VOCÊ É BEM MAIS QUE A DEPRESSÃO

Capítulo 9 - Precisamos confiar

"Por mais que não entendamos é no Bom Tempo Dele"

- Ai graças a Deus, onde você estava Kathe? Estávamos preocupados com você
—diz Emma

- Aconteceu alguma coisa?
—pergunta Ben.

- Vocês seriam pais bem protetores
—digo a eles mas os mesmos continuam olhando sério para a mim.
- Desculpa os preocupar, eu estava com o pastor Bruce e a Hilary.

Emma e Ben se entrem olham como se não acredita-sem no que eu acabei de dizer.

- Deixa eu ver se entendi, você estava com o pastor Bruce da igreja, e com a nossa querida Hilary, a filhinha do Bruce?

- É, isso mesmo

- Kathe, como você os encontrou e tudo mais?
—pergunta Ben.

Conto a eles sobre meu dia, desde a minha conversa com aquele senhor no banco em frente a ponte até o momento em que estive brincando com a Hilary no jardim.

Assim que termino de contar Emma e Benjamin sorriem alegremente.

- Então quer dizer que você ganhou uma nova amiga?

- Bom, sim... Hilary disse que sou a nova amiga dela

- A Hilary é uma bênção, você se dará bem com ela
—diz Ben

- Ah claro, se eu soubesse como conviver com uma criança

- Você saberá, e o pastor Bruce é um cara sábio

- Se você diz, quem sou pra discordar?
Mas sabe o que me deixou estranhamente impressionada? foi a fala daquele senhor sobre pequenas alegrias e deixar na cruz. E então eu encontro o pastor Bruce cantando uma música sobre deixar na cruz e a Hilary mais tarde me mostrando pequenas alegrias

- Kathe, isso é Deus purinho
—diz Ben.

- Deus purinho? Nunca ouvi essa expressão

- Bem vinda ao mundo dos termos cristãos
—diz Emma

- Vocês são doidos.
O fato é que Deus quer que eu deixe na cruz a minha dor, e será que ele pensa que eu já não tentei? Será que ele não se lembra que eu acreditava nele?

- Kathe, presta atenção. Quando você começou a passar por provas difíceis na vida, você queria que tudo aquilo acabasse logo não é?
—pergunta Ben

- Sim

- Tá, e aí você pegou então a sua dor deixou na cruz, mas você não largou a cruz, na verdade se aproximou dela com um relógio em suas mãos

- Que? Como assim?

- Quando a gente fica desesperado para que a nossa dor tenha um fim, nós colocamos nossas dores na cruz e ficamos ao lado dela com um relógio na mão dizendo a Deus:  "Senhor, ande logo com isso, eu tenho pressa", e ficamos lá apressando a Deus, querendo que a cura de nossos problemas seja rápido, no nosso tempo, e enquanto isso ficamos fixados no tempo. 
Mas temos que entender que Deus não trabalha assim, não trabalha no nosso tempo, não trabalha com a gente ao lado segurando o relógio e o apressando. Deus trabalha em seu tempo, e por mais que não entendamos, o tempo Dele é bom, agradável e perfeito.
Kathe, Deus quer que você deixe sua dor na cruz e enquanto ele trabalha nisso, Ele quer que você viva as pequenas alegrias.
—Fico pensando no que o Benjamin disse por algum tempo.
- E para deixar sua dor na cruz e viver as pequenas alegrias, você precisa confiar em Deus, porque eu sei que não entregamos nossas dores para alguém que não confiamos

- Eu preciso voltar a confiar em Deus para deixar com Ele a minha dor, e enquanto eu espero, eu vivo as pequenas alegrias?

- Inteligente você Kathe, pegou mesmo o que o Ben disse.
—diz Emma confirmando minha fala

- Eu preciso de um tempo para raciocinar tudo isso.
—digo a eles.

Ben e Emma apenas concordam.

- Kathe, amanhã eu venho te buscar para ir a sua consulta com o Willy
—diz Ben

- Ah fala sério?! Eu preciso ir mesmo?

- Claro que sim, você deu sua palavra que iria, não pode voltar atrás, será legal Kathe.
—diz Emma

- Ah com certeza será.
—digo irônica.
- Depois dessa terrível notícia eu preciso até de um banho.

Emma e Ben riem, e eu subo para o quarto.

Procuro pela minha mochila e não a encontro. E de repente a Emma aparece na porta do quarto.

- Está procurando sua mochila?

- Sim, eu jurava que a havia deixado ao lado da cama

- Por que não tenta no guarda-roupa?

- Tenho certeza que não a deixei lá.
—todavia abro uma das portas do guarda-roupa e encontro minhas roupas penduradas nos cabides. Olho para a Emma e ela sorri.

- Guardei suas roupas no lugar onde devem ficar, espero que não se importe

- Emma, eu... Eu não me importo, mas eu não posso ficar aqui por muito tempo

- É pelo tempo necessário. Bom, vou voltar para a cozinha, estaremos te esperando.

Assim que a Emma sai da porta, eu pego uma muda de roupa, levo para o banheiro para tomar meu banho e em seguida me trocar.

Após o banho, desço para a cozinha onde encontro a Emma e o Ben rindo juntos.

- Atrapalho?
—pergunto

- De forma alguma Kathe, o que acha de fazermos um lanche e em seguida assistirmos um filme?

- Por mim tudo bem.

Após o lanche, assistimos um filme de ficção, e em seguida o Ben decide ir embora.

- Te vejo amanhã, se cuida.
—diz Ben a Emma e o mesmo deixa um beijo no topo de sua cabeça

Eu não estou do lado do romantismo não, mas isso foi algo fofo entre eles.

- Se cuida também.
—corresponde Emma

- E eu te vejo amanhã também dona Katherine Sanders
—diz Ben

- Ganho um beijo no topo da cabeça também?
—começo a rir deles.
- Estou brincando gente, tá bom senhor Benjamin, é melhor não desobedecer um policial ainda mais se te chamar pelo nome completo

- Não digo nada pra você mocinha.
Bom, então fiquem com Deus
—diz Ben e o mesmo vai embora.

- Emma, você gosta do Ben?

- Isso é uma pergunta muito pessoal Kathe

- Ah eu sabia! percebi isso e ele também gosta de você

- Não sabia que você é expert em romance

- E eu não sou, e nem estou afim de ser, mas não precisa saber sobre pra perceber isso

- Tá, é verdade que eu gosto dele, mas somos só amigos

- Por enquanto Emma, por enquanto.

- Tá bom, chega desse assunto que está na hora de dormir, pelo menos pra mim
—diz Emma

- Eu vou ficar mais um pouco aqui na sala, tudo bem?

- Claro, só apague as luzes depois por favor. Boa noite Kathe, Deus a abençoe

- Boa noite Emma.

Assim que ela sai, eu procuro por algo na TV para assistir, me arrumo no sofá e depois de algumas horas, quase amanhecendo acabo adormecendo.  

Continua...