Eles ignoravam um ao outro no trabalho,obviamente. Bem,eles não mencionavam as noites passadas em frente à televisão,nem as caminhadas na praia e às vezes,enquanto ela se sentava na sala de convivência e ouvia Shivani tagarelar sobre o quanto ela estava certa de que Noah a convidaria para sair em breve (quando Noah já havia comentado com Jojo que estava incomodado com os flertes constantes de Shivani),ou quando a glamourosa Any começava a falar de forma amistosa demais sobre ele, embora Joalin se mantivesse calma como um Buda desafiado,por dentro ela estava espumando de raiva e poderia,certamente,estrangular as duas para que ficassem caladas.
Ela gostava dele. E quanto a isso,estava tudo bem. Afinal,metade do departamento gostava dele daquele jeito também,e ela dificilmente poderia ser considerada como minoria; não,havia um problema um pouco maior. Às vezes,ah,ás vezes,Joalin tinha aquela impressão incômoda que só podia ser causada quando duas pessoas se envolvem. Às vezes,ah,ás vezes,Joalin tinha a sensação fugidia de que Noah gostava dela também. Ela dizia a si mesma que estava imaginando coisas,exatamente como Shivani. Porque não havia chance nenhuma de Noah estar interessado nela. Então,por que ele estava agindo de forma tão estranha?
Quando o cofee break terminou,ela voltou para a ala pediátrica,e tentou dizer ao seu coração idiota para parar de bater tão depressa só de olhar para ele; é claro que não adiantou. E seu coração acelerou de vez uma hora mais tarde,embora por razões totalmente diferentes,quando uma mãe meio histérica colocou um bebê molenga nos braços de Joalin. Ela tocou a campainha de emergência antes mesmo de despi-lo. Ele era grande e gordo,e mal abriu os olhos enquanto Joalin o despia com eficiência,e fazia algumas observações preliminares.
– Ele não para de vomitar... –a mãe estava tentando não chorar– Eu o levei ao clínico ontem,ele disse que era um problema gástrico e me mandou dar líquidos para ele...
Nenhuma ajuda havia chegado,e Joalin tocou a campainha de emergência outra vez. O pulso do bebê estava acelerado,e a temperatura dele estava alta, portanto ela o colocou no balão de oxigênio e tocou a campainha de emergência de novo enquanto empurrava o carrinho com o material para soro intravenoso,finalmente decidindo colocar a cabeça para fora do cubículo.
– Alguém pode vir me ajudar? – ela estourou,e lançou um olhar frenético para Noah,que estava mostrando a um paciente um raio-X de tornozelo– Agora!
– Aperte o botão três vezes em caso de emergência! –Noah estourou também,quando viu o bebê. Ela ainda estava aprendendo o básico; ainda ontem,ela havia sido advertida por reagir exageradamente,e apertar o botão três vezes por qualquer coisa remotamente urgente; e agora estava sendo repreendida por fazer muito pouco. Alguns dias,aquele trabalho era simplesmente difícil demais!
– Depressão na fontanela.–Noah examinou o bebê imóvel com eficiência, enquanto Joalin o tirava da balança e preparava um soro intravenoso. Ela estava apavorada com a ideia de aplicar uma agulha de IV em um bebê tão doente,mas aquilo fazia parte do curso,e era algo que ela precisava aprender a fazer. Ela havia começado com homens grandes e musculosos,com veias que mais pareciam trilhos,e depois havia praticado em adultos doentes. Ela havia até mesmo aplicado IVs em algumas crianças,e em poucos bebês,mas nenhum tão doente como aquele,e não com a mãe observando ansiosamente; e agora,Hina estava lá também!
– Baixo turgor da pele. –Noah continuou com sua avaliação,e sacudiu a cabeça ao ver o tremor leve das mãos dela,enquanto Joalin segurava o bracinho flácido com uma das mãos e posicionava a agulha com a outra– Deixe que eu faço. – ele assumiu a tarefa sem maiores comentários,e ela ficou feliz por isso. O bebezinho era gordo,e as veias dele seriam difíceis de achar em uma situação normal,mas com um quadro de desidratação as coisas ficaram ainda mais complicadas e mesmo Noah,com as mãos tão firmes,precisou de algumas tentativas para conseguir aplicar o IV, finalmente achando uma veia no pé da criança.
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𝐔𝐌 𝐏𝐄𝐐𝐔𝐄𝐍𝐎 𝐌𝐈𝐋𝐀𝐆𝐑𝐄 ☕︎︎ 𝑛𝑜𝑎𝑙𝑖𝑛
RomanceVale a pena arriscar o coração pelas dadivas mais preciosas da vida...Noah Urrea está tentando recomeçar. Desta vez na emergência de um hospital de Melbourne. Já se passaram quase quatro anos desde que perdeu sua esposa e o bebê que ela esperava, e...