9-Brigas e mais brigas

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Olá pessoas. Nesse capítulo acho que a Becky distribuiu mais beijos do que devia. Perguntinha pessoal. Mais alguém tá viciada em Julie and the phantons? Ouço tanto as músicas que minha filha de 3 anos passa o dia cantando Perfect Harmony.

O silêncio no carro era ironicamente ensurdecedor. Nem Johnny nem Rebecah ousavam quebra-lo. Ao chegar na escola foi Robby quem conversou com o pai e explicou a situação. Não precisava ser muito perspicaz para perceber que havia sido Miguel o causador do problema. Apesar de Becky não se lembrar de nada, houve aquele comentário no jantar que já o deixou atento. Além disso Johnny tinha encontrado com Carmen no mercado no momento da ligação e ela comentou algo sobre esperar que Miguel não estivesse envolvido dessa vez. Dessa vez. Então teve outras vezes. Outras ocasiões em que ele tinha agido contra ela. Era oficial. O garoto que ele conhecia tinha partido pra sempre.
- ...Pai. Você está bem? O sinal já abriu - Johnny foi tirado dos seus pensamentos pela voz de Becky.
- Sim. Estou. Desculpe. Era pra eu estar te perguntando isso. - disse colocando o carro em movimento - Me chamou de pai? - tirou os olhos da rua por alguns instantes para olhar para ela.
- Desculpe. Eu tava pensando e... Achei que fosse uma boa idéia. Mas eu não faço mais isso se...
- Não. - ele a interrompeu - eu gostei. Se você quiser pode me chamar de pai sempre.
Ela deu um pequeno sorriso de lado, enquanto o mais velho sentiu seu coração aquecer. Logo chegaram em casa e encontraram Carmen na porta os esperando.
Ela se sentia culpada por tudo que seu filho tinha feito e queria se redimir.
- Rebecah, oi. Olá de novo Johnny - ela disse com um sorriso nervoso.
- Olá Sra. Diaz, como está?
- Estou bem obrigada.
- Deseja alguma coisa Carmen? - Johnny falou com o voz e face sérias. As confirmações mudaram algo em relação a Carmen. Ela não era culpada pelas coisas que o filho fazia, mas não fez nada para impedir.
- Sim. Eu... estou indo ao shopping e... minha mãe não pode ir comigo... e o Miggs tem treino e eu pensei... se a Rebecah gostaria de ir comigo.
- Ela acabou de sair da enfermaria do colégio, não acho muito esperto deixar ela sair agora. - o Tom de voz do homem deixou claro que Miguel tinha feito algo e ele sabia. Isso só fez o seu pobre coração de mãe doer ainda mais. Ela tinha que fazer algo e rápido.
- É por isso mesmo. Achei que ela gostaria de um pouco de distração, mas só se ela quiser, é claro. - jogou o bola pra garota, pra tentar ganhar algum apoio.
- Eu adoraria Sra. Diaz. Posso? - a última pergunta ela fez olhando para o pai, com sua melhor cara de cachorrinho que caiu da mudança. Ela faria de tudo pra fugir da conversa que teria que ter com os pais. Adiar a ligação seria ótimo.
- Ok. Mas não demore. Becky tem que descansar. - ele devia dizer não, mas quem ela resistia aquele olhar.
A menina de um enorme sorriso e um beijo na bochecha do homem - Obrigada pai. -
- Eu prometo que trago ela cedo. Obrigada Johnny.
As duas foram em direção ao carro de Carmem e logo depois ao shopping.
O passeio estava sendo ótimo. Carmen soube conduzi-lo de forma leve e as duas estavam se divertindo. Depois de algumas idas em lojas elas decidem comer para depois voltar.
- Rebecah. Posso te perguntar uma coisa?
- Claro - ela levou uma batata frita a boca.
- Porque você quis vir? Sei que sair com uma adulta quase desconhecida e mãe de alguém que você não gosta não é algo que nenhuma adolescente gostaria.
- Hum... Sinceramente? - esperou a mulher dar um pequeno aceno com a cabeça - Eu não quero ter que lidar com meus pais agora. Sair com você é uma desculpa pra não ligar pra eles. Faz bastante tempo que eu não tenho uma crise e eles vão ficar apavorados e querer que eu volte pra casa.
- Como a adulta da conversa eu não deveria te dar um conselho desses, mas você não tem que contar tudo pra eles. Eles são seus pais é natural que se preocupem com você, mas se você quer ficar não diga nada.
- Ok. Acho que é uma boa idéia. Desde que meu pai também não diga nada. Agora é a minha vez. Levar uma adolescente de que o pai você não gosta pra passear também não é muito animador. Porque?
Carmem abaixou a cabeça e comprimiu os lábios - Eu sei o que Miguel anda aprontando com você. Achei que você merecia algum tempo de distração. Olha, ele tem sido horrível com você, mas ele não é assim. Aquele não é o meu filho.
- Não era, mas agora é. A última coisa que eu preciso é alguém defendendo ele.
- Desculpa. Eu não estava defendendo ele. Eu só não sei mais o que fazer. Ele era um bom menino e agora faz coisas que me dão medo do que ele pode se tornar.
- Tudo bem. Você não é culpada de tudo que ele faz. Você é uma boa mãe. Não se cobre tanto.
- Era pra eu estar te ajudando e está acontecendo o contrário. - a mulher deu um sorriso.
- Acho que nos duas precisamos de distração. Olha... Não é porque eu e o Miguel não nós damos bem, e você odeia o meu pai, que nós duas não podemos nós dar também.
- Eu não odeio Johnny.
- Ah não? - Becky deu um sorriso irônico.
- Não. Só acho ele um homem muito complicado.
- Que bom. Porque ele gosta muito de você.
- Então. Amigas? - Carmen mudou de assunto imediatamente, mas no fundo ficou muito satisfeita em saber que Johnny ainda tinha interesse nela.
- Sim. Amigas. - Becky apertou a mão de Carmen para firmar a nova amizade.
- Mudando completamente de assunto. Essa blusa não é grande de mais pra você?
- Não é minha. - deu uma leve risada - A pessoa que me levou na enfermaria me deixou coberta com ela. Como eu não sei quem foi, não sei se vou conseguir devolver.
Carmen havia reconhecido a blusa. Era de Miguel. Ela só não tinha ideia de como Becky acabou ficando com a blusa. Saber que o filho se importou o suficiente para emprestar a blusa pra ela deu uma renovada na esperança de que ele aí da tivesse salvação.
- Acho que já está na hora de voltarmos.
- É. Acho uma boa idéia.
E as duas voltaram pra casa.

