Capítulo 11 - O psicólogo

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"A depressão não te define"

- Quando eu tinha meus quatorze anos, meus pais começaram a brigar sem parar, eram todos os dias a mesma coisa, eu ouvia palavras que um dizia para o outro que me acertava como uma faca em meu peito, a convivência dos dois a cada dia foi ficando horrível, a nossa casa virou cenário de guerra e eu não entendia tudo aquilo.
Antes disso, eu amava ver meus pais juntos, mas com isso eu desejei até que eles se separassem para por um fim nessas terríveis brigas, mas isso não acontecia.
Eles se fixaram tanto em guerrear um com o outro que não tinham ideia da guerra que causaram em mim, eu cheguei a pensar até que eu era culpado daquilo tudo.
Certo dia enquanto eles brigavam eu sai de casa para não ter que participar mais uma vez daquele cenário, pelo menos não naquele dia, e foi aí que conheci o mundo das drogas, conheci pessoas que me incentivaram a consumir aquilo, elas me disseram que as drogas seriam um remédio para a minha dor, a saída para meus problemas, e que eu esqueceria o conflito entre meus pais.
E eu realmente queria esquecer, queria paz, queria me sentir feliz como há tempo não sentia. Comecei então a consumir as drogas de pouco a pouco, no começo fazia total efeito, me deixava alucinado em uma falsa felicidade, eu esquecia meus problemas. Comecei a faltar na escola pra ir ficar perto do pessoal que eu achava que eram meus amigos.
Com o tempo me tornei viciado, fui consumindo drogas de uma maneira exagerada, mas por incrível que pareça essas mesmas drogas começaram a parar de fazer efeito, eu consumia mas ficava do mesmo jeito, foi aí que eu percebi que aquilo era falso, felicidade falsa, percebi que eu esquecia meus problemas mas eles continuavam a existir.
Certo dia minha mãe achou na minha mochila uma boa contidade de drogas, ela chamou minha atenção mas como eu já estava revoltado, disse que a culpa daquilo era dela e do meu pai, eu disse coisas horríveis pra ela.
Ela marcou uma consulta com psicólogo pra mim, e disse que se eu não fosse ela me mandaria para a casa da minha tia no interior, eu não queria ir pra lá, comecei então a ir as consultas para não ter que ir morar na casa da minha tia.
Mas no começo eu não gostava nem um pouco de ir nessas consultas, não era fácil ter que me abrir com alguém, e eu não acreditava que um simples psicólogo iria me ajudar. Todavia com o tempo fui me abrindo com ele, e ele se tornou meu amigo, e mais ainda me apresentou Jesus.
Foi aí que comecei a conhecer esse Jesus que o psicólogo tanta falava que podia me curar, que podia salvar a mim e aos meus pais.
Passar com esse psicólogo foi uma das melhores coisas. E depois de algum tempo eu aceitei a Cristo em minha vida, e com muito esforço levei Cristo aos meus pais. E quanto mais eles conheciam a Jesus, menos eles brigavam, e com o tempo não houve mais brigas como as que tinham, eles aceitaram a Jesus também, e se tornaram novas pessoas com um casamento restaurado.

- Nossa, eu realmente fico feliz por você, por ter vencido, e por seus pais terem se tornados novas pessoas

- Graças a Deus, Kathe

- E também ao psicólogo

- É, o Willy foi uma bênção na minha vida

- O Willy era seu psicólogo? O mesmo Willy que trabalha aqui? É o Willy psicólogo que eu conheço? O que é meu psicólogo também?

- É isso aí Kathe.

Antes que eu pudesse responder, sou chamada para ir a sala do próprio Willy. Me levanto pasma pela coincidência e vou até a sala dele.

Entro na sala, Willy sorri, e estende sua mão me cumprimentando.

- Boa tarde Kathe.
—ele diz. Enquanto aperto a mão dele respondendo seu comprimento, eu o observo, Willy parece ter uns cinquenta anos, cabelo preto mas também alguns fios grisalhos, bem vestido, e parece feliz.
- Ei, Kathe? Você acabou de ver o milagre que aconteceu?

- Que milagre?

- Você apertou minha mão e ainda está apertando 

- Ah desculpe, eu estava pensando em... Ah enfim

VOCÊ É BEM MAIS QUE A DEPRESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora