como alguém tão bom como ele, e não que ela não fosse, acabara ali sozinho sendo tão jovem quanto ela. Queria saber a história dele.

— Eu também moro sozinha... — Tomou coragem para falar, chamando a atenção dos olhos esverdeados de Noen, que se ajeitou no sofá e a encarou — Eu nunca conheci os meus pais, e tenho problemas com memórias.

— Como assim problemas? — Ele franziu o cenho, e Aurora se arrepiou. Era como se ele quisesse realmente saber tudo sobre ela, e ninguém nunca quis.

— Quando criança, eu tinha muitas percas de memórias, e eu tenho alguns diários por conta disso também, mas meio que... Não adianta nada. Só foi para tratamento, caso eu me esquecesse de coisas rotineiras, mas isso não aconteceu, e eu nunca entendi porquê especificamente eu perdia a memória do nada.

— Interessante... — Ele sorriu, com os olhos arregalados e aquilo levemente a assustou — Quero dizer, estranho, mas interessante — Corrigiu-se — Aurora, com quem foi criada? Me perdoe se soar como se fosse um intrometido.

— Não, tudo bem! — Sorriu gentilmente e ele retribuiu, assentindo — Fui criada com a senhora Lorraine Bennet, junto de seu esposo e seu filho Luke Bennet. Foram o mais próximo que eu tive de uma família, inclusive trabalho na lanchonete dela e ganho o suficiente para me manter sozinha, fui emancipada aos 15 e sai de casa no ano passado, todo o lance de independência, sabe?

Como Dizer Se Seu Namorado For o AnticristoOnde histórias criam vida. Descubra agora