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Era difícil descrever o que sentia no momento. Com toda certeza estava triste, as lágrimas que não paravam de descer sobre sua bochecha confirmavam isso. Mas saber ao certo o que se passava, a menina não sabia. As palavras eram escritas no automático, sua cabeça voava sobre o assunto, mas não focava no que estava fazendo. Imagens da Kim, que horas atrás a fez estar assim, apareciam na sua cabeça. Variados momentos que as duas passaram juntas, insistiam em atrapalhar a menina.

Ao todo, até agora, conseguiu escrever quatro músicas. Nenhuma tinha uma melodia ou beat, apenas as letras. Aquilo era um jeito da menina descontar sua frustração e tristeza, como se fosse um refúgio. Lembrou de alguns rascunhos que tinha em seu telefone e começou a trabalhar em cima deles, até que ficou satisfeita com o resultado.

As duas garrafas de vinho já tinham acabado, e a menina comprou mais três. Sabia que podia ser um pouco de mais, mas no momento ela não estava se importando nem um pouco.

Se esticou um pouco na cadeira e sentiu seu corpo inteiro estalar, uma imensa dor nas costas apareceu na hora. Estaria muito ferrada no outro dia. Foi se esticar um pouco no sofá, é achou adormecendo. Estava cansada de mais, mas até o momento ela não tinha sentido o quanto seu corpo precisava de um descanso.

Mas foi como em um piscar de olhos, que uma claridade começou a incomodar e um grito por seu nome soou em seus ouvidos. Ao abrir seus olhos, viu seu estúdio girar e sua cabeça pesar. Ainda com a visão turva, não conseguia saber quem era o responsável por tal ato tão perturbador. Foi quando sentiu seu bafo álcoolico e seu estômago embrulhar. Sem pensar duas vezes saiu correndo em direção ao banheiro, enfiou sua cabeça no vaso e vomitou todo o álcool do dia anterior. Sentiu um alívio em questão ao enjoo, mas sua cabeça latejava. Sentia todo o peso do dia anterior nos seus ombros, não queria lidar com isso, e se pudesse dormiria o dia inteiro hoje.

ㅡ Quatro garrafas sozinha?ㅡ a voz anterior se fez presente no banheiro. ㅡ Pra quem trabalha de manhã e faz faculdade a noite, você não apareceu nem um pouco preocupada....

Ainda sentada ao lado da privada, [S/n] olhou para a mulher encostada no batente da porta, Jihyo a olhava com olhar indecifrável. Muitos sentimentos pareciam ser transmitidos ali, mas a mais nova não conseguia identificar nenhum deles.

ㅡ Porque eu não estava.ㅡ se levantou e sentiu o banheiro girar, se virou para o vaso mais uma vez, mas conseguiu segurar dessa vez. ㅡ Mas você também tem trabalho hoje, o que está fazendo aqui??ㅡ perguntou depois de conseguir se recuperar.

ㅡ Folgamos hoje.ㅡ ela acompanhava [S/n] com o olhar. ㅡ Ninguém estava no clima pra trabalho.

ㅡ E o jyp acredita nisso?ㅡ era clara a ironia em sua voz.

ㅡ Eu me resolvo com ele.ㅡ se sentou de frente para [S/n], na cadeira, enquanto a menina estava sentada no sofá. ㅡ Falei que ficaríamos em casa pra cuidar da Dahyun... e que ela estava doente.ㅡ o nome fez a mais nova lembrar de tudo, coisa que fez sua cabeça doer mais ainda.

ㅡ Então por que não está em casa cuidando dela??

ㅡ Porque eu já fiz isso, agora tá na hora de cuidar de você.ㅡ [S/n] riu fraco.

ㅡ Eu não sou uma criança, não precisa se preocupar, eu já sei me cuidar!

ㅡ Eu sei, mas...ㅡ a Park não conseguiu finalizar sua sentença.

ㅡ Mas?ㅡ tentou encorajar a mais velha a falar.

ㅡ Eu tô me sentindo culpada pela situação inteira! Ela me contou os motivos por não ter aceitado, e eu era um deles. E parando pra analisar a situação inteira, eu me senti um pouco egoísta, por não ter pensado nelas na hora de entrar em um relacionamento. Diferente dela, que rejeitou um relacionamento que era de seu desejo por conta nossa. Por não querer que a gente passe pela mesma situação que eu as coloquei antes....