********
Depois da aula Miguel, Hawk e Tory não tiveram muito ânimo de ir treinar no Cobra Kai. Tory foi direto pra casa e Miguel chamou Hawk pra dar uma volta na praia. Os dois ficaram um tempo por lá, comeram algo decidiram ir pra casa de Miguel jogar vídeo game.
Enquanto Miguel estava abrindo a porta de casa os meninos já puderam ouvir risadas vindas de dentro. Ambos franziram a testa se olhando e entraram na casa.
A cena a seguir foi estranha. Carmen e Rebecah estavam sentadas no sofá com um balde de pipocas enquanto assistiam "Amor com data marcada" e gargalhavam.
- Hum... Olá. Tô interrompendo alguma coisa? - Miguel disse olhando para mãe.
- Miggs, você chegou. - ela estava com um sorriso radiante - nós estamos vendo um filme, querem se juntar a nós?
- Na verdade Carmen, acho que deu minha hora. - Rebecah já tinha se levantando e pegado sua mochila
- Mas o filme ainda não acabou. Não precisa ir só porque eles chegaram.
- Preciso sim. - Becky estava com o rosto sério direcionado aos meninos a sua frente. - Tchau Carmen, foi um dia muito divertido. - ela beijou a bochecha da mais velha e ignorando os outros dois saiu.
Miguel e Hawk estavam quase de boca aberta. Carmen deu um suspiro desligando a tv
- Vou preparar o jantar. Podem ficar a vontade. - e foi pra cozinha deixando os meninos sozinhos.
- Me espera no meu quarto - e saiu, deixando um Hawk atônito.
Miguel deu uma pequena corrida pra alcançar Rebecah.
- Becky, espera.
- O que foi dessa vez? - seu tom de voz era de pura raiva.
- Eu vim em paz - colocou as duas mãos ao alto, como quem se rende.
Rebecah apertou mais a alça da mochila e comprimiu os lábios - Ok. Fale.
- Eu só queria me desculpar. - olhava para qualquer lugar menos pra ela.
A menina deu uma risada irônica - Você quer se desculpar. Pelo que exatamente? Por ter me julgado antes de me conhecer ou por você e seus amigos terem me feito um inferno nesse último mês ou talvez por você ser um babaca comigo quase o tempo todo.
- Wow. Vai com calma. Eu disse que vim em paz. - levantou o olhar pra ela. - Realmente por tudo isso. Sinto muito.
- Acha mesmo que vai ser tão fácil? Miguel, isso nunca vai acontecer. É melhor você não perder o seu tempo e não me fazer perder o meu. - ela saiu, deixando o garoto respirando fundo, furioso.
Becky andou alguns passos e sentiu seu braço ser puxado com força e imediatamente após, uma dor em suas costas, pois atingiram a parede. Ela só conseguiu fechar os olhos esperando o esganamento ao sentir a mão de Miguel em seu pescoço.

Cobra Kai never die (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora