Capítulo XV - Fim da Parte 1

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O café da manhã foi horrível, como sempre. Telbeth estava de ressaca, e quando Balken o chamou para conversar em particular, todos do recinto já sabiam o que aconteceria.

Infelizmente, ele não foi a única vítima das garras dos pais. Antes que Selene pudesse dar um passo para ir embora, Laelia ordenou que ela fosse para sua sala.

O ambiente estava escuro devido às cortinas fechadas. E o som da fechadura sendo trancada arrepiou a jovem até os ossos. Um cheiro adocicado e forte impregnou suas narinas de imediato.

— Todos os herdeiros ficarão hipnotizados por você, Selene.— Aquilo poderia ter soado como um elogio, mas, vindo de sua mãe, claramente não era um.— Aproxime-se.

A princesa foi até a mesa em que a mãe estava. Um pequeno caldeirão no centro fumegava, e ervas e outras coisas estavam espalhadas por ali.

— Lembra-se do dia em que disse que queria ser uma fada encantada?— Selene levou uma mão à orelha esquerda, tocando a cicatriz. No dia em que dissera aquilo, sua mãe fez cortes enviesados em sua orelha com um punhal. Desde então, seu sonho se tornara um pesadelo.— Bem, você poderá ser muito mais agora. Você poderá ser o que quiser. — Laelia pegou um líquido arroxeado e despejou no caldeirão.

— Mãe, não.

— Não? — Laelia a olhou, e ela instantaneamente se arrependeu. — Como assim, não?

Eu só... isso não é necessário.

— Eu decido o que é ou não necessário. Você apenas obedece. — A garota baixou o olhar. — Venha aqui. — Ela se aproximou. — Mais perto. Isso, muito bem.

Laelia agarrou o pulso da filha como uma cobra dando um bote. Selene retesou-se enquanto ela fazia um corte lento e doloroso em seu antebraço. Ela pingou o sangue no caldeirão e amarrou uma atadura com força ao redor do corte.

— Peça para algumas das enfermeiras te ajudarem. Não queremos que você fique com um cicatriz, não é?

— Como a senhora faz... isso? A magia é ilegal, meu pai nunca deixaria...

— O Rei não precisa saber de tudo o tempo todo. Agora saia daqui antes que seu sangue respingue pelo meu tapete.

Ela olhou para a mãe, que mexia aquele líquido viscoso com um prazer e familiaridade impressionantes, destrancou a porta e saiu daquela sala o mais rápido possível.

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Balken estava preocupado com o destino do Reino. Pela lei, ele deveria entregar a coroa para Telbeth quando ele completasse dezenove anos, e seu aniversário se aproximava. Yndermoor não poderia ter um líder fraco, que só sabia se embebedar e não aguentava ver os níveis mais básicos de tortura.

Ele olhou para seu anel. Reluzente e rubro, como sangue fresco. Um guarda bateu na porta e Balken disse:

— Entre.

— Vossa Majestade, nós os encontramos.

— Onde eles estão?

O guarda abriu mais a porta e dois outros homens, com uniformes idênticos, porém sujos e desarrumados, adentraram o ambiente, cambaleantes e risonhos.

— Deixe-nos.— O guarda saiu, hesitante, e fechou a porta. — O que vocês viram lá dentro?

— Cogumelos! Cogumelos azuis e lagartas e...

— Formigas! Formigas gordas e falantes! — Os dois desataram a rir enquanto o rei franzia a testa. — O monstro da ponte! Grande e...

Balken socou a mesa, frustrado e furioso. Os dois guardas delirantes assustaram-se e saíram correndo dali. Ele nem olhou para eles. Não poderia perder mais tempo, precisava de um plano, agora.

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Oioi! Gostaram do capítulo? Desculpe o atraso!!

Esse é o fim da primeira parte! Daqui a pouco postarei a segunda ;)

Até a próxima 🥰

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