ㅡ A culpa não é sua.ㅡ interrompeu a mulher. ㅡ Eu entendo que é algo muito fora do meu alcance, mas seus fãs não tem nada a ver com o seu relacionamento! É sua vida, suas escolhas! A mídia de merda não devia influenciar nas escolhas de vocês por, simplesmente, serem celebridades! Faz vocês parecerem bonecas, que são moldadas do jeito que eles querem. Isso me irrita, absurdamente! E eu sei que essa vida foi uma escolha, mas nenhum ser humano pode ser impedido de amar ou ter sentimentos por alguém, por simplesmente ser uma figura pública. Vocês têm o direito de viver, igual a qualquer um nesse mundo!ㅡ praticamente cuspiu as palavras, algo que estava preso em sua garganta

ㅡ Você sabe que ela ainda gosta de você, só fez aquilo pra nós poupar de um possível hate se esse relacionamento for descobertoㅡ a Park solta depois de uns segundos em silêncio.

ㅡ Era só um rótulo... a gente já estava praticamente namorando!

ㅡ Ma- a mais velha é interrompida pelo telefone de [S/n] que começou a tocar em seu bolso.

ㅡ Alô?!

[S/n]! Boa tarde!- a voz de Park jinyoung soa do outro lado da linha. ㅡ Queria falar com você sobre o projeto que conversamos ontem, está livre essa noite??

ㅡ Anh... sim?! Não tenho nada planejado...- a menina responde confusa.

Perfeito! Me encontre as sete na frente a jyp.- deixando a mais nova sem opção de resposta, o ceo desliga o celular.

ㅡ Meu deus, já são seis e meia!- se espanta ao olhar o horário em seu telefone. ㅡ Pode me levar na empresa?

ㅡ Agora?

ㅡ É!.. só vou tomar um banho e a gente vai. Algum problema??

ㅡ Não, nenhum.

•••

Dito e feito, já a caminho do prédio, as duas faziam um percurso silencioso dentro do carro da mais velha. A cabeça de [S/n] ainda doía e ela se culpava por não ter tomado se quer um remédio. A sensação piorou mais ainda quando o celular da Park começou a tocar, mas pra sua sorte, ela foi ágil atendendo rápido. A mais nova nem se importou em escutar o assunto, já que não era da sua conta.

Em poucos minutos as duas já se encontravam no local desejado, depois de agradecer Jihyo, [S/n] desceu de seu carro e foi a caminho da portaria. Mexendo em seu telefone, sem olhar por onde ia, a menina mandou uma mensagem para o ceo, avisando sua chegada. E quando tirou sua atenção do telefone, sentiu seu corpo bater em alguma coisa e um líquido super quente escorrer na sua barriga. Ainda de olhos fechados, se culpando por não ter olhado por onde andava, conseguiu escutar uma voz familiar dizer:

ㅡ O meu deus, eu sinto muito! Devia ter olhado pra frente, me desculpa mesmo!ㅡ não podia ser! Abriu o olho bem devagar, desejando que ao abrir, ela estivesse em casa.

Mas não teve como evitar é lá estava ela, Dahyun com um sorriso mais que amarelo, em sua frente.

ㅡ N-não tem problema!ㅡ sua dor era aparente, já que o café estava quente.

Silêncio. Foi o que foi feito depois da sentença de [S/n]. As duas se encaravam e analisavam uma a outra, querendo só fugir dali. A mais nova conseguiu reparar que Dahyun vestia uma blusa sua, a mesma blusa que ela tinha usado ontem.

Os olhos de ambas carregavam um olhar triste. Era claro o desconforto que causavam uma a outra agora, coisa que era desconhecida se tratando delas.

ㅡ Olha- depois de um suspiro, a Kim tirou coragem pra tentar dizer algo, mas foi interrompida por uma voz masculina vindo de trás.

ㅡ Dahyun? O que faz aqui? Pensei que estava de repouso em casa!- jinyoung fala se aproximando.

ㅡ Eu já estou melhor, vim só pegar algumas coisas que esqueci aqui, mas já estou indo pra casa!ㅡ e depois disso, a menina saiu tão rápido do local que pareceu evaporar.

ㅡ Ela parecia estranha... devia só estar ainda grogue de seu resfriado.ㅡ comenta o mais velho. ㅡ Mas enfim, vamos?

E com um sorriso amarelo em seu rosto, [S/n] concorda e começa a seguir o mais velho.

•••

Me desculpem qualquer erro e desculpa a demora pra att tbm.

No Songs Enough (Dahyun/you) // Continuação.Onde histórias criam vida. Descubra agora