Consequências

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A garota de cabelos cacheados desportou com forte dores em sua garganta, parecia que engolia pedaços pequenos de vidro ao  invés de sua própria saliva, não sabendo ao certo quando tempo tinha se passado desde que tinha chegado aquele local, sua mente não estava mais tão confusa como antes, ela apenas tinha deixado o torpor tomar conta de sua mente e não pensava mais em nada, não esperava mais nada.

O barulho alto de fez presente, algo como um objeto de material sendo arrasado com dificuldades, logo ouviu passos em direção a porte, mas Pauline não se moveu nem um um sentimento sequer.

-Vejo que você acordou minha jovem, você dormiu muito, pensei que teria que ti acordar de um modo nada sutil- sorriu a senhora que deixava uma espécie de prato de louça escura com um líquido meio avermelhado dentro.- Eu trouxe pra você, quero que fique bem e se for uma boa garota eu posso até trazer ao pra você beber.

Pauline continuava imóvel olhado para todos os movimentos que a senhora fazia, percebeu que para alguém com uma certa idade ela tinha muita força e agilidade. Pegou o prato em sua frente e tomou o conteúdo lentamente, não era nada agradável o saber mas ela não tinha muita escolha.

- Vamos ter que da um jeito na sua perna, isso esta ficando mais feio que eu imaginava- Sem ao menos esperar que a jovem terminasse a refeição, pegou ela pelo braço enquanto conduzia até a porta. -Colabora ou eu vou deixar você e sua perna apodrecerem até a morte.

Pauline continuava calada, obrevava tudo ao seu redor, percebeu que onde estava se tratava se uma espécie de cabana, apesar de muito escuro dava pra perceber que era dia pelas frestas que tinha no telhado, não era pintada, parecia que o local tinha sido construído a pouco tempo, tinha uma TV posicionada em um canto e uma espécie de maca acochada no meio da sala e uma porta metálicas que ela não pode saber o que tinha do lado de lá.

Todo o procedimento foi doloroso, dona Joana fez questão que tudo fosse feito de forma mais demorada e torturante que pode, Pauline em meio as lágrimas e pequenos resmungos percebeu a satisfação da mulher em sua dor.

- por que você está fazendo isso?- Pauline perguntou suplicantimente- Eu não entendo, se vai me matar faça logo, mas acabe logo com isso por favor.

-Pobre jovem,  seu inferno apenas começou, deveria tomar mais cuidado com quem você esbarra por aí.- Joana falou de forma macabra, cada momento que passava sua personalidade demoníaca ia dando as caras.- Agora você precisa tirar essa roupa e colocar uma limpa,  depois iremos assistir um pouco de TV o que acha? Espero que goste do programa, ele é feito especialmente para você minha jovem.

Era incrível como a senhora transitava entre personalidades rapidamente, depois da pequena tortura na limpeza do ferimento de forma bastante satisfatória para ela, agora tratava Pauline de forma meiga, passava um pano molhado na intenção de lipar o sangue seco preso na pele leitosa de Pauline, amarrou seus cabelos e a vestiu de forma forma delicada quase que maternal.

A jovem em sua doce ingenuidade achou que Dona Joana poderia ser apenas uma senhora com graves problemas mentais e que tudo que ela queria era uma companhia, achou que em algum momento a senhora em momento de lucidez deixaria ela finalmente ir para casa. Com essa expectativa crescendo em seu peito se sentou uma cadeira posta em sua frente, a senhora se posicionou atrás, antes que se desse conta ela tinha sido acorrentada na cadeira metalica com suas mãos e pés presos em corrente.

-Agora podemos começar- Joana com o auxílio de um controle ligou o aparelho- Espero que você goste.- deu um beijo em sua cabeça e se afastou.

No primeiro momento a tela apenas ficou azul, mas logo uma imagem apareceu na tela, percebeu que se tratava de um quarto, com um piso avermelhado e paredes azul, ficou nessa imagem por alguns minutos mais logo apareceu duas pessoas entrando pela porta, era um homem e uma mulher, ele parecia segurar a mulher à força enquanto ela se debatia, ele jogou ela em direção ao chão enquando pegava algo que  Pauline deduziu ser uma arma e apontou em direção a mulher ao chão, sem querer acreditar no que assistia Pauline finalmente se deu conta que a mulher do vídeo era sua amada amiga Cristine. Pauline começou a se debater na cadeira gritava e chorava sem se importar com a dor que sentia em cada movimento e grito que dava, e foi ali que ela começou entender as consequências de uma bela mentira, e que nunca iria acabar bem.

Uma bela mentira Onde histórias criam vida. Descubra agora