epílogo

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Nunca,nem por uma vez sequer, ela vacilou,ou duvidou. Nem mesmo um pouquinho. Apesar das previsões negativas de sua mãe,apesar do que ela lera sobre as"famílias agregadas" em um livro sobre psicologia infantil,que Joalin acabara atirando na parede,nem por uma vez sequer ela pensou que o bebê deles iria mudar os sentimentos de Noah por Bella. Porque sem Bella,eles não existiriam. 

Não falta muito agora. –Noah apertou os ombros dela,deitada namesa de cirurgia,com toda a paixão de um médico por uma paciente, mas era aquilo que ele fazia,às vezes.

Eles haviam,somados, passado por três gestações,e todas haviam sido bem diferentes.  Aquela havia sido uma gravidez exemplar (descontando o grande ganho de peso que ela tivera),e tinha ido excepcionalmente bem até o último momento; mas depois de oito horas de trabalho de parto, respirando e fazendo força,o bebê ainda não queria nascer!Ela trabalhara meio-expediente até osétimo mês,porque escolhera assim. 

Joalin havia contado a Noah sobre a dor nas costas,e os tornozelos inchados e doloridos, mas quando tivera uma enxaqueca fortíssima,preferira conversar com o obstetra,e não com ele. E Noah havia massageado seu estômago,e beijado sua barriga,e feito todas as coisas certas,durante toda a gravidez. Os dois tinham feito tudo certo. Incentivado um ao outro ao longo do caminho,e assegurado um ao outro que tudo daria certo. 

Eu estou com medo... –ela não estava nem sequer sedada; os médicos haviam sido tão mesquinhos a respeito da anestesia que ela estava pensando em escrever uma carta de reclamação. Do que adiantava ser a esposa de um médico? Uma epidural podia anestesiar seu abdômen, mas não anestesiaria o cérebro dela.  – E se as coisas mudarem agora? 

Não importa quão bem você a arrume e o quão segura você a mantenha, sua bagagem sempre viaja com você; e de vez em quando,você tem que pagar pelo excesso,ou observar impotente enquanto o pessoal da alfândega abre o zíper e exige que você explique o que uma barra de chocolate estava fazendo escondida no seu sutiã. Como se você pudesse explicar como ela fora parar lá. E como se você tivesse pensado em contrabandeá-la para o outro lado do mundo. Só que você tinha. 

Eu não quero que nada mude. – ela chorou. 

A mudança pode ser uma coisa boa.– ele disse,tentando confortá-la. Eram só os três;Noah,ela e Bella.

E ela temia por eles,e temia pelo bebê que estava chegando; temia a mudança. Mas aquilo estava acontecendo, não importava se ela gostasse ou não. 

Eu estou com medo,Noah. – ela disse novamente. 

Eu sei.–ela podia ver lágrimas nos olhos verdes dele.  – Lembre-se de Bella... ela era tão pequena e estava tão doente... e olhe para ela agora.–ela sabia que os médicos estavam fazendo a incisão, porque o obstetra havia dito a ela,mas só tinha olhos para Noah. E podia ouvir o barulho,enquanto eles aspiravam o líquido amniótico,e ficou petrificada de medo. 

Como poderei amá-la tanto quanto amo Bella? 

Espere para ver.– ele disse, gentilmente. 

Era mesmo uma menina. Um menina gorducha,que os médicos seguraram por sobre os lençóis,com um narizinho achatado e uma testinha franzida,que gritou e chorou e esperneou até que eles a  colocaram no bercinho. 

Não admira que eu tenha precisado de uma cesariana. –Joalin tinha que sorrir,tinha que chorar,tinha que olhar para o bebê com admiração. E, claro,Noah fazia o mesmo.

Ele se aproximou da filha e olhou para ela; imprimiu a marca dos pezinhos dele em sua camiseta,e voltou para o lado de Joalin. 

Você precisa ver o tamanho dela!–Noah disse, espantado. 

𝐔𝐌 𝐏𝐄𝐐𝐔𝐄𝐍𝐎 𝐌𝐈𝐋𝐀𝐆𝐑𝐄 ☕︎︎ 𝑛𝑜𝑎𝑙𝑖𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora