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Era incrível aquela época. Tudo bem que era pela manhã e a maioria chegava na escola só o corpo porque a alma ainda estava dormindo mas depois das 08:00 estávamos dançando em cima da mesa, caindo, ou no chão mesmo. Passávamos desodorante em todo mundo, nas brigas para saber qual peça de teatro iríamos apresentar, dos ensaios para as danças. Dos artigos para apresentarmos no final de cada semestre, das comidas para aula de culinária. Dentre outras partes desagradáveis como de exatas, por exemplo.



-Eu me lembro quando fomos obrigados a fazer algo para matéria de economia. Que diabos foi aquilo? A vergonha, o surto e a suspensão de três meses que chorei como nunca antes.



Clary falou sorrindo.



Ninguém queria fazer parte da aula de economia.



Fomos obrigados. No final do slide saiu uma conversa do grupo que falava que o professor de química traía a esposa com a professora de matemática.



Os três estavam lá. Foi um rolo imenso que quase resultou na expulsão dos vinte alunos. A sala inteira.



Engraçado que ali realmente todos se gostavam e se ajudavam. Se alguém estivesse passando mal, alguém falava "Tá morrendo aqui professor (a)" mesmo a pessoa dizendo que estava tudo bem.



Se alguém estivesse chorando e fosse por alguém todos ajudavam. Independentemente do gênero. Já fomos cupidos, já arranjamos briga, levantamos a energia da galera. Se o problema era a matéria, a pessoa que fosse bem na matéria ajudava a turma toda, era um pacto que tínhamos...



Quando ficamos de recuperação no terceiro ano, o surto veio mais depois ficamos rindo e levamos árvore de natal, pisca pisca e fizemos uma ceia de natal em plena recuperação.



